segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Que homem Jesus era



Todas as análises com a razão nos levaram a ver que Jesus foi homem e aprendeu tudo sobre si e sobre Deus como homem na sua trajetória única de existência. Aonde se descobriu em si mesmo e em sua relação de existência com Deus a qual lhe caracterizou um tipo comum e já existente de homem. Jesus como homem se enquadrou numa espécie de homem singular sobre a terra, e neste tipo se relevou como o seu máximo representante.

Nas palavras de Jesus, nos seus passos na sua observação sobre a natureza e o ser humano se revelam o espírito poético de um homem espiritual por natureza intrínseca do seu ser e não por uma escolha ou decisão. Jesus era um místico por essência, sua fé em Deus era algo inseparavelmente ligado a sua personalidade e temperamento. Era do tipo de homem que via o mundo com o coração, sentia Deus com sua alma, e se identificava Nele de tal forma que assumiu por sua própria conta e risco falar em nome Dele.

Pois tanto a crença ou o ateísmo esta muito mais para o tipo pessoal de homem que se é na vida do que para as escolhas pessoais que se fazem na e durante a trajetória da vida, alias as escolhas são frutos do que se é em natureza; e o que se é em natureza de forma inevitável se define as decisões de uma pessoa em sua vida. Diferente dos homens cético e matemáticos que enxergam a vida de uma forma fria e objetiva, na vida e palavras de Jesus se vê alguém tão embevecido de sua visão espiritual de Deus que pode poetizar sobre Deus.

Tais homens não vêm a Deus como um ser definido a que se podem fazer doutrinas sobre sua pessoalidade e vontade. Jesus nunca falou Dele de forma teológica, mas apenas poética e emocional como o Pai dele o Pai nosso, o criador que sustenta ate as flores do campo e os pássaros do céu. Tudo ele enxergava em Deus, e sabia que uma força vinda deste Deus o guiava e a qual chamou de vontade de Deus. Tal Deus ele figurou em suas parábolas e releituras dos escritos dos textos sagrados, mas nunca dogmatizou ou tentou explicar. Este Deus tudo movia nele, assim ele sentia.

É tão claro pra Jesus que este Deus era real e sentido mais incompreensível que ele assumiu a missão de falar sobre Ele de uma forma simplificada para os pequeninos que não deveriam se perder em entender, mas sim em receber traduzido para eles uma vontade inexplicável e diretamente incomunicável. Jesus é aquele que se coloca entre o incógnito indefinido e impessoal para satisfazer no coração do homem o que a sua razão não pode alcançar e se ater em contemplar.

Ninguém viu a Deus como Jesus viu e sentiu, e esta visão ficou guardada pra ele para sempre. O que ele viu e sentiu os olhos comuns não podem ver. E seu contato direto com o eterno vem da sua profunda intuição mística de Deus que ele teve nos recessos profundos de sua alma poética e emocionalmente votada para enxergar Deus. A prova de que sua visão de Deus era mística e de que esse Deus para ele era sentido e não explicando que era indefinível e não personalizado, foi à forma como ele traduziu poeticamente a Deus para os homens e não tentou explicar de uma forma teológica e doutrinária.

Esdras Gregório

Escrito em 24 de outubro de 2011

Sétimo texto da serie sobre a desmitologizaçao da divindade de Jesus.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O despertar intelectual religioso de Jesus


Uma das características mais humanas em Jesus que atestam sua verdadeira natureza terrena sem a necessidade de ele ter sido divino, é que ele começou sua produção religiosa entre os homens na mesma faze de vida em que os maiores homens se despontaram como homens produtivos na humanidade. Pois é aos trinta, na casa e na década dos trinta anos que um homem esta intelectual e emocionalmente formado para a vida e sua missão de vida entre os homens.

Para um homem normal sua completa maturidade começa depois dos quarenta, mas para o gênio cujo poder do seu espírito nato não depende de muita vivencia, aos trinta anos é que sua força mental chega ao seu ponto máximo de maturação, a prova disso é que todos os que fizeram algo grande surgiram como promissores nesta idade já com suas mentes e convicções formadas de tudo o que eram e queriam ser e fazer

Se ele esperou ou só se sentiu pronto aos trinta, é por que antes não se sentia seguro, ou não se sentia pleno para agir em sua missão entre os homens seus semelhantes. Sinal de que antes disso ainda passava por um processo: o de formação e aprendizado indiscutivelmente necessário. Exercício de aprendizado esse igual o de todos os homens aonde: crises, duvidas, equívocos são indispensáveis para formação madura de um caráter e de uma convicção poderosa testada nas intempéries do tempo e da vida de quem sentiu sua verdade na pele e não recebeu pronta.

Do despertar da sua consciência moral e de suas duvidas existências e religiosas ate as idade madura em que ele começou sua missão, é impossível que não tenha passado por um processo imenso de crença descrença e fé. Aonde naturalmente quando jovem recebe as crenças prontas dos adultos e fáceis para os jovens que vão aos poucas se desconstruindo para ele formar com suas próprias experiências e intuição: a sua fé individual e subjetiva; diferente da que tinha quando começou a sua vida espiritual e intelectual. Processo esse por qual todo sábio passa.

E como todo homem como ele, provavelmente tenha passado por uma experiência visceral de despertar abrupto aonde em pouco tempo devido o acumulo de crises duvidas intensa e racionalização, aonde de uma hora para outra o coração rejeita toda a antiga crença que nela patinava para dar vida a uma nova fé absolutamente livre das instituições e dos medos espirituais que renova toda uma cosmovisão de mundo. Libertando a alma do homem para ele seguir sua própria intuição interior e não os dogmas e crenças recebidas. Impossível ser homem, ser gênio, ser profeta ou sábio e não ter passado por isso nos anos que se corre da infância aos trinta anos.

Acreditar que ele foi homem e não tenha tido e percorrido seu próprio caminho aonde ele encontrou seu destino, pensado que tudo nele estava pronto e que nunca tenha se equivocado ou errado no seu percurso ate seu desertar, é ignorar o fato da qual um homem para ser homem pronto e maduro tenha que passar por todo este processo aonde ele mesmo descobre com suor sangue e lagrima sua missão de vida entre seus semelhantes, pela qual amou por estar irmanado na existência com todos eles, não sendo um ser pronto, mas um que se descobre no mundo.

Esdras Gregório

Escrito em 18/10/11

Sexto texto da serie de desmitologização da divindade de Jesus

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A sensação de destino em Jesus


Um dos sentimentos e das sensações mais poderosas em Jesus que o fizeram dele o que ele foi e garantiu a ele o seu êxito, foi um sentimento comum em todo grande homem que fez alguma coisa importante nesta terra. Que é o sentimento de destino e a sensação de que se esta predestinado a se fazer alguma coisa grade nesta vida.

Se ele fosse grego ele diria que carregava o destino imposto pelos deuses ou por uma casualidade sega, mas não, ele era judeu, e o que todos os outros sentiam como destino ele sentiu como vontade de Deus. O que enfim é a mesma coisa, visto ser um sentimento poderoso na vida de um homem sem ou com religião e de qualquer religião de que a sua vida tem um propósito a cumprir como destino. Um destino que pesa sobre ele, uma sensação de que tudo em sua vida lhe empurra para uma missão da que ele não consegue ou não deve fugir, pois nasceu para fazer aquilo.

Isso é muito claro em Jesus, ele tinha essa sensação, esta certeza de que seu destino era único, que sua missão estava já predestinada, e tudo na vida lhe conduzia a este propósito pela qual ele se encontrava no mundo. Isso não foi um sentimento só dele, muitos sentiram, e todos os que fizeram algo grade foram guiados com esta certeza de vida com propósito, pois o destino divino ou aleatório havia lhe proporcionado esta atribuição e responsabilidade na vida e na historia humana.

Mas em Jesus isso foi visto como vontade de Deus, como sua única comida e bebida a se preocupar em ter sem perder o foco de sua missão. Tudo nele mostra a vida de um homem que se crê guiado por um propósito único e absoluto, um propósito que ele devia cumprir e que ele seguia obstinadamente a este fim sem distração. Sensação de destino é o sentimento que muitos homens tiveram quando perceberam que a vida lhes dotaram de muitos atributos e talentos pessoais para cumprir aquilo pela qual se sentiram estar na hora e momento exato e propicio para fazer.

E é tão poderoso este sentimento por que todas as circunstancias sociais externas e contingencias históricas se combinam com a capacidade deste homem para fazer exatamente aquilo que o momento pede e só ele pode cumprir. Isso é sensação de destino, isso é o que muitos já sentiram; isso independente dos reais propósitos espirituais se é que existem, pois na pratica é um fato existencial matemático aleatório de combinações e encontros que se complementam e se fecham para formar eventos e elementos incríveis e acertados.

