
Meu Deus! Não é possível que a nossa mentalidade judaica dos tempos da antiguidade clássica faça com que inconscientemente a gente acredite que essa imensidão de universo criado por Deus seja apenas um pano de fundo (fachada) para o drama da redenção humana onde unicamente nós, somos os protagonistas.
A visão do céu ainda é daqueles tempos em que não se tinha conhecimentos astronômicos como os de hoje. É claro que o céu não tem nada a ver com cidade de ouro e muros gigantescos conforme a narração simbológica e característica do apocalipse. Assim foi revelado pela incapacidade natural daqueles homens de Deus, vislumbrarem mais além.
A vida eterna tem algo haver com toda essa imensidão de galáxia criada por Deus e que conseqüentemente podem existir vidas, sistemas e reinos monumentais, sustentados pelo Criador e escondidos dos óculos humanos. Não que a visão cosmocentrica de uma era, cientifica atual ou mítica medieval, possa determinar a realidade além-túmulo, mas que é decisiva para apontar e sugerir segundo a nossa concepção cosmológica, como seria.
Definitivamente a revelação esbarra na capacidade de compreensão de uma época. Se não fosse assim, seria registrado que foi a terra (erradamente entendida como centro do universo naqueles tempos) que parou e não o sol. Além de termos uma palavra sobre os gigantescos animais que viveram neste planeta em épocas imemoriais, coisas que a “bíblia” ainda não sabia. (ou foi o diabo que fabricou e espalhou essa ossada toda? rsrsrs)
E mais ainda! A revelação esta “amoldada” aos anseios e símbolos afetivos do coração, visto que se os autores não fossem os judeus que amavam Sião sua terra natal, a cidade celestial não seria Jerusalém (que de santa nunca teve nada), mas talvez Roma, Alexandria ou Atenas, isso conforme o patriotismo dos eventuais eleitos e portadores da Revelação.
Esse entendimento “mitológico” sobre terceiros céus tão enraizados no pensamento dos cristãos fez com que muitos zombassem da vida no céu, desprezando a imortalidade da alma. Mas como tal desprezo vem das implicações morais de crer na vida eterna, eles irão realmente se decepcionar ao ver no grande Dia do Juízo que a eternidade é exatamente tudo o que eles queriam e nunca vão conseguir nesta vida: desbravar esse universo colossal e magnífico.
Particularmente para mim, que sempre fui modesto quanto aos bens e propriedades materiais, mão vou querer muito não, apenas um planetinha no interior de uma galáxia subdesenvolvida, para eu poder tranqüilo (longe dos salvos da linha teológica ortodoxa e doutrina legalista) paquerar sereias e caçar leviatãs.
Gresder Sil