quarta-feira, 31 de março de 2010

A CONSUMAÇÃO



Aquele momento seria decisivo, aquele dia seria dramático. Mas Ele caminhou de encontro ao seu destino. Mas antes, na noite anterior Ele foi assaltado de duvidas de quem esta diante de uma decisão a tomar para o resto da vida. E por isso angustio se com tristezas de morte.

Até ali Ele andou confiante, mas no jardim seu mundo ruiu e a sua fixa caiu quando Ele percebeu que o Reino a qual haveria de vir naquela geração antes que todos que estavam vivos morressem, poderia não ser implantado como Ele acreditou que seria.

Mas Ele chegara até ali, e fosse qual fosse à vontade do Pai, Ele a seguiria, mesmo estando com seu coração partido e com os seus sonhos sendo aos poucos dilacerados pela perspectiva de um fim trágico sem saber a que rumo às coisas tomaria.

Quando se viu estendido naquele lugar, Ele viu que se tornou não a manifestação gloriosa da revelação do filho do homem a que profetizara, mas um fracasso publico feito não somente diante dos homens, mas registrado nos anais da historia daquele povo.

E por isso completamente desesperado gritou que Deus o tinha abandonado na hora em que Ele acreditava na sua intervenção, pois Ele tinha confiado ate o fim que Deus irromperia de alguma forma o seu Reino, trazendo Paz e Justiça a partir daquele dia.

Mas não! O Reino não havia chegado. Deus em nem um instante interveio em seu momento de frustração e isolamento. E a sua dor só aumentava na mediada em que meditava na vida daqueles que com Ele esperavam a implantação do Reino de Deus aqueles dias.

Mas quando começou a ver que Ele fora feito por Deus espetáculo aos homens, e que aquele seu momento trágico haveria de chamar atenção de todos para si, revelando aos que haveriam de saber que aquele a qual foi levantado em sua morte, foi feito para os homens a face e a referencia de Deus na terra em toda sua Paixão e Vida.

E assim entendendo tudo nos seus últimos minutos, pode dizer entregando em paz seu espírito que Tudo estava concretizado. Pois Deus lhe trouxe como homem que erra para aprender do primeiro dia ate o ultimo fôlego de vida, ao conhecimento esquecido no desespero de que a sua semente como Palavra ao mundo só poderia nascer quando ela morresse.

Gresder Sil

Inspirado nas possibilidades da critica bíblica do movimento teológico: a busca do Jesus histórico.


sexta-feira, 26 de março de 2010

O procedimento de uma fé adulta



Um cristianismo adulto é a consciência de que a proposta da nossa religião não é dirigida somente aos infelizes da terra como se só no âmbito desta fé o individuo pudesse encontrar alegria e significado de vida. Ela não se trata de uma sugestão de felicidade que encontramos somente quando se submetemos a: “vontade do Senhor”.

Entende-se que cada um pode encontrar o seu sentido de vida e alegria na suas próprias escolhas e vocações, sendo a vida uma enorme possibilidade de encontros e desencontros felizes ou fatais, onde a fé entra não como garantia de proteção. Mas como entendimento da responsabilidade diante da vida que Deus dá ao homem, estando ele praticamente sem nenhuma imunidade diante do resultado de suas próprias escolhas pessoais.

Numa fé adulta não mais se “espera em Deus”. Antes, se vive consciente de que Deus geralmente não mais intervém como dantes na infância da nossa espiritualidade, mas se oculta e nos deixa na mais absoluta liberdade de escolher nossas atuações neste mundo, e conseqüências positivas ou funestas da mesma. Não imputando “pecado” pelos nossos fracassos "espirituais", mas sim pela forma afetada e desonesta com que lidamos com as conseqüências problemáticas das nossas ações.

Uma vez que o “esperar no Senhor” além de estar sujeito a arbitrariedade das interpretações dos nossos próprios gostos e caprichos pessoais, é uma atitude covarde e infantilisadora de fuga das conseqüências negativas das nossas possíveis escolhas. Tanto quanto também um ato que se esquiva moralmente da grande questão de que todos os nossos passos devem ser decididos pelos seus motivos racionais e justos que podemos antever nas nossas inclinações interiores, e não quanto ao sucesso das nossas empreitadas pela vida.