Isso foi o que Jesus sentiu; isso foi o que o moveu, ele Acreditava ser guiado por um destino tão forte e tão implacável que só sentia poder se render e se submeter a sua missão pela qual estava ali para cumprir. Pois a vida tinha lhe dotados de tantos dons humanos e sobre humanos juntamente com os momentos e circunstancias que lhe cercavam e lhe pediam dele atitudes que só ele mesmo podia fazer e mais ninguém, pois estava ali para isso, e tudo lhe possibilitava para que só ele pudesse fazer.

Isso foi o que ele chamou de vontade de Deus, isso ele acreditou como vontade de Deus. Se outros homens em outras épocas e culturas dessem nomes diferentes à sensação de destino, ele como verdadeiro judeu no sangue e no coração não podia encontrar outra explicação para seu sentimento de vida criada com uma poderosa obrigação e capacidade se não a explicação de que tudo aquilo fora montado e propiciado para ele pelo Deus dos seus pais e antepassados.

Não a nada em Jesus, no seu andar e emanar que faça crer que Jesus acreditasse ser Deus, mas tudo nele e em seu proceder e andar nos remete a conclusão precisa de ele ter tido este poderoso sentimento humano de acreditar piamente em estar sendo guiado por um destino e mais precisamente e um predestino criado por Deus. Jesus cria em Deus, isso era sua força, pois cria que estava sendo conduzido a cada passo a uma missão de vida com um propósito alem do seu próprio entendimento, mas um propósito entendido e traçado pelo próprio Deus dos seus antepassados que possibilitou toda trama complexa a qual ele com seus dons e atributos únicos poderia tecer e cumprir.

O que ele sentiu e esta sensação não é algo que não possa ser entendido, mas algo muito comum em grandes homens que sentiram impressões semelhantes à dele. Se nele isso foi mais forte, e se nele isso possibilitou acontecimentos e conseqüências mais poderosas, isso só faz dele mais importante entre os importantes e o maior dentre os grandes, mas nunca faz dele um Deus. Pois não podia ser Deus sendo que acreditava que o que movia era a vontade do próprio Deus e não sua.

Esdras Gregório

Escrito em 31/08/2011

Texto cinco da serie de desmitologização da divindade de Jesus




quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A autoconsciência de se ser Deus





Se Jesus foi homem de verdade então ele viveu como criança que aprende enquanto cresce. E se foi Deus em algum momento ele chegou à alta consciência de ser Deus visto ser completamente estranho uma criança com a mente de um Deus. Mas também ate a hipótese de um homem que chega a consciência de que é Deus é muito mais estranha, pra não dizer monstruosa do que a teoria de uma criança a qual já tinha a consciência de que era deus.

Pois daí se trata de um homem que em algum momento da vida acreditou que era Deus. Dum homem que viveu sua vida inteira, sendo homem e acreditando ser homem, mas que em algum momento ou por vários processos gradativos chegou conclusão ou crença de si mesmo de ser um Deus e não um homem como sempre viveu e acreditou. Ou seja, então temos mais um homem na historia que acredita ser um Deus, um profeta e um cristo e não um Deus pronto que já veio com a consciência de ser um Deus um profeta e um cristo.

Mas um Deus pronto que já vem com a consciência de ser Deus não é um homem normal, mas um Deus que aluga e empresta um corpo humano tendo já des do começo da formação do corpo a consciência de que ele não é um homem, mas um Deus que se veste deste corpo e processo de crescimento humano. Enfim todas as hipóteses de tentar fazer crer que é possível se ser totalmente homem e totalmente Deus cai no ridículo e no absurdo da crença de homens que forçaram isso por motivos teológicos, visto isso ser impossível na pratica.

Não que não seja possível de ele ser Deus, mas se foi, foi só Deus e não homem também, pois se foi homem, foi homem com consciência de homem desde criança que aprendeu a ser homem. Pois um homem adulto que chega a consciência ou revelação de ser um Deus, é apenas mais um homem na historia humana afirmando ser um Deus um cristo e um profeta, um homem que acredita ser isso, que a única prova de ser isso é sua crença interna de ter chegado à certeza de ser isso ou por revelação exterior ou por intuição interior. Mas quem disse que ele era Deus? Ele mesmo? Não! Mas a teologia que quer encaixar e dar sentido romântico espiritual na vida de um homem impar na historia da humanidade.

Mas não a nada de romântico e belo na história de um Deus que aluga um corpo de homem e se passa por homem para cumprir seus planos cósmicos. O que existe e o que foi belo e real, foi um homem que viveu, amou e se dou, e de tal forma que o endeusaram para as gerações futuras. Jesus era homem, e foi só homem, a forma como andou e como viveu e falou, foi à forma de como um homem desta grandeza fala vive e anda. Não a nada estranho nele que o remete a um ser extraterreno, mas sim apenas sentimentos nobres e humanos de um ser humano consciente do seu destino entre os homens.

Ele tinha sim a consciência de ser homem que com o tempo vai se descobrindo como um homem com uma missão, com destino implacável sobre ele a se cumprir. A sua certeza de destino é e foi mais importante do que a sua certeza de quem ele era exatamente. Se fosse Deus, profeta, cristo ou simplesmente um mártir de Deus, isso ele ia descobrir no caminho, no seu caminho já traçado. Pois o que era certo pra ele é seu destino, sua sina, sua vida que caminha e desemboca numa morte trágica e espetacular que dará vida a outros homens, seja vida espiritual ou apenas o fator de revigoramento e fervor de uma nova fé para os homens. O que ele sabe e tem certeza é disso, agora quem ele era, e quem ele foi, isso ele descobriria no caminho como alguém que se descobre não somente na sua opinião de si mesmo, mas no desejo e esperança daqueles que vem nele algo sobre humano.

Esdras Gregório

Escrito em 25/08/11

Quarto texto da serie:

A desmitologizaçao da divindade de Jesus.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Jesus, um acontecimento da historia


Jesus é a excepcionalidade de um evento único, ele não é um homem, ele é um acontecimento. Ele não veio e nem ira voltar, ele aconteceu, e não se repetira tal acontecimento nunca mais na trajetória linear da historia da civilização humana. Pois o que faz dele um homem singular sem precedentes é toda a conjuntura complexa que o possibilitou.

Impasse político, ascensão do fervor religioso, petrificação do dogmatismo sacerdotal, revolta do povo oprimido, esperanças proféticas. Circunstâncias estas que se combinaram na grandeza do coração, firmeza de propósito, obstinação de vontade e excepcionalidade dos dons incomuns de um só homem que estava no lugar certo, na hora certa, com os sentimentos corretos, na disposição de espírito adequada para ter a visão do seu próprio destino que ele o chamou de vontade de Deus.

Pois o que faz e o que forma um grande homem na historia humana, seja ele um ditador, um legislador um profeta ou um cristo são as poderosas circunstancias sociais, religiosas, culturais e históricas que se convergem num só homem apto a sentir este acontecimento e ser este momento. Cristos e tipos de cristos como Jesus apareceram e aparecerão sempre, pois homens dotados de sensibilidade espiritual mística, dons sobre humanos, coração forte e vida resignada: a historia já produziu e esta cheia de exemplares, mas só nele a historia se voltou e se dobrou para recepcioná-lo. Dando a ele circunstâncias que pudessem acentuar os dotes comuns dos outros cristos a um alto nível de perfeição.

Ele não era pra vir, não precisava vir, mas veio, mas aconteceu, e o que não era necessário se tornou indispensável. Sendo ele não a conseqüência de causas programadas antes dele, por ser ele mesmo a causa sem antecedentes. Pois mesmo que tudo se convergiu nele, como fatores humanos que o possibilitou, nem por isso ele deixa de ser um milagre sem motivo, mas que cria motivos depois dele, e da sentindo a tudo que o antecedeu. Assim como a vida, o pulsar da sensibilidade dos seres vivos e sensíveis é um milagre absoluto da existência, que não seriam possíveis sem a combinação de milhares de fatores aleatórios despropositados, ele também é e foi o maior milagre de combinações e fatores eventuais que se abateram sobre ele.

Pois ao analisarmos de perto, veremos que ele sentiu todas as sensações comuns dos homens como ele, que os fatores que o fizeram grande e divino, foram à combinação de varias sensações que outros homens também tiveram, mas que nele convergiu de uma maneira magistral e completa, fazendo de sua historia: a maior apoteose de um homem já registrada. E mesmo não sendo um propósito imprescindível da eternidade, ele é um produto necessário do tempo, formado pelos anseios do coração humano e mais precisamente pelo inconsciente coletivo de um povo.

