segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A cristandade sob a influência do estoicismo.



Mesmo que os fundadores do cristianismo tenham tentado estabelecer a base da moralidade cristã no cumprimento do amor, no conjunto geral os cristãos sempre foram coagidos pelo medo ou pela recompensa da observação. Não foi por amor ao próximo que os santos viveram uma vida de abstinência, mas sim pelo valor da virtude em si, pela dignidade pessoal que ela confere.

Isso por que o cristianismo como religião não cresceu e floresceu em um terreno vigem de ideologia, mas no centro máximo da cultura mundial de sua época e no apogeu da cultura helênica da qual influenciou profundamente os seus principais lideres que beberam tais ensinos como base moral de sua formação e estrutura intelectual. Não podia ser diferente: nem uma religião ou filosofia se forma sem um “mote” e base como pressupostos de sua legalidade.

Naquele tempo ainda não eram cuidadosamente estudados os desejos natos oriundos da sexualidade humana pelo ângulo de seu motivo instintivo e natural de procriação, mas como desvio ou baixos instintos que lutavam contra a razão. Sobre esta base estóica filosófica de que a carne é má e inferior ao espírito e a razão, toda a moralidade cristã foi formada, vendo assim os desejos sexuais como desejos impuros por si mesmo, e não pelos resultados praticos.

Por tanto por fidelidade aos formadores da doutrina cristã, até o dia de hoje os instintos e apelos sexuais são visto no cristianismo de forma pejorativa. Como tentações, e não como impulsos da natureza. E por isso são reprimidos: por se julgarem maléficos em si, não por motivos racionais de se causar o mal ao próximo envolvido na questão. Ou seja: sobre um profundo preconceito de moralidade antiga, e sobre a coibição do beneficio da obediência e prejuízo da transgressão os cristão hoje e sempre seguem a sua moral e não pelo amor.

Esdras Gregório

Escrito em 21/02/11 como continuação periódica e organizada do tema: sexualidade a-religiosa

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A falsa base moral da sexualidade cristã.



Toda moralidade, a priori surge na sociedade por uma questão de ordem e não de mérito. O merecimento ou censura, punição ou premio vem como garantia do cumprimento das leis morais e sociais que visam unicamente a paz e tranqüilidade de um grupo social. Nem uma lei deve ser obedecida por medo ou por recompensa, mas pelo valor do bem estar geral que a execução dela proporciona. Esse é o principio básico de uma moralidade saudável.

Mas tal principio, justo, racional e razoável não é, e não foi suficiente até agora para frear as paixões humanas, que são movidas por desejos cegos e não por reflexões de valores. Precisando assim de se impor medo ou recompensa para se poder promover o beneficio geral do grupo social das quais estas pessoas estão inseridas. Pois como o ser humano é movido, mais pela força do instinto do que por valores morais, estes meios se tornaram necessários.

Assim com medo da punição e visando o beneficio da obediência o cidadão de uma civilização ou seguidor de uma religião pautou até agora seu motivo maior de obediência e renuncia não por buscar necessariamente o bem geral do cumprimento da lei, que é o motivo da existência da moral e legislação, mas pelo benefício próprio de sua obediência. Criando assim uma moralidade com base em recompensa e punição e não de valores humanos e sociais.

Com base neste pressuposto falso de moralidade, foram fundadas religiões e filosofias, sendo a mais conhecida das antigas, o estoicismo filosófico que valoriza a obediência pelo valor próprio da obediência e não pelo benéfico do cumprimento geral que as leis visam promover. O estoicismo enaltece o direito pelo direito a honra pela honra e a dignidade pela dignidade e não a felicidade e valor do ser humano beneficiando que deveria ser o alvo principal do direito.

Como o animal homem não é regido por estes valores essenciais, por ser um ser egoísta irremediável por natureza, governos e religiões dominaram os homens com base na moral de benefícios e perdas que é o que o homem deseja e teme. Pois tentar fazê-lo obedecer com base na reflexão do valor da existência e do motivo da lei, não é e nunca foi sugestivo e instigador para a obediência dos indivíduos de um grupo social. Com esta base superficial e equivocada o cristianismo também criou sua moralidade e principalmente sua moral sexual.


Esdras Gregório 10/02/11

Passo agora a tratar neste ano e no meu blog de forma mais ou menos ordenada quase que somente de um tema só: sexualidade a-religiosa. Começando a desconstruir a moral sexual do cristianismo analisando suas fontes sagradas, para estabelecer uma moralidade secular com base no naturalismo filosófico e na tese do direito e responsabilidade sexual adulta.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Animal domestico


O que possibilitou as interpretações fabulosas e poéticas da má conduta humana como se originando no pecado de um só homem, que tornou por sua causa toda a humanidade corrompida em sua natureza, foi a realidade inegável da maldade humana, que desde sempre possibilitou inúmeras teoria e filosofias da origem e explicação metafísica do mal como entidade maligna ou germe pernicioso dentro do homem.

Pois se olharmos o homem sem nem uma influencia comovente e romantizada da religião, veremos que não existe pecado como algo espiritual herdado, mas somente maldade humana. Mas não maldade como se originando de uma essência má no homem ou no universo, mas maldade como fruto conseqüente do animal egoísta que o homem é. Pois apesar de racionais, é isso que somos: animais!

Não adianta florear a realidade com interpretações apoteóticas de redenção e Queda, pois o homem é e sempre foi um animal instintivamente egoísta que pensa sempre primeiro em si mesmo, como todos os outros bichos da natureza. Não adianta se empolgar com interpretações emocionantes de uma explicação para a origem e solução para o pecado humano, pois em essência o homem não é nem mal e nem bom, mas naturalmente egoísta e amante de si.

Não existe pecado herdado nos genes do homem. O homem é simplesmente um animal amoral que não tem em si mesmo nem um impulso para o mal. Mas que apenas deseja cegamente por instinto a satisfação de suas ânsias e necessidades básicas que os levam a atos de egoísmo hediondos que produzem mesmo: perguntas extasiadas e interpretações utópicas de uma realidade simples sem poesia e enredo cósmicos e espirituais, mas apaixonantes de se defender como crença e teoria teológica.

Mas nem por isso a religião que mais contribuiu para as interpretações mais irreais da origem do mal, que não tem origem cósmica espiritual, deixa de ser essencialmente um excelente meio de redenção para a civilização humana na terra. Isso por que como animal selvagen e indomável que é o homem, ele precisa sim das coleiras da religião e dos adestradores da filosofia e educação moral da sociedade. Pois mesmo o homem não precisando ser salvo espiritualmente, ele precisa sim de ser adestrado, pois sendo o único animal racional, é o mais fácil de ser domesticado.

Esdras Gregório

escrito em 28/10/2010
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