Assim não mais barganhamos ou usamos mais a Deus como crianças irresponsáveis que agradam ao pai temporariamente a fim de terem seus caprichos atendidos por cumprirem certos gostos e disciplinas. Mas vivemos como adultos que decidem e escolhem a sua própria maneira de viver a vida e nela encontrar o seu sentido e lugar embaixo deste maravilhoso sol de Deus posto sobre todos os homens.

Gresder Sil


segunda-feira, 22 de março de 2010

A Teologia da Cruz



Ninguém como Ele tinha um senso tão real da vida. “Deus faz raiar o seu sol sobre bons e maus” assim dizia aquele que nunca pregou uma mensagem de auto-ajuda como as pregações motivacionais que ouvimos no domingo à noite em praticamente quase todas as igrejas evangélicas deste país. Isso dito porque por mais que digam o povo evangélico ou os cristãos fiéis na pratica não têm nenhuma vantagem na luta pela vida embaixo deste sol mais do qualquer um dos “ímpios” desta terra. O sol de Deus é de todos indiferentemente de se ser crente ou descrente, fiel ou desobediente.

Todos estão sujeitos as mesmas leis sociais e econômicas, assim como também as fatalidades existenciais que atinge aleatoriamente muitas pessoas nesta vida. Não existe imunidade entre os bons e maus, todos estão debaixo do mesmo sol, e como dizia o imortal sábio Judeu e primeiro filosofo existencialista da historia: “a sorte e o tempo ocorrem a todos indistintamente”

Se isso o seu antepassado já tinha visto, o que dizer Dele que atravessava não somente os corações, mas as estruturas religiosas, políticas e sociais de seu tempo que determinavam o comportamento de cada um dos seus compatriotas. Pois ele mesmo não deixava de ser de certa forma produto da contingência e conjuntura de seu tempo, como voz que é criada como reação espontânea a um sistema que produz pela sua intransigência a necessidade de uma intervenção humana ou divina.

E assim como muitos a sua vida estava também marcada por um destino humanamente cruel e inevitável. Pois independente de se ser mau ou bom fiel ou infiel, milhares deste mundo são fatalizados nesta vida, não tendo como fazer alguma coisa para se mudar ou evitar esse seu destino humano circunstancial. E deste modo também estava Ele irmanado em seu sofrimento com a humanidade. Seu fim era trágico, os meios humanos para se cumprir: hediondo, mas ele caminhou conformado de encontro à cruz. À cruz era sua sina ignominiosa, e tudo o que ele fazia somente acelerava esse seu destino terrivelmente doloroso.

Quanto ao: “o anjo do Senhor acampa-se em redor dos que o temem, e os livra” essa era a teologia (que estava na boca do diabo no deserto) deste povo forte e vitorioso que por muito tempo esteve no topo da cadeia alimentar das nações. Mas para Ele que disse “Deus meu Deus meu porque me abandonaste” e na qual se encontrou existencialmente na vida e dilema dos pobres. E que sofreu o destino dos amaldiçoados e pecadores, a sua teologia só poderia estar contida nesta sua declaração: “tome a sua cruz e siga-me” que condizia com a sua realidade e que era a antítese da pregação triunfalista daqueles que estão no poder por uma triagem onde somente os fortes são selecionados. Ou seja, com essa sua expressão Ele queria que cada um ao invés de fazer uso de Deus, aceitasse e assumisse a sua existência marcada pelas tragédias ou impossibilidades naturais assim como ele aceitou pacificamente o seu destino dado por seu Pai, entendendo que nesta vida todos temos de alguma forma uma cruz inevitável, pesada e intransferível para carregar.

Gresder Sil

quarta-feira, 17 de março de 2010

Os vitimados pela religião



Elas eram em três, a do meio e a mais nova além de dóceis meninas eram belas mulheres. Já a primeira não tinha o olhar envolvente e o passo cadenciado das outros, antes seu olhos eram fracos, sua beleza anêmica, seu andar deselegante. Mas que culpa tinha ela, se ao nascerem os deuses reservaram os melhores dotes para as suas irmãs mais novas.

Mas em compensação ela recebera da natureza um jeito característico seu de ser. Socialmente alegre, desnecessariamente simpática, descontroladamente extrovertida, em fim: uma menina especial. Mas no mundo real da luta pela vida onde somente os fortes sobrevivem, ela estava em ultimo lugar na escala dos que se dão bem na sociedade, religião, política e vida amorosa.