E aquilo que não era um destino antes da vida por a divindade não programar a existência do mal para depois enviar a redenção, se tornou a redenção necessária de um mal não planejado na existência humana, mas de um mal inerente ao próprio homem. Ele é o produto da história, o acontecimento da existência, o fruto de um desejo, mas um produto sem propósito, e aleatório entre os homens se tonando causa e efeito em si mesmo. Os homens são o que são e nada o fizeram ser diferentes, sempre serão assim, e não era necessário absolutamente que ele viesse mudar isso, mas isso, essa condição existencial de alienação do homem criou ele, e fez de algo que não precisava vir, algo inerente a própria vida dos homens, pois se o homem existem assim como um milagre inacabado sem explicação, ele aconteceu como um prodígio acidental de completude do homem.

Esdras Gregório

escrito em 19/08/2011

Terceiro texto da serie de desmitologização da divindade de Jesus.



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A estranheza de um menino deus


Para que Jesus tenha sido Deus, é necessário que ele tenha tido a consciência de ser Deus. Que ele tenha nascido com está consciência de ser Deus ou em algum momento tenha tido esta revelação de ser Deus: a consciência de que ele era Deus antes de se tornar homem, a consciência de que ele era Deus feito homem. O que em todo caso é algo bisonho de se imaginar: um homem totalmente homem que acredita ser Deus. Pior ainda: um homem que foi criança e jovem e que como criança e jovem acreditava ser Deus.

O evangelho é escândalo para o grego, ou seja: para o filosofo, para o pensador, para o racionalista e materialista, por que é impossível em todos os mundos possíveis, a existência de um ser que seja totalmente Deus e totalmente homem. Primeiro por que a essência humana de um homem não é pronta, mas feita no tempo, nos equívocos, erros, tragédias e escolhas do tempo. Coisas que não acometem o ser puro e inalterável de Deus. Se Jesus foi homem, ele aprendeu a ser homem no tempo e nas experiências boas e ruins, nos seus erros e acertos, na sua fé, esperança e desesperos na e pela vida, que formam e compõem um homem adulto e pronto, como ele estava em seus trinta anos quando começo seu ministério.

Se Jesus era Deus mesmo, então ele sabia que era Deus, tinha a consciência de que era Deus, tinha a memória passada de ser Deus, e raciocinava como Deus. E como Deus que era: nasceu Deus, sabendo ser Deus. Ou seja, foi um Deus menino! Um menino que sabia que era Deus! Mas um menino que sabe que é Deus, não é um menino, mas a maior aberração de toda a existência possível, em todos os mundos possíveis! Um menino que sabe que é Deus, não é menino, e nem humano, pois ser totalmente humano e adulto é ser formado como homem no crescimento das experiências de vida, a partir da idade de menino que aprende a cada dia e se tornar mais homem e mais consciente de sua existência como homem.

Um menino Deus é um menino que não é menino, que não aprende, que não erra, que não sofre, que não tem duvidas de menino que vira jovem, e de jovem que vira homem. Um menino Deus não é então cem por cento menino, então não pode se tornar um dia cem por cento homem, pois nunca foi cem por cento humano, e nunca aprendeu e viveu na vida como todo homem que tem suas crises, suas esperanças, seus pecados, seus erros, seus equívocos, seus acertos, suas conclusões e aprendizado de homem que um dia foi bebê, menino e jovem para se tornar homem.

Então se de fato Jesus era Deus, ele foi só Deus, sem nunca ter sido homem, que como Deus, encenou um papel de homem e viveu entre os homens, e se passou por homem, atuou como homem, mas nunca foi homem, pois nunca aprendeu e nunca errou para se tornar um homem. Pois o que de fato torna um homem: um homem de verdade, é sua experiência de vida, é a sua trajetória de vida como ser que aprende a ser homem na vida. Portanto uma criança que era Deus, não era uma criança, mas se passava por criança. Ou melhor, era um ser de outro mundo que usou um corpo humano, que passa por todo processo humano de crescimento físico sem o processo de aprendizagem e crescimento mental, pois se trata de um ser que ocupa o corpo de outro ser, como invólucro, como um invasor do corpo de um ser a sem consciência natural deste ser.

Pois ser Deus: é ter a consciência de Deus e racionalização de Deus, e ser homem: é ter a consciência de ser homem, e se raciocinar como homem. E se Jesus foi Deus, ele teve a consciência de ser Deus, e era Deus na consciência e na racionalização, portanto não era homem que aprende, cresce, erra e acerta para se tornar homem, mas um ser pronto no processo de um ser não pronto, no corpo de um ser que naturalmente toma a consciência de si, no seu crescimento de alto consciência e, convicção do mundo nas coisas que escolhe, decide, faz, arisca e crê.

Portanto um homem pra ser homem, ele tem que aprender a ser homem na vida, na juventude e na infância. Mas a infância de uma criança que se sabe ser Deus é uma fraude, uma aberração de um ser que se passa por outro, que se finge ser criança sabendo tudo sobre á vida e a morte, coisa que criança não sabe, coisa que não ocorre aos pensamentos de uma criança.

Ou era uma criança, agindo diante de todos como um ser que tem a consciência de ser Deus desde criança, sendo assim a criança mais estranha que jamais existiu, pois seria uma criança que sabe tudo das coisas de gente adulto, sem nunca ter passado pelas experiências de adulto, e pior ainda: uma criança que sabe tudo sobre as coisas da vida que nem um adulto sabe, pois era Deus e sabia como Deus. Ou seja: uma aberração que mais inspira algo diabólico de possessão de um corpo, do que algo gracioso de um menino especial.

E se era Deus e sabia como Deus desde criança, por que esperou ser homem para revelar seu ministério? Para ganhar credibilidade de homem? Não! Ou ele era Deus e sabia ser Deus, e escondia o fato de ser Deus, e se passava por ser homem, se passando por ser criança e jovem e adulto ate se revelar, ou era uma criança que sabia ser Deus e não escondia ser Deus, que cresceu se revelando ser Deus, e se tornou homem no corpo já sendo Deus revelado desde criança. O que em todos os casos também é uma aberração, ou no mínimo uma falsificação de um ser que usa o corpo de uma espécie diferente da sua, se passando por ser outra coisa que não é, ate se revelar ser quem é, depois de ter vivido como se fosse outro ser.

De todas as formas é muito estranho para não dizer é impossível Jesus ter sido uma criança e um menino que sabe que é Deus, todas as possibilidades caem na irracionalidade, no absurdo e na incoerência. A não ser que ele em algum momento de sua vida de jovem que se torna homem, ele tenha tido uma revelação de ser Deus, o que também é outra coisa improvável e insustentável, mas digno de uma analise mais para frente. Mas todos esses impasses se resolvem na verdade simples da honestidade da razão em contraposição a ao apego do coração que não quer ver e crer que ele foi somente um homem. E sendo homem, que espécie de homem foi?



Esdras Gregório


Escrito em dez de agosto de 2011

Próximo texto da serio a desmitologizaçao da divindade de Jesus:

Jesus era homem, mas não era um homem.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

A desmitologização da divindade de Jesus.


O equivoco e a fragilidade da crença Cristã de que o jovem Judeu de trinta e poucos anos: Jésus o nazareno, tenha sido Deus e homem ao mesmo tempo, esta na completa estranheza da possibilidade de um menino Deus. Em como um menino pode ser e se sentir Deus e ser menino ao mesmo tempo. Para se entender quem ele foi e por que se fez dele tudo o que dele hoje se espera, é necessário fazer toda uma trajetória subjetiva e retrospectiva de um homens místicos religiosos desta idade ate a idade de menino.

Pois ate hoje mesmo que nem uma analise a seu respeito esteja isenta de imparcialidade, é necessário se pegar todo o material de informação a qual temos sobre ele e se fazer uma analise subjetiva do ponto de vista de homens religiosos que se encontraram numa situação existencial parecida com a dele. Para analisar as sensações comuns nos grandes que fizera de Jesus um deus, pois se ele foi homem também, então outros homens tiveram sensações iguais às dele, negar isso seria negar a sua própria humanidade de homem que viveu e sentiu como todo homem nesta terra.

Dentre todas as coisas que ele viveu e sentiu e que fizeram dele um deus esta a sua experiência religiosa de dilaceração e re-significação do seu próprio sonho demonstrado nitidamente na narrativa dos evangelhos em que por um momento de um despertar abrupto ele deixa de pregar o reino que viria em gloria para anunciar o reino dentro do coração dos homens.

Tanto como também a sua consciência de uma oportunidade única das combinações das conjunturas culturais e religiosas como fator favorável ao seu chamado, coisa que não só ele como homem sentiu, mas todo grande homem que tinha uma missão também experimentou como uma oportunidade da historia de se fazer historia por ter no coração a sensação de perseguição de um sentimento de destino e a certeza da conspiração dos acasos e incidentes ao seu favor.

Isso, essa sensação de predestinação e assistência divina que grandes homens da humanidade têm, foi muito mais forte, e mais viva nele. E como nos outros, no seu modo de falar e agir vemos também a sua crença de um direito a imunidade moral e a sua distância intelectual dos demais, que se utilizou da crença do povo como seu material bruto de inspiração. Vivendo sua própria fé diferente da do povo numa intuição mística e emocional de Deus, na sua poesia e crença nata do coração, na condescendência para com o povo revelando o Deus escondido no mais profundo da sua psique humana.

