segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Que homem Jesus era



Todas as análises com a razão nos levaram a ver que Jesus foi homem e aprendeu tudo sobre si e sobre Deus como homem na sua trajetória única de existência. Aonde se descobriu em si mesmo e em sua relação de existência com Deus a qual lhe caracterizou um tipo comum e já existente de homem. Jesus como homem se enquadrou numa espécie de homem singular sobre a terra, e neste tipo se relevou como o seu máximo representante.

Nas palavras de Jesus, nos seus passos na sua observação sobre a natureza e o ser humano se revelam o espírito poético de um homem espiritual por natureza intrínseca do seu ser e não por uma escolha ou decisão. Jesus era um místico por essência, sua fé em Deus era algo inseparavelmente ligado a sua personalidade e temperamento. Era do tipo de homem que via o mundo com o coração, sentia Deus com sua alma, e se identificava Nele de tal forma que assumiu por sua própria conta e risco falar em nome Dele.

Pois tanto a crença ou o ateísmo esta muito mais para o tipo pessoal de homem que se é na vida do que para as escolhas pessoais que se fazem na e durante a trajetória da vida, alias as escolhas são frutos do que se é em natureza; e o que se é em natureza de forma inevitável se define as decisões de uma pessoa em sua vida. Diferente dos homens cético e matemáticos que enxergam a vida de uma forma fria e objetiva, na vida e palavras de Jesus se vê alguém tão embevecido de sua visão espiritual de Deus que pode poetizar sobre Deus.

Tais homens não vêm a Deus como um ser definido a que se podem fazer doutrinas sobre sua pessoalidade e vontade. Jesus nunca falou Dele de forma teológica, mas apenas poética e emocional como o Pai dele o Pai nosso, o criador que sustenta ate as flores do campo e os pássaros do céu. Tudo ele enxergava em Deus, e sabia que uma força vinda deste Deus o guiava e a qual chamou de vontade de Deus. Tal Deus ele figurou em suas parábolas e releituras dos escritos dos textos sagrados, mas nunca dogmatizou ou tentou explicar. Este Deus tudo movia nele, assim ele sentia.

É tão claro pra Jesus que este Deus era real e sentido mais incompreensível que ele assumiu a missão de falar sobre Ele de uma forma simplificada para os pequeninos que não deveriam se perder em entender, mas sim em receber traduzido para eles uma vontade inexplicável e diretamente incomunicável. Jesus é aquele que se coloca entre o incógnito indefinido e impessoal para satisfazer no coração do homem o que a sua razão não pode alcançar e se ater em contemplar.

Ninguém viu a Deus como Jesus viu e sentiu, e esta visão ficou guardada pra ele para sempre. O que ele viu e sentiu os olhos comuns não podem ver. E seu contato direto com o eterno vem da sua profunda intuição mística de Deus que ele teve nos recessos profundos de sua alma poética e emocionalmente votada para enxergar Deus. A prova de que sua visão de Deus era mística e de que esse Deus para ele era sentido e não explicando que era indefinível e não personalizado, foi à forma como ele traduziu poeticamente a Deus para os homens e não tentou explicar de uma forma teológica e doutrinária.

Esdras Gregório

Escrito em 24 de outubro de 2011

Sétimo texto da serie sobre a desmitologizaçao da divindade de Jesus.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O despertar intelectual religioso de Jesus


Uma das características mais humanas em Jesus que atestam sua verdadeira natureza terrena sem a necessidade de ele ter sido divino, é que ele começou sua produção religiosa entre os homens na mesma faze de vida em que os maiores homens se despontaram como homens produtivos na humanidade. Pois é aos trinta, na casa e na década dos trinta anos que um homem esta intelectual e emocionalmente formado para a vida e sua missão de vida entre os homens.

Para um homem normal sua completa maturidade começa depois dos quarenta, mas para o gênio cujo poder do seu espírito nato não depende de muita vivencia, aos trinta anos é que sua força mental chega ao seu ponto máximo de maturação, a prova disso é que todos os que fizeram algo grande surgiram como promissores nesta idade já com suas mentes e convicções formadas de tudo o que eram e queriam ser e fazer

Se ele esperou ou só se sentiu pronto aos trinta, é por que antes não se sentia seguro, ou não se sentia pleno para agir em sua missão entre os homens seus semelhantes. Sinal de que antes disso ainda passava por um processo: o de formação e aprendizado indiscutivelmente necessário. Exercício de aprendizado esse igual o de todos os homens aonde: crises, duvidas, equívocos são indispensáveis para formação madura de um caráter e de uma convicção poderosa testada nas intempéries do tempo e da vida de quem sentiu sua verdade na pele e não recebeu pronta.

Do despertar da sua consciência moral e de suas duvidas existências e religiosas ate as idade madura em que ele começou sua missão, é impossível que não tenha passado por um processo imenso de crença descrença e fé. Aonde naturalmente quando jovem recebe as crenças prontas dos adultos e fáceis para os jovens que vão aos poucas se desconstruindo para ele formar com suas próprias experiências e intuição: a sua fé individual e subjetiva; diferente da que tinha quando começou a sua vida espiritual e intelectual. Processo esse por qual todo sábio passa.

E como todo homem como ele, provavelmente tenha passado por uma experiência visceral de despertar abrupto aonde em pouco tempo devido o acumulo de crises duvidas intensa e racionalização, aonde de uma hora para outra o coração rejeita toda a antiga crença que nela patinava para dar vida a uma nova fé absolutamente livre das instituições e dos medos espirituais que renova toda uma cosmovisão de mundo. Libertando a alma do homem para ele seguir sua própria intuição interior e não os dogmas e crenças recebidas. Impossível ser homem, ser gênio, ser profeta ou sábio e não ter passado por isso nos anos que se corre da infância aos trinta anos.

Acreditar que ele foi homem e não tenha tido e percorrido seu próprio caminho aonde ele encontrou seu destino, pensado que tudo nele estava pronto e que nunca tenha se equivocado ou errado no seu percurso ate seu desertar, é ignorar o fato da qual um homem para ser homem pronto e maduro tenha que passar por todo este processo aonde ele mesmo descobre com suor sangue e lagrima sua missão de vida entre seus semelhantes, pela qual amou por estar irmanado na existência com todos eles, não sendo um ser pronto, mas um que se descobre no mundo.

Esdras Gregório

Escrito em 18/10/11

Sexto texto da serie de desmitologização da divindade de Jesus

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