Tudo acontecia para as suas irmãs. Elas tinham belos namorados, eram desejadas, entravam e saiam elegantemente de todo e qualquer lugar ou situação. Diferente dela que em tudo ficava por ultimo. Pois apesar de possuir uma bela alma, esta residia num corpo franzino, numa mente naturalmente fraca e numa personalidade excêntrica.

Com o tempo a religião de seus pais não mais a seduzia. Naturalmente ela se afastou. Pois que interesse poderia ter para uma menina como ela um lugar social onde o desfile fascinante das meninas “normais” somente acentuava a sua inaptidão total para uma vida onde ela não tinha sequer um talento ou referencia visível para ser notada.

Para piorar a sua sensação de fracasso existencial a propaganda religiosa de sua igreja adoecia cada vez mais sua alma. Como diziam eles que Deus abençoa os fiéis, protege os seus filhos e responde a oração dos espirituais e nada disso acontecia em sua vida, o seu ser se exasperava em desespero, pois no fundo de sua alma ela sabia que fora correta para com seu Deus, que a havia desamparado pelo resultado pratico de sua vida, segundo o modo de pensar dos religiosos.

Assim sendo, como servir um Deus deste jeito que só abençoa os fortes, que só da casamento aos saldáveis e equilibrados, deixando para traz os que mais precisam? Se não fosse a religião ela entenderia pacificamente que essa era a sua sina e o seu destino na terra entre os fracos e pequeninos, pegando a essa sua cruz e seguindo após Ele. Mas não! Quase todos a olhavam como se ela fosse louca e culpada de ser diferente, e de nada de realmente bom acontecer em sua vida por ela ser “desviada” e desobediente a Deus.

Mais é assim mesmo, em terra de loucos neuróticos e religiosos doentes e cegos, a única pessoa lúcida na historia é que será considerado como alguém que tem demônios ou problemas mentais. Acaso poderia um cego guia outro sego? Pois como querem curar o doente com o mal que o esta matando?

E assim essa moça fora excluída não só pela natureza a qual seleciona aleatoriamente uns para representarem a beleza ou a fraqueza da espécie. Mas também pela MALDITA mentalidade da sua igreja, que desonestamente faz dos naturalmente vencedores desta vida uma referencia para provar a sua MENTIRA de que Deus abençoa os que são fies aos mandamentos, a qual beneficia os naturalmente resistentes e aptos, mas que marginaliza os anêmicos e indevidos fazendo uma seleção natural na religião onde somente os fortes sobrevivem.

Gresder Sil

Baseado em uma história atual

sexta-feira, 12 de março de 2010

Animal de rebanho



Foi um alvoroço só! Os irmãos não queriam voltar para casa, cada um tomava partido, uns ficaram do lado do pastor, outros acharam coerente o que o novo presbítero disse, mas enquanto isso uns poucos voltavam para casa, comovidos com o ensino daquela manha de domingo, sem se importarem com toda aquela questão.

Tudo começou quando o pastor se levantou no meio da aula para re-costurar a fala do novo professor a qual dizia que todo homem é falível na sua doutrina. E que não existia pastor ou pregador que não se equivocava ao ensinar a Palavra, e que somente o grande Pastor de nossas almas não errava ao falar ao coração de cada um. Mas em dez minutos foi desconversado e remendado todo o ensino daquele dia.

E para defender a autoridade e inerrancia dos lideres ungidos do Senhor, o pastor rapidamente foi sacando da bíblia versículos e versículos que provavam que as escrituras eram infalíveis e aptas a ensinar a todo homem no caminho da verdadeira justiça e santidade. Tendo Deus homens escolhidos para defender essa sã doutrina e santa Palavra dos falsos ensinamentos que corrompem os bons costumes.

Em vão tentou explicar o presbítero novato que Jesus sendo o sumo Pastor falava individualmente a cada alma, mesmo que por simplicidade natural essa pessoa não conhecesse perfeitamente o entendimento da palavra, ou que ela estivesse sujeita a ensinadores equivocados da doutrina verdadeira. Pois, argumentava ele: a ovelha conhece a voz do seu pastor que trata cada uma de forma especial conforme o seu entendimento, não dando a todos a mesma comida e cuidados.