E tudo isso como sentiram os grandes reformadores também que assim como ele teve um sentimento de revolta contra a religião, pelo seu amor parcial aos seus, e o seu ódio direcionado a religiosidade que oprimia o homem de sua época. Fazendo deste amor e deste ódio no seu coração um sentido para viver e lutar, pois sua revolta contra a religião também lhe dava em troca uma sensação psicológica de perseguição que o fazia ter previsão da sua morte por esta sensação.

Sentimento este comum em homens na mesma circunstância que ele, que teve a intensificação da sua vida nos últimos momentos, impregnando nele o anseio comum dos grandes de imortalização pela morte, na escolha entre morrer ou matar para vencer, se entregando a morte trágica de mártir como espetáculo e incisão na memória, nos sonhos e na linguagem mítica dos discípulos, pela força humana e a presença indelével do seu espírito no meio de todos aqueles que sentiram a incapacidade das palavras de relatar os sentimentos causados por ele, relatados em forma mítica e no seu endeusando como desenhado nos evangelhos.


Esdras Gregório


Primeiro texto de uma serie de desmitologização da divindade de Jesus.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A endemonização do sexo


O cristianismo é responsável hoje por uma boa parcela da imoralidade sexual dos cidadãos crescidos na sociedade sobre a educação moral da cultura estóica ascética da religião cristã. Crescidos e educados a verem a sexualidade com uma visão dualista de bem e mau aonde só se tem duas formas possíveis de satisfação sexual: a correta e santa da igreja e a imoral e impura do mundo.

Tendo assim somente duas opções, aonde os que não conseguem viver c0nforme os mandamentos da religião, acabam que se entregando ao vicio e desregramento sexual por já estarem perdidos e condenados mesmo. Pois a maioria, não dos cidadãos comuns e saudáveis da sociedade, mas dos entregues a algum tipo de desvio sexual são pessoas que já passaram pela religião e nela não duraram.

Isto por que a religião endemonizou o sexo para elas, tornando o sexo algo impuro que não tem outra forma certa de se satisfazer a não ser pela maneira ensinada na igreja cristã. De forma que de tão forte o ensino religioso, jamais estas pessoas conseguem raciocinar uma alternativa saudável de satisfação de sua sexualidade, tendo apenas no modo imoral, seu escape para a sua satisfação sexual.

Assim da mesma forma que o cristianismo ajuda muitos indivíduos que precisam de um freio pra seus impulsos, ele também condena e estraga a vida de muitos outros cidadãos que tentaram viver segundo a regra da igreja mas não conseguiram, e por não terem sidos ensinados a terem uma independência moral fora da religião, acabaram que se entregando ao vicio e completo desvio sexual.

Esdras Gregório


Escrito em 04 de agosto de 2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

Os cristãos e seus problemas com o sexo.


De todos os pecados alistados pelos cristãos, os sexuais sempre foram os mais importantes, os mais perigosos e os que eles sempre fizeram um maior policiamento para não cometer. Resultando disso também uma ira santa contra aqueles que nesses pecados caem com mais freqüências e descuidos. Pois eles não somente se alto disciplinam e se cobram a si mesmo, como também fazem vigilância na vida das outras pessoas moralizando suas ações conforme seu sentimento de repulsa ao sexo e em si.

Isso por que os outros comentem aquilo que suas próprias naturezas desejariam fazer em liberdade. Ou seja: a ira santa do cristão contra os tais pecados sexuais não passam de desejos reprimidos, pois como eles também têm naturalmente poderosos instintos sexuais que os fazem contantemente desejar uma sexualidade satisfatória, é inevitável que a revelação de ira exterior contra o sexo seja uma manifestação inconsciente de insatisfação sexual, já que a sexualidade humana não pode ser assim tão ignorada.

O sexo na vida do individuo humano não se trata apenas de um desejo e um prazer momentâneo, mas sim de um instinto complexo de sua natureza que interfere em todas as outras áreas de sua vida para o bom ou mal estar físico, emocional e intelectual do sujeito. Aonde a plena satisfação da sexualidade resulta na vida produtiva, saudável, calma e agradável do ser humano que foi criado com este mecanismo tanto quanto como foi criado pra comer dormir beber e descansar.

E é por isso que o tradicional cristão é um ser irado com o pecado e desejoso de uma vida celestial, pois a sua sexualidade é sempre limitada e podada por regras fixas incoerentes e insustentáveis e não por valores morais que julga a sua forma de satisfação sexual conforme a relatividade da circunstancia social e existencial de cada caso. Pois sendo privado aqui de se encontrar por ele mesmo um jeito satisfatório de sexualidade, só lhe resta desejar mesmo uma vida compensatória de gozos celestiais.


Esdras Gregório

Escrito em 19/07/11

Texto 14 da serie consecutiva: Sexualidade a-religiosa



domingo, 19 de junho de 2011

A seleção sexual no cristianismo


Como em qualquer outro lugar, na igreja cristã também acontece uma seleção natural dos indivíduos mais aptos tanto para a sobrevivência espiritual como para se posicionarem nos melhores lugares da vida religiosa. E o critério de seleção não é moral, não tem nada a ver com o caráter ou bondade de uma pessoa, mas com a capacidade de renuncia dos desejos sexuais tidos por pecaminosos e impuros na religião.

Sendo assim o cristianismo e a religião relegou a margem da vida cristã milhares de indivíduos de bom caráter e boa índole que nunca conseguiram ter o necessário domínio sobre seus impulsos sexuais, elegendo os mais castos e ascéticos, independente do bom ou mau caráter do individuo. Visto que o critério primordial de seleção espontânea da religião se baseia na capacidade de autodomínio sexual.

Pois durante o processo de adaptação religiosa do sujeito, naturalmente o indivíduo vai se fortificando ou se enfraquecendo, crescendo ou desviando do ideal de santidade do cristianismo de tal forma que: ou ele se torna um cristão bem sucedido na sua vida espiritual ou sendo fraco sai da religião ou permanece nela como um sínico que esconde de forma hipócrita sua verdadeira vida sexual tida por impura pela religião.

Deste modo o cristianismo cria monstros humanos dentro do ceio religioso, e expulsa naturalmente bons cidadãos que não tiveram o mesmo êxito em resignação do que os outros que por obstinação se fecharam em seu mundo alienado de religião para conseguir vencer suas tentações. Assim os indivíduos mais santos do cristianismo não são e nunca foram os cidadãos comuns e honestos, mas os com maiores capacidade de obstinação, fechamento e bloqueio para uma vida mais social humana e normal.

Esdras Gregório

Escrito em 19/06/11

Texto 13 da serie Sexualidade a-religiosa


terça-feira, 24 de maio de 2011

Os sexualmente puros


Na acirrada luta pela sobrevivência espiritual, nem todos alcançam o ideal de santidade sexual do consciente coletivo religioso da cristandade. Muitos ficam no caminho, poucos mantém um nível aceitável de vida sexual razoável e comedida conforme o padrão universal da igreja crista. Agora o porquê uns conseguem e outros não, a explicação dos religiosos é de um entendimento limitado e ingênuo sobre a questão da fertilidade, intensidade e capacidade dos indivíduos sexuais e sociais.

Sobre a influencia do estoicismo filosófico e do ascetismo religioso dos santos do deserto, as bases da vitoria contra a tentação foi fixada desde a muito tempo no esforço próprio do individuo em manter sua mente e corpo separados do pecado, levando a acreditar que todas as pessoas são capazes de tal disciplina na medida em quererem e se esforçarem para tal. Insuflando culpa moral aos que não conseguem viver a santidade possível a todas as almas humanas, relegando assim ao fracasso os que não resistiram.

Entretanto tal capacidade de ser santo casto ou moderado na vida sexual é na verdade a inaptidão natural para uma vida sexual reprodutiva da espécie. Pois o que até hoje foi considerado como luxuria sexual nada mais é do que estrema fertilidade sexual de alguns indivíduos na natureza. Sendo que quanto menos saudável, juvenil, sensual e tudo que representa atração instintiva dos genes individuais para reprodução, menos oportunidade de relações sexuais se tem o individuo e mais fácil é para tal a santidade.

O que até hoje foi considerado pela religião como santidade, pela seleção espontânea da natureza foi avaliado como inaptidão sexual. Visto que para o sucesso da perpetuação da espécie os seres sociais precisam não só de sexualidade, mas também de uma sensualidade que nada mais é do que a naturalidade sexual e facilidade em atrair e ser atraído sexualmente para a reprodução humana. Isso é tão verdade na sociedade como na natureza animal aonde facilmente estes indivíduos se reproduzem.

