
Na acirrada luta pela sobrevivência espiritual, nem todos alcançam o ideal de santidade sexual do consciente coletivo religioso da cristandade. Muitos ficam no caminho, poucos mantém um nível aceitável de vida sexual razoável e comedida conforme o padrão universal da igreja crista. Agora o porquê uns conseguem e outros não, a explicação dos religiosos é de um entendimento limitado e ingênuo sobre a questão da fertilidade, intensidade e capacidade dos indivíduos sexuais e sociais.
Sobre a influencia do estoicismo filosófico e do ascetismo religioso dos santos do deserto, as bases da vitoria contra a tentação foi fixada desde a muito tempo no esforço próprio do individuo em manter sua mente e corpo separados do pecado, levando a acreditar que todas as pessoas são capazes de tal disciplina na medida em quererem e se esforçarem para tal. Insuflando culpa moral aos que não conseguem viver a santidade possível a todas as almas humanas, relegando assim ao fracasso os que não resistiram.
Entretanto tal capacidade de ser santo casto ou moderado na vida sexual é na verdade a inaptidão natural para uma vida sexual reprodutiva da espécie. Pois o que até hoje foi considerado como luxuria sexual nada mais é do que estrema fertilidade sexual de alguns indivíduos na natureza. Sendo que quanto menos saudável, juvenil, sensual e tudo que representa atração instintiva dos genes individuais para reprodução, menos oportunidade de relações sexuais se tem o individuo e mais fácil é para tal a santidade.
O que até hoje foi considerado pela religião como santidade, pela seleção espontânea da natureza foi avaliado como inaptidão sexual. Visto que para o sucesso da perpetuação da espécie os seres sociais precisam não só de sexualidade, mas também de uma sensualidade que nada mais é do que a naturalidade sexual e facilidade em atrair e ser atraído sexualmente para a reprodução humana. Isso é tão verdade na sociedade como na natureza animal aonde facilmente estes indivíduos se reproduzem.
Por isso que os detentores tanto da pratica como do ensino da pureza sexual sempre foram os indivíduos mais velhos, mais franzinos, mais tímidos e ineptos para uma vida sexual produtiva e saudável. Ficando sempre aquém deste ideal de santidade os indivíduos mais robustos, mais jovens, mais belos, mais espontâneos instintivos e naturalmente sensuais. Ou seja: aquilo que a religião reputa como fraqueza moral, é a força irrefreável da nata e fina flor dos melhores indivíduos destinados a reprodução.
Esdras Gregório
Escrito em vinte quatro de maio de dois mil e onze
Texto dose da serie sexualidade a-religiosa