Termino aquela reunião e os humores acalmados, o pastor preocupado com a imaturidade do professor da aula, o chamou de canto e disse bem assim: “nos tempos antigos os irmãos acreditavam muito na autoridade dos pastores e assim a igreja do Senhor prosperava sem divisões. Mas atualmente com os estudos teológicos surgiram muitos questionadores que perturbam a união do rebanho. Pois nem todas as pessoas têm estruturas para saber certas coisas, a ignorância é uma bênção, e o povo deveria estar em paz com os olhos vedados ao conhecimento como Adão e Eva no principio que não tinham o discernimento do bem e do mau.”

A contragosto o irmãozinho aceitou aquilo, e com o tempo foi vendo que era assim mesmo que as coisas andavam. Mas mesmo assim o presbítero achava contraditório eles acreditarem no poder da Palavra para convencer o homem, ao mesmo tempo em que ficavam alvoroçados por qualquer sinal de ensinamento que poderia prejudicar o rebanho. Pois se o Espírito fala poderosamente ao coração, por que temer tanto uma voz estranha que possa desvirtuar o rebanho?

Enquanto isso o pastor sempre fazia menção em seus ensinamentos de que a sua pregação era correta conforme a bíblia e que todos deveriam respeitar a orientação do homem de Deus escolhido para pastorear as ovelhas do Senhor. Contudo passado o tempo veio um novo pastor para subistuir aquele que fora para outro rebanho. Mas que mesmo mantendo a tradição da inerrancia do dirigente, não deixava de ser mais inovador, a qual fazia as coisas muito diferentes do antigo que era conservador, além de ensinar sutilmente coisas muito dessemelhantes daquele que dizia que os pastores escolhidos por Deus para ensinar, não erravam ou divergem por estarem de acordo com o verdadeiro ensino da Palavra.

Gresder Sil

Baseado em fatos reais

domingo, 7 de março de 2010

Mito contemporâneo, a origem da mulher



No tempo em que foram criados os seres da terra, o deus Femíneos encarregado de criar a mulher, criou-as de naturezas diferentes. Da terra fez a mulher doce, amável, e de beleza pacifica, e do fogo fez a mulher picante, selvagem e de beleza exótica. E deste modo foram feitas as mulheres de dois tipos distintos, e espalhadas aleatoriamente entre as castas sociais distinguidas pelos homens.

E assim foi ate os dias de hoje. A mulher Terra á aquela em que o homem olha para ela e diz “essa e pra casar”, pois vê em seu semblante serenidade de espírito, onde ele pode tranqüilamente plantar sua semente para o resto da vida. Essas são as mulheres que por triagem social conseguem um bom e estável casamento, independente de serem belas ou ricas, pois todas carregam em sim raízes firmadas na terra para um bom relacionamento.

Enquanto a mulher Fogo apesar de incendiar o coração do homem, não lhe faz feliz por muito tempo. Pois ela por uma disposição da sua própria natureza é independente e nunca sossega queimando tudo o e que vê pela frente. Sendo entre elas, aquelas de boa índole natural destinadas a serem mulheres guerreiras e que se consomem a si mesmas por uma boa causa social, religiosa ou humanitária, se tornando até mesmo grandes mulheres na historia, mas provavelmente solitárias por boa parte de suas vidas.

Já essas mulheres que vieram do fogo e a qual por fatalidade da existência, não tiveram uma boa formação e educação religiosa e familiar, e não resistiram à pobreza, tentação e tragédias que se abateram sobre elas, se tornaram meretrizes, amantes, divorciadas ou simplesmente namoradeiras que não conseguem manter um homem para si por muito tempo. Visto queimarem todos os que nelas tocam, com seu individualismo excessivo e indomável.

A mulher Terra é aquela cuja beleza como semente na terra se desenvolve lentamente por toda a vida, sendo bela ainda quando velha. Enquanto que a do outro tipo, como fogo rapidamente já esta formada sendo novinha com corpo de mulher, iniciando assim relacionamentos precoces sem maturidade que a levam por toda vida a variar de parceiros, dificilmente ficando plantada como a mulher terra num só lugar, além de envelhecerem precocemente também.

Sendo por natureza estável e segura a mulher que veio da terra, se estabelece em profissões duráveis sendo: medica, professora, jornalista, bancaria, costureira, dona de casa etc. Enquanto que a mulher que se originou no fogo procura instintivamente uma vocação em que ela não se sinta limitada, tornando se: modelo, atriz, dançarina, escritora, aeromoça, aqueóloga ou qualquer outra profissão que lhe escancare as portas para o mundo, incendiando a sua vida com aventuras e incertezas.