Por isso que os detentores tanto da pratica como do ensino da pureza sexual sempre foram os indivíduos mais velhos, mais franzinos, mais tímidos e ineptos para uma vida sexual produtiva e saudável. Ficando sempre aquém deste ideal de santidade os indivíduos mais robustos, mais jovens, mais belos, mais espontâneos instintivos e naturalmente sensuais. Ou seja: aquilo que a religião reputa como fraqueza moral, é a força irrefreável da nata e fina flor dos melhores indivíduos destinados a reprodução.

Esdras Gregório

Escrito em vinte quatro de maio de dois mil e onze

Texto dose da serie sexualidade a-religiosa


segunda-feira, 16 de maio de 2011

A diabolicidade da tentação


Tradicionalmente o cristão acredita ter que lutar contra três forças que atacam a sua fé. O mundo, a carne e o diabo. Do diabo vem a tentação preparada, e tramada sutilmente contra sua vida. O que o faz crer que toda vez que a tentação toma os níveis de pessoalidade e inteligência, ele não esta somente sendo tentado por um mundo corrupto e uma carne pecaminosa, mas contra uma força maligna inteligente.

Naturalmente ele sofre do desejo generalizado pela beleza e saúde dos possíveis pares sexual. Mas quando em determinado ponto, tal desejo se torna direcionado, e concentrado em um individuo especifico. A sua visão de mundo chega ao cumulo da paranóia religiosa que vê propósito diabólico em tudo contra sua vida de comunhão religiosa. Ignorando que o desejo sexual direcionado vem da natureza e não do diabo.

Instintivamente o desejo sexual é despertado pela saúde e beleza do par sexual oposto que representa o sucesso da conjunção em seu fruto procriado. Entretanto, a natureza humana é de tal forma que um individuo da espécie sente fortemente atração sexual por outro quando encontra as melhores características de combinação com seus próprios genes, formando assim o melhor casal possível. Isso é seleção natural.

A paixão humana é a maquinação inteligente dos genes inconsciente de cada pessoa. É o desejo especifico por um só companheiro, que instintivamente é desejado pelas qualidades temperamentais e físicas do parceiro. É a natureza em sua inteligência inconsciente e genética buscando o aperfeiçoamento da espécie. Atraindo e combinando os melhores parceiros possíveis para a mais perfeita e saudável prole.

Por isso, durante a vida o cidadão na complexa sociedade humana que fez sua escolha para o matrimônio de uma forma racional, vai ser pego em varios momentos de sua vida sendo fortemente e apaixonadamente atraído por outros possíveis parceiros que representam destruição para sua vida social e pessoal, mas instintivamente o aperfeiçoamento dos seus genes no filho do outro. De forma que as escolhas racionais nem sempre são as das demandas do seu próprio instinto que não tem regra moral ou moderador que o faça desejar apenas a pessoa escolhida para o resto de sua vida.

Esdras Gregório

16/05/11

Texto onze da serie consecutiva sobre sexualidade.



segunda-feira, 9 de maio de 2011

A tentação da carne



A vida do cristão é marcada pela presença constante daquilo que ele chama de tentação. Que é mais uma neurose, uma alteração religiosa da visão de um fenômeno biológico natural interpretado de uma forma religiosa obcecado, e deturpada exatamente pelo fato de este ser estar podado e proibido de poder se permitir a conhecer e assim entender a verdadeira natureza e propósito do instinto sexual.

Todo um fenômeno de atração sexual que visa à perpetuação da espécie que é um mecanismo instintivo que inconscientemente vê no outro sexo todas as características a qual representam saúde para a prole do possível casal é vista pelo cristão como tentação. Como algo criado propositalmente contra a sua fé, como um atentado a sua vida religiosa em busca de uma pureza que o conduza ao seu ideal de vida santificada.

E o que ele não entende é que toda esta tentação ou desejo nele é voltado somente para um fator condicionado: a beleza e a saúde do individuo sexual pela qual ele se sente atraído. Ou seja: a tentação é exatamente o mecanismo que a natureza criou para melhor perpetuar a espécie saudável e perfeita. E a tal tentação que perturba o homem religioso, e nada mais do que o funcionamento do organismo biológico de reprodução.

Portanto, aquilo quem para ele tem um teor religioso de provação, de tortura e de sedução pecaminosa contra a sua vida, não é algo espiritual religioso projetado ou malignamente engendrado na natureza contra a sua fé. Mas a mais pura manifestação natural da sua potencialidade de vida como individuo e de continuidade como espécie. Não existe tentação, o que existe é atração sexual pela qual o individuo é responsável.

Esdras Gregório

Escrito em 09/05/11

Texto dez da serie sistemática: sexualidade a-religiosa


segunda-feira, 2 de maio de 2011

O desejo de pecar


De todos os equívocos perpetrados na consciência religiosa do povo pelo cristianismo, o maior foi o de acreditar que existe um desejo de pecar, um desejo de cometer adultério ou qualquer desejo de comentar um pecado da carne. Como se existisse consciência no instinto humano ou como se um germe maligno existisse nos desejos humanos que dirigissem o homem ao desejo de cometer ou fazer algo por ser pecado.

Os instintos não desejam o adultério ou prostituição, eles desejam sua satisfação natural para qual foram mecanicamente criados. Não há consciência e intenção no desejo sexual, mas involuntariedade inconsciente e não direcionada. O instinto não deseja a principio algo por ser errado, pois não é um ser pessoal que tem consciência moral, mas um impulso nato que visa o seu funcionamento normal e saudável.

Não existe na natureza uma consciência de se desejar satisfazer as vontades da carne de forma direcionada e moral, como se um individuo só tivesse desejos pelo seu parceiro oficial. Na natureza o instinto apenas inconscientemente deseja a satisfação de forma aleatória, não por ser certo ou por ser errado, mas por ser atraído pelo prazer que faz parte do mecanismo que induz organismo ao funcionamento adequado.

Portanto não existe o desejo de pecar, mas o desejo naturalmente cego e aleatório que deve sim ser direcionado a um modo de satisfação que não lese e prejudique o próximo. A moralidade esta na decisão consciente e não na vontade involuntária, por mais que ela seja direcionada a uma forma de satisfação conhecida como imoral e prejudicial. O instinto não tem controle sobre seu alvo, apenas a deliberação humana.

Esdras Gregório

02/05/11

Texto nove da tese: sexualidade a-religiosa


domingo, 24 de abril de 2011

A moralização das pulsões sexuais


No cristianismo todas as pulsões, pensamentos e excitações sexuais não são produtos involuntários da produção de um instinto vivo e intensamente ativo no ser humano, mas tentações e desejos malignos e pecaminosos em si, feios de se sentir, aos quais devem ser duramente reprimidos por serem perigosos para fé. Que perturbam o fiel em sua caminhada em direção a uma vida sem pecado.

No inconsciente coletivo geral dos cristãos, tudo relacionado a desejo, pensamento e fantasia sexual são frutos do pecado engendrado na natureza humana corrompida, que instiga o homem ao pecado, que o leva a desejar o pecado. Ou seja, todo um mecanismo humano de funcionamento de instinto é visto não pelo seu real motivo natural, mas de forma pejorativa pela religião.

Assim como a preocupação e a necessidade de alimento ocupa uma parcela do pensamento e do desejo do homem junto com as necessidades de trabalho pelo bem estar e reconhecimento social pela necedade instintiva de viver em grupo, o instinto sexual inerente no ser humano produz seus mecanismos de insatisfação e meios de satisfação para realizar sua função natural no homem e na espécie.

O próprio corpo do homem e da mulher é criado de forma a desejar e se preparar para a satisfação sexual, de forma que os sentimentos e volição relativos à sexualidade é parte inevitável dos pensamentos diários comuns de todos os indivíduos saudáveis na natureza e na sociedade. As fantasias, as excitações sexuais são produtos diretos de um complexo mecanismo humano.

E assim como o homem tem responsabilidade moral e social de satisfazer todas as suas necessidades humanas incluindo sua busca por abrigo, aceitação social, alimentação, ele também tem a responsabilidade de buscar a melhor forma de responder as demandas dos desejos sexuais que estão nele cobrando a sua necessária satisfação para o bem estar físico e emocional do homem.

Pois o que é moral ou imoral é a forma saudável ou destrutiva como se satisfaz tal desejo e não o desejo em si, com suas pulsões que são involuntárias e naturais no homem. Pois o instinto pede e cobra do homem o seu tributo de tal forma que não pode ser ignorado ou rebatido ferozmente. O que o instinto quer e deseja não é pecado, nele não existe moralidade, mas um organismo natural.

Esdras Gregório

escrito em 24/04/11

Texto oito da serie sexualidade a-religiosa

sábado, 16 de abril de 2011

O desejo como pecado



É tão real que para o cristão ate mesmo o impulso e o desejo sexual já é pecado que somente o homem ao sentir a atração sexual por uma mulher ele já esta pecando. E isso por interpretar uma só passagem bíblica que faz a referência que ao cobiçar uma mulher, o homem já esta pecando. Interpretação errada da passagem que não vê o simples impulso como pecado, mas sim a decisão.

Pois a atração sexual é tão natural como involuntária e mecânica. Todo homem adulto sabe que para se chegar a um adultério tem que se projetar a isso, tem que decidir e investir nisso, não se trata de simples atração sexual, mas de decisão consciente e programada para se chegar ao objetivo do desejo com êxito. É disso que se trata a passagem: da decisão racional para o adultério.

Com base em uma interpretação errada, toda uma moralidade equivocada se constrói no incomnciete coletivo da cristandade desde o seu começo ate a modernidade. Pois pensando que o impulso e atração sexual em si, já e pecado, já se tem primeiro uma visão moral de um instinto nato que não tem pecaminosidade nem uma em sua atuação, antes sim um mecanismo natural.

Ao ver pecado no desejo sexual, é impossível que se entenda perfeitamente o que realmente é errado nas relações humanas que envolvem a sexualidade e suas conseqüências. Pois parte já do começo de um principio doentio, que só pode produzir uma moral doente. Que não percebe o simples ensinamento do conceito bíblico que enxerga pecado não no sexo, mas na decisão para uma relação que não produz bem, pois o erro é satisfazer tal desejo neste contesto.


Esdras Gregório


Escrito em 16/04/11

Texto sete da serie sexualidade a-religiosa


domingo, 3 de abril de 2011

A irracionalidade da moral dos cristãos


Sexo só e errado ou pecado quando lesa e prejudica o próximo. Esse é o principio Racional simples da lei moral universal da consciência de todos os homens, mas como e de que forma prejudica e faz mal ao próximo, esta determinada pela época cultura e situação existencial de cada indivíduo. O que fez bem a um povo e época pode não fazer bem a outro e o que era certo no passado pode não produzir o mesmo bem em uma outra civilização e cultura.

O principio racional e justo da lei moral universal não vê e nem enxerga sexo como instinto pecaminoso por si mesmo, mas como mecanismo humano inteligente de reprodução da espécie e bem estar individual pelo bom funcionamento da estrutura total do homem. Contudo a comunidade cristã no geral desde o começo de sua formação não se baseou sua moral a um princípio racional universal, mas se firmou sobre a obediência cega aos mandamentos.

A força da submissão cristã esta na sua lealdade aquilo que ela entende como lei e vontade de Deus e não aquilo que ela venha a conceber como mandamentos e medidas de preservação do bem do homem no geral e de si mesmo particularmente. Pois não é o entendimento de que a obediência produz a paz e o direito do próximo que motiva a continência cristã. Mas sim uma postura em que o homem se posiciona a obedecer os mandamentos por eles serem de Deus.

E por serem de Deus, e por estarem sobre sua manutenção e vigilância que castiga e recompensa, os tais não podem e não deve ser questionados. Mas obedecidos fielmente ou cegamente pela autoridade de quem os manda, e não pelo valor do mandamento em si mesmo. Portanto sobre a base do temor a Deus, ou mais precisamente sobre o medo da punição e não sobre o interesse do bem estar do próximo envolvido é que se funda a base irracional da moral cristã.

Esdras Gregório

Escrito em 03/04/11

Texto seis da serie sexualidade a-religiosa

segunda-feira, 21 de março de 2011

A neurose sexual do cristianismo



A sexualidade no cristianismo é um problema mal resolvido, mal explicando, e fundado sobre preconceitos sexuais antigos, que por medo herdado e imposto, não se permite ser revisado. O que foi estabelecido na infância da fé crista como medo de pecar, medo da conseqüência do pecado, ficou como trauma caracterizado no cristianismo adulto que não sabe lidar com isso, que não sabe refletir racionalmente sobre isso.

Desde cedo não só o cristianismo no geral, mas também o cristão particular já é impelido a ver a sexualidade de um ponto de vista religioso de tentação e não de instinto humano. Desde a infância o fiel aprende a temer o pecado sexual mais do que todos os outros. A tabua rasa e virgem de sua memória infantil e raciocínio simples já são profundamente marcados por isso. Que norteiam todo seu crescimento sobre este apoio.

O desejo sexual para o cristão já é pecado por sim, que por isso precisa ser rigorosamente delimitado a sua ação inevitável. Tal desejo visto como pecado, por vim de uma natureza pecaminosa é desde o começo rastreado e condensado com rigor desmedido, com olhos incansáveis de homens perturbados pela atração poderosa e perigosa que o instinto sexual reprimido causa no organismo e psicológico insatisfeito do homem.

Com uma formação religiosa de medo, preconceito, insatisfação e perturbação desde o começo da fé, é inevitável que no estado adulto da história da doutrina e da vida devocional do fiel, não se tenha formado uma visão doentia da sexualidade, que não é vista pelas suas exigência naturais. Que só são pecados ou errados pela sua satisfação egoísta que lesa o próximo, como é errado satisfazer qualquer extinto básico humano com prejuízo do outro, e não errado por seu impulso nato, como são crido.

Esdras Gregório

Escrito em 21/03/11

Texto cinco de cerca de quase trinta da serie sexualidade a-religiosa.

sábado, 12 de março de 2011

Sexo visto na antiguidade como puro prazer.


O grande erro de interpretação dos antigos foi em ver o sexo como prazer momentâneo de auto-satisfação imediata. Foi daí que surgiu toda a questão dos estóicos contra os epicuristas da luta da nobre razão contra os desejos baixos do corpo, readaptada ao cristianismo na luta da carne pecaminosa contra o Espírito Santo. Foi com uma visão tão limitada dos prazeres sexuais que se formou a moralidade secular e filosófica antiga e a doutrina crista sobre tal influencia.

Muito alem do prazer imediato e da função de reprodução sexual, o sexo tratasse se algo essencial ao equilíbrio total do endivido humano, tratasse do seu bem estar geral e não de um simples momento de prazer. Sexo é vital como todo instinto que visa o funcionamento sadio do homem. Que promove o seu bem estar emocional e psicológico. Cujo prazer do ato é o mínimo do resultado positivo que ele proporciona ao ser dotado de sexualidade funcional e inerente.

Foi vendo erroneamente o sexo de um ângulo pejorativo de puro prazer momentâneo que se criou todo este tabu sobre o sexo como algo impuro que deveria ser rigorosamente racionado e policiado. Pois ao tratar de algo tão nocivo por si, de prazeres efêmeros, o homem deveria evitar o máximo possível a sua satisfação sexual que era apenas um mal necessário. E assim o cristão deveria buscar deleites duradores do céu e não prazeres passageiros da carne.

Mas sexo é apenas a ponta de uma estrutura complexo de instinto de funcionamento e reprodução humana. Seu prazer imediato é apenas uma forma inconsciente do mecanismo do instinto de garantir a sua continuidade necessária. O corpo humano funciona para necessitar de sexo como de água, de sono e de alimento. Pois tais instintos alem de vitais para a vida saudável do indivíduo, também garante a perpetuação contínua da espécie humana na terra.

Portanto se sexo por si mesmo fosse visto como garantia de bem estar humano geral e não simples prazer de momento, nossa moralidade ia partir de um outro ponto e não de uma interpretação equivocada de filosofias antigas. Cada época teve sua moralidade, e a moral de um tempo remoto, mesmo que em nome de Deus, não pode ser absoluta para todos os tempos e povos humanos. A não ser como instinto funcional que visa o bem do homem. Só o bem é absoluto.

Esdras Gregório

Escrito em 12/03/11

como texto da serie sistemática sobre sexualidade a-religiosa.

quarta-feira, 2 de março de 2011

A inferioridade da moralidade cristã.


Pelo contexto de cada uma a moral sexual dos judeus é muito superior aos do cristão primeiro por não ser construída com retalhos de influencias de uma sociedade complexa e pronta como a que os cristãos estavam inseridos. A moral dos judeus é legislativa, e foi construída como lei social de uma sociedade basilar e federativa, e não como filosofia de vida de uma crença privada de um povo situado no meio de uma sociedade homogenia.

Os legisladores judeus ao formarem as leis morais de sua nação emergente, não receberam influências ideológicas de grupos de filósofos ou de crenças religiosas de seitas partidárias, mas fundaram sua moral com profundas bases legais como faziam as grandes nações poderosas e prosperas de sua época. Toda a sua influencia vem do modo federativo de governar

Não existe em nem uma passagem dos escritos judaicos referencias aos instintos sexuais como sendo algo impuro, pervertido, mau ou inferior como se encontra nos escritos cristãos e filosóficos dos tempos do helenismo. Eles não receberam tal influência, mas formaram suas leis com solidez legislativas e praticas com o intento de promover uma sociedade saudável.

Religião e governo se fundem num só estado, e o que era pecado para o judeu também era um crime. E crime sempre se pune com o fito de curar a sociedade. E todas as leis sociais existem e existiram até hoje para promover o bem geral. O que era pecado ou crime era por obstruir o andamento normal da sociedade, e não tinha nada a ver com questões espirituais de natureza pecaminosa.