Daí veio os homens, que sem o conhecimento de como os seres foram formados, criaram a Moral e Religião em que julgam cada ser como se cada pessoa fosse totalmente livre para determinar que tipo de personalidade, vida e conduta irá ter. Privando assim cada pessoa de conhecer a si mesmo, para melhor e honestamente fazer o que esta destinada a se tornar. Criando uma religião e sociedade de preconceitos que julgam ou louvam uma pessoa sem saber que no fundo no fundo somos aquilo que a natureza e fatalidade da existência nos designaram a ser.

Gresdr Sil

terça-feira, 2 de março de 2010

Um Deus a nossa imagem



No principio o homem criou a imagem de Deus, e fez essa imagem a sua própria semelhança. Pois quando primeiro o Espírito de Deus pairou sobre a vida que habitava na face da terra, Ele estava sem forma compreensível para o entendimento do homem, e sua definição ainda era vazia. Então disse o homem: pintemos Deus com as nossas cores, conforme a nossa possibilidade de distinguir e desenhá-lo. E assim fez o Homem o caricatura de Deus conforme os contornos e nuances que ele encontrou em sua própria imagem.

E por isso desde sempre Deus foi visto e vestido conforme os sentimentos e temperamentos humanos por ser impossível representar a Deus com imagens e emoções que não seja aquelas que o homem conheceu e sentiu em si mesmo ate agora. Pois de onde vem esta figura de Deus como um rei soberano que domina sobre tudo, se não da própria noção imperialista dos homens que sempre sentiram a necessidade de um governo para fazer justiça e trazer paz entre os homens.

E de onde vem esta reação de ira de Deus para com os transgressores se não foi do próprio senso de justiça intrínseco no ser de cada ser humano. E o que dizer do ciúme Divino para com os seus escolhidos que nada mais é do que projeção humana em Deus dos seus próprios instintos de amor e posse. E mais ainda, atribuíram a Deus o sentimento ditatorial dos imperadores humanos que não aceitam em não serem amados e questionados, e que castigam todos os que ousam protestar e insurgir contra as suas leis e domínios.

De fato Deus sempre esteve entre os homens, mas as suas ações foram interpretadas na medida em que os homens puderam entender por semelhança daquilo que eles mesmos percebiam neles. Porquanto não há outra linguagem para descrever a Deus se não a linguagem humana, assim como nunca existiu conhecimento humano de outras emoções e condutas se não as conhecidas e sentidas pelo próprio homem, com a qual ele descreveu até agora Deus e sua ação no mundo.

Deus jamais tem sentimentos determinados conforme reações e incidentes assim como não sofre influencia exteriores ou é determinado por instintos condicionados como o homem. Deus é Deus e não é homem, por isso é impossível de Ele agir como o ser humano que não da o direito ao outro de não ser amado, e que pune todo aquele que ousa ignorá-lo. Deus não precisa receber gloria assim como os reis humanos, pois a sua gloria é a sua Gloria, e não precisa receber aquela que é, e vem do homem, Ele se basta a si mesmo.

À vista disso Deus não se sente ofendido em sua honra, e não se importa em ser confrontado, antes Releva toda a nossa ignorância e petulância, permitindo a liberdade de Pensamento de cada criatura neste universo. Portanto se ele existe como criador do homem Ele esta muito além de todo sentimento humano com a qual o representaram ate agora. Relativizar a Deus não é por em cheque sua soberania, mas descrevê-lo com sentimentos humanos como os nossos. Não que a forma como homem escreveu no passado sobre Deus esteja errada, mas que ela não representa a totalidade do Ser de Deus, para ser tida como declaração absoluta e inquestionável sobre Ele.

A historia humana sagrada sempre foi a historia de como o homem viu e percebeu a Deus e sua ação no mundo e em si mesmo. Todo relato escrito foi escrito como testemunho humano da poderosa impressão no homem de tudo aquilo que ele experimentou e constatou como atuação divina sobre ele. Até agora o homem disse muito mais para Deus de si mesmo de como o homem o percebia, do que Deus mesmo disse ao homem de como Ele os enxergavam e os definia. Assim sendo o livro de Deus não é totalmente uma Palavra ditada ao homem tanto quanto é mais essencialmente um livro do homem para Deus, escrito pelos homens para ser lido por Deus.

Gresder Sil
(Esdras Gregório)

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