Os legisladores judeus entenderam pecado como algo que pertubava a paz, como ação egoísta de cidadãos que prejudicavam o próximo e não a satisfação de desejos impuros. Não ha referencia alguma a sexualidade como algo inferior ou pecaminoso em si, mas somente como possíveis atos que lesavam o próximo e pervertia a sociedade. Por isso tais pecados eram punidos como crimes e impostos a força de sanção divina.

Esdras Gregório

Escrito em 02/03/11 como parte basilar dos textos coordenados que visam desnudar a moralidade cristã e evangélica em sua fragilidade.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A cristandade sob a influência do estoicismo.



Mesmo que os fundadores do cristianismo tenham tentado estabelecer a base da moralidade cristã no cumprimento do amor, no conjunto geral os cristãos sempre foram coagidos pelo medo ou pela recompensa da observação. Não foi por amor ao próximo que os santos viveram uma vida de abstinência, mas sim pelo valor da virtude em si, pela dignidade pessoal que ela confere.

Isso por que o cristianismo como religião não cresceu e floresceu em um terreno vigem de ideologia, mas no centro máximo da cultura mundial de sua época e no apogeu da cultura helênica da qual influenciou profundamente os seus principais lideres que beberam tais ensinos como base moral de sua formação e estrutura intelectual. Não podia ser diferente: nem uma religião ou filosofia se forma sem um “mote” e base como pressupostos de sua legalidade.

Naquele tempo ainda não eram cuidadosamente estudados os desejos natos oriundos da sexualidade humana pelo ângulo de seu motivo instintivo e natural de procriação, mas como desvio ou baixos instintos que lutavam contra a razão. Sobre esta base estóica filosófica de que a carne é má e inferior ao espírito e a razão, toda a moralidade cristã foi formada, vendo assim os desejos sexuais como desejos impuros por si mesmo, e não pelos resultados praticos.

Por tanto por fidelidade aos formadores da doutrina cristã, até o dia de hoje os instintos e apelos sexuais são visto no cristianismo de forma pejorativa. Como tentações, e não como impulsos da natureza. E por isso são reprimidos: por se julgarem maléficos em si, não por motivos racionais de se causar o mal ao próximo envolvido na questão. Ou seja: sobre um profundo preconceito de moralidade antiga, e sobre a coibição do beneficio da obediência e prejuízo da transgressão os cristão hoje e sempre seguem a sua moral e não pelo amor.

Esdras Gregório

Escrito em 21/02/11 como continuação periódica e organizada do tema: sexualidade a-religiosa

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A falsa base moral da sexualidade cristã.



Toda moralidade, a priori surge na sociedade por uma questão de ordem e não de mérito. O merecimento ou censura, punição ou premio vem como garantia do cumprimento das leis morais e sociais que visam unicamente a paz e tranqüilidade de um grupo social. Nem uma lei deve ser obedecida por medo ou por recompensa, mas pelo valor do bem estar geral que a execução dela proporciona. Esse é o principio básico de uma moralidade saudável.

Mas tal principio, justo, racional e razoável não é, e não foi suficiente até agora para frear as paixões humanas, que são movidas por desejos cegos e não por reflexões de valores. Precisando assim de se impor medo ou recompensa para se poder promover o beneficio geral do grupo social das quais estas pessoas estão inseridas. Pois como o ser humano é movido, mais pela força do instinto do que por valores morais, estes meios se tornaram necessários.

Assim com medo da punição e visando o beneficio da obediência o cidadão de uma civilização ou seguidor de uma religião pautou até agora seu motivo maior de obediência e renuncia não por buscar necessariamente o bem geral do cumprimento da lei, que é o motivo da existência da moral e legislação, mas pelo benefício próprio de sua obediência. Criando assim uma moralidade com base em recompensa e punição e não de valores humanos e sociais.

Com base neste pressuposto falso de moralidade, foram fundadas religiões e filosofias, sendo a mais conhecida das antigas, o estoicismo filosófico que valoriza a obediência pelo valor próprio da obediência e não pelo benéfico do cumprimento geral que as leis visam promover. O estoicismo enaltece o direito pelo direito a honra pela honra e a dignidade pela dignidade e não a felicidade e valor do ser humano beneficiando que deveria ser o alvo principal do direito.

Como o animal homem não é regido por estes valores essenciais, por ser um ser egoísta irremediável por natureza, governos e religiões dominaram os homens com base na moral de benefícios e perdas que é o que o homem deseja e teme. Pois tentar fazê-lo obedecer com base na reflexão do valor da existência e do motivo da lei, não é e nunca foi sugestivo e instigador para a obediência dos indivíduos de um grupo social. Com esta base superficial e equivocada o cristianismo também criou sua moralidade e principalmente sua moral sexual.


Esdras Gregório 10/02/11

Passo agora a tratar neste ano e no meu blog de forma mais ou menos ordenada quase que somente de um tema só: sexualidade a-religiosa. Começando a desconstruir a moral sexual do cristianismo analisando suas fontes sagradas, para estabelecer uma moralidade secular com base no naturalismo filosófico e na tese do direito e responsabilidade sexual adulta.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Animal domestico


O que possibilitou as interpretações fabulosas e poéticas da má conduta humana como se originando no pecado de um só homem, que tornou por sua causa toda a humanidade corrompida em sua natureza, foi a realidade inegável da maldade humana, que desde sempre possibilitou inúmeras teoria e filosofias da origem e explicação metafísica do mal como entidade maligna ou germe pernicioso dentro do homem.

Pois se olharmos o homem sem nem uma influencia comovente e romantizada da religião, veremos que não existe pecado como algo espiritual herdado, mas somente maldade humana. Mas não maldade como se originando de uma essência má no homem ou no universo, mas maldade como fruto conseqüente do animal egoísta que o homem é. Pois apesar de racionais, é isso que somos: animais!

Não adianta florear a realidade com interpretações apoteóticas de redenção e Queda, pois o homem é e sempre foi um animal instintivamente egoísta que pensa sempre primeiro em si mesmo, como todos os outros bichos da natureza. Não adianta se empolgar com interpretações emocionantes de uma explicação para a origem e solução para o pecado humano, pois em essência o homem não é nem mal e nem bom, mas naturalmente egoísta e amante de si.

Não existe pecado herdado nos genes do homem. O homem é simplesmente um animal amoral que não tem em si mesmo nem um impulso para o mal. Mas que apenas deseja cegamente por instinto a satisfação de suas ânsias e necessidades básicas que os levam a atos de egoísmo hediondos que produzem mesmo: perguntas extasiadas e interpretações utópicas de uma realidade simples sem poesia e enredo cósmicos e espirituais, mas apaixonantes de se defender como crença e teoria teológica.

Mas nem por isso a religião que mais contribuiu para as interpretações mais irreais da origem do mal, que não tem origem cósmica espiritual, deixa de ser essencialmente um excelente meio de redenção para a civilização humana na terra. Isso por que como animal selvagen e indomável que é o homem, ele precisa sim das coleiras da religião e dos adestradores da filosofia e educação moral da sociedade. Pois mesmo o homem não precisando ser salvo espiritualmente, ele precisa sim de ser adestrado, pois sendo o único animal racional, é o mais fácil de ser domesticado.

Esdras Gregório

escrito em 28/10/2010

domingo, 30 de janeiro de 2011

Autismo religioso



O que faz com que um crente e cristão acredite que ele vai ser salvo e os outros perdidos, que ele vai ser protegido e abençoado por Deus e os outros não, é a profunda alienação com os homens e seu autismo psicológico refletivo a qual faz com que ele se feche em seu mundo de pensamento e sentimentos exclusivos e indiferentes ao outros.

Toda vez que a mente se concentra em um ponto definido e fixo constantemente, ela naturalmente negligencia outras áreas e faculdades de atuação do seu próprio potencial de ampliação de conhecimento e habilidades humanas. Refletindo e sentindo tudo sobre um mesmo e único ponto de vista que ofusca todo um outro mundo de perspectivas.

O crente não vê o próximo como uma pessoa exatamente normal e igual a ele com sentimentos significativos e historias pessoais valiosas. Mas sim como mais uma alma a ser salva para o seu modo de ver e sentir as coisas. O crente ignora os valores e essência particular do outro. O cristão não escuta o próximo antes só quer conquistá-lo.

Se cada cristão saísse do seu mundo, e ouvisse atentos a historia particular de vida segunda a perspectiva e sofrimento de cada um, se cada cristão sentisse a honestidade da fé diferente do seu próximo, se cada crente parasse para ouvir os pensamentos do outro sem interromper com a sua inserção, ele não acreditaria nas coisas que acredita.

Mas não! O cristão é um autista no mundo! Não vê a vida do próximo, não enxerga as mil possibilidades humanas, os milhões de fatores determinantes, e as inúmeras experiências inevitáveis de vida. Só assim direcionados a ver segundo uma única ótica, se pode acreditar que pessoas tão humanas e comuns como nós em tudo, irão se Perder!

Esdras Gregório

Escrito em 30/01/11

sábado, 22 de janeiro de 2011

O jardim do Éden


A vida é infinitamente significativa por si só, e não precisa de justificativa para isso, ela se alto justifica sozinha. Seu valor intrínseco é absoluto por força imperiosa de constatação. Por isso tanta grandeza se impõe como divino e sagrado tanto em essência como em origem. E o seu começo não poderia ser diferente de como é: milagrosamente místico e misterioso. A sua genesis esta tão distante como é desmesurado a sua concepção.

Toda e qualquer interpretação dada para o começo e propósito da vida que não esteja altura de sua grandeza a priori, deve ser rejeitando com incompatível com o valor que a vida tem e dá a si mesma. Um mundo tão incrível e tão vasto, não poderia ter um fim tão mesquinho como se sendo um palco e brinquedo dos deuses, como também não poderia ter um começo tão sem sentido, sem mistério e sem magia num acaso acidental.

Tanto a teoria da Criação como da evolução ainda são pequenas diante da grandeza da vida. Na verdade não passam de presunções impostas como respostas que foram dadas para perguntas urgentes e necessárias para se poder viver produtivamente sem se perder no vazio das questões primarias e existenciais. Mas antes viver deslumbrado diante do Assombro da grande origem inexplicada da vida, do que dar e criar respostas tão limitadas.

Estamos aqui, e parece que o universo inteiro em sua grandeza incomensurável foi feito pra ser visto, para ser descoberto. E no meio deste espaço infinito, somos um oásis num deserto árido e sem vida. A terra é o Jardim do Éden da alegoria bíblica. Mas não creio que fomos criados em seis dias e também não creio que chegamos a este ponto de evolução por milhares de anos. Mas sinto que fomos colocados cuidadosamente aqui.


Esdras Gregório

Escrito em 21/01/11

domingo, 16 de janeiro de 2011

A inculpabilidade humana.


Na historia da catalogação e qualificação da moral nas legislações e tratados de moralidade pelos estadistas, filósofos e profetas, os mais injustiçados fora exatamente os injustos. Não necessariamente os maus, mas os não justos: os pecadores, os malfeitores os desobedientes os marginais, os viciados os antinaturais e todos os desastrados e azarados desta nossa existência.

Pois foram tratados como se eles realmente tivessem em última instância culpa do seu estado de ser e proceder. Como se o poder mudar ou evitar tais condutas procedentes de seus estados de espírito, estivessem em seus plenos poderes. Assim sem o conhecimento real de centenas de fatores determinantes de conduta e temperamento, tais pessoas foram avaliadas e tachadas injustamente como culpadas do seu estado miserável de existência.

Estas tais pessoas não tiveram isso de livre escolha. Não no sentido ultimo. Pois elas foram livres somente para escolher fazer isso ou aquilo, mas não para ser outra pessoa além do que eram. E o que elas eram determinava inexoravelmente o que escolhiam. É a vida, e suas tragédias e encruzilhadas que os moldaram, foram suas tendências herdadas que os impulsionaram, e nem uma escolha esteve além do âmbito de suas possibilidades de ser.

Não existe exceções somos determinados por infinidades de tendências, motivos, impulsos, desejos, medos, receios, expectativas, perspectivas, ansiedades e sensações de todos os tipos. Mais volições, propensões e miríades de mal estar físicos e psicológicos, tanto como ambientes sugestivos temperamentos ressaltados e um monte de coisas que nos fazem quem somos e o que fazemos em milhares de situações determinantes.

O homem é fruto inevitável do meio em que vive. O individuo: produto da sociedade. E o ser humano já herda ao nascer tendências nata de temperamento que nortearão suas escolhas para o resto da vida. Sua aparência, seu porte, sua mentalidade e seus impulsos inerentes definirão que futuro poderá ter conforme suas experiências fatais. De forma que no quebra cabeça complexo da sociedade e existência alguns são aleatoriamente jogados a margem da moral, se tornando os piores pecadores por incidirem neles as piores condições determinantes de conduta e personalidade.

Esdras Gregório

Escrito em 14/01/11

domingo, 9 de janeiro de 2011

A alma piedosa


O santo não é um homem feliz, mas mesmo assim a sua vida é carregada de sentido e significado como nem uma outra em todo o mundo. A alma piedosa é uma singularidade paradoxal da existência, aonde gozo indizível e angustias intensas dilaceram o mesmo corpo e o mesmo ser.

Por uma lei inexorável de causa e efeito da natureza é impossível que o seja feliz. O homem verdadeiramente piedoso é um ser podado, e limitado em sua potencialidade de vida. É um homem cujas vontades geradoras de satisfação e bem estar estão sobre o domínio de outro ser que não é ele, que o restringe, e que o priva de ser quem ele desejaria ser.

A felicidade esta física e psicologicamente ligada às desenvolturas de possibilidades das nossas potencialidades naturais. Felicidade é poder, é a fruição sem nem um bloqueio de todos os impulsos de vida. Feliz é aquele que é o que pode ser; aquele que vive as suas possibilidades, que desenvolve a sua naturalidade consciente de sua potencialidade.

O santo não somente nega os seus sentidos e impulsos naturais como também não desenvolve suas faculdades de vontade e razão. Ele não faz, não age como quer, mas espera, vive da esperança, sua vontade é podada. E ele nega os questionemos da racionalização. Ele não vê a razão como verdade, mas como tentação contra sua crença, a alma piedosa é fiel a fé, mas não é honesta com a razão e realidade.

O homem piedoso é infeliz em sua vida diária simplesmente por uma lei natural aonde o corpo e razão e todas as suas potencialidades mandam um recado para o celebro de insatisfação. Mas por outra lei estrema de sobrevivência a alma piedosa acaba encontrado em sua abstinência um sentido tão grande, e um gozo tão intenso em seu momento de repouso. E o piedoso não faz nada de graça, ele é legalista, espera a recompensa.

A intensidade de suas dores, de suas privações, eleva a percepção de prazer quando a sua tentação passa, quando a sua alma desanuviada vislumbra o valor de suas recusas, quando o seu coração cansado descansa satisfeito de sua luta significativa. O santo é um antinatural no mondo, um infeliz, mas ainda alguém cheio de sentido de vida, paradoxalmente e, exatamente por negar as potencialidades de vida.


Esdras Gregório (Gresder Sil)

Escrito em oito de janeiro de dois mil e onze.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A reconstrução de um novo homem


O homem não pode mais se pautar ao conceito do senso comum de bondade e maldade para construir o seu procedimento diante do mundo. Homem bom e o homem sensível são tripudiados em relacionamentos amorosos, profissionais e sociais pelos mais fortes quem se aproveitam desta fraqueza chamada bondade.

A bondade tem sido a arma e o recurso dos fracos. A religiosidade tem sido o trunfo dos desfavorecidos na luta pela sobrevivência entre os homens. O homem forte não precisa ser bom. O homem grande tem o seu próprio poder como arma e defesa. Já o fraco, só lhe resta como saída ser bom, ser afetivo, ser paciente.

Dirigir se pelo que a sociedade e religião dita como bem e mal é possibilitar a perpetuação da exploração dos mais fortes contra os fracos. O homem tem que se superar a si mesmo, ir alem disso, tem que estar acima do bem e do mal, tem que elevar a bondade a níveis de Consciência e não de sentimentos intrínsecos.

Não existe bondade inerente, não existe o bem como virtude moral. O que existe são bichos humanos e animais racionais que vivem de seus instintos e que são regidos pela brutal leia da sobrevivência dos mais fortes. Por isso o novo homem não pode ser mau como os fortes e nem bom como os fracos, mas Consciente.

Nem uma lei mais, quer humana ou divina deve reger a consciência de um homem que quer superar-se em seus instintos humanos. Pois dobrar-se em humilhação perante tais leis, é reder se a dominação dos fortes detentores da escravização. O homem tem que ter a sua própria lei de consciência do que é bom.

E não mais deve ser bondoso, benigno, espiritual, romântico e sensível, e escraviza-se perante a religião, sociedade, seus semelhantes e seus parceiros sexuais. O homem ter que ser bom ou mau na medida em que isso produza o bem, na medida em que ele é adulto e firme o suficiente para ter tal Consciência.

O novo homem, que não é mais escravo de seus instintos, que se superou em sua fraqueza mental imposta pela religião não é bom ou mau, mas reto, racional, consciente, forte e corajoso que impõe arbitrariamente pela força o que é bom para os seus, o que é saudável para sua família e o que for digno para o homem.

Esdras Gregório (Gresder Sil)

Escrito em 4 de janeiro de 2011

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