sábado, 5 de fevereiro de 2011

Animal domestico


O que possibilitou as interpretações fabulosas e poéticas da má conduta humana como se originando no pecado de um só homem, que tornou por sua causa toda a humanidade corrompida em sua natureza, foi a realidade inegável da maldade humana, que desde sempre possibilitou inúmeras teoria e filosofias da origem e explicação metafísica do mal como entidade maligna ou germe pernicioso dentro do homem.

Pois se olharmos o homem sem nem uma influencia comovente e romantizada da religião, veremos que não existe pecado como algo espiritual herdado, mas somente maldade humana. Mas não maldade como se originando de uma essência má no homem ou no universo, mas maldade como fruto conseqüente do animal egoísta que o homem é. Pois apesar de racionais, é isso que somos: animais!

Não adianta florear a realidade com interpretações apoteóticas de redenção e Queda, pois o homem é e sempre foi um animal instintivamente egoísta que pensa sempre primeiro em si mesmo, como todos os outros bichos da natureza. Não adianta se empolgar com interpretações emocionantes de uma explicação para a origem e solução para o pecado humano, pois em essência o homem não é nem mal e nem bom, mas naturalmente egoísta e amante de si.

Não existe pecado herdado nos genes do homem. O homem é simplesmente um animal amoral que não tem em si mesmo nem um impulso para o mal. Mas que apenas deseja cegamente por instinto a satisfação de suas ânsias e necessidades básicas que os levam a atos de egoísmo hediondos que produzem mesmo: perguntas extasiadas e interpretações utópicas de uma realidade simples sem poesia e enredo cósmicos e espirituais, mas apaixonantes de se defender como crença e teoria teológica.

Mas nem por isso a religião que mais contribuiu para as interpretações mais irreais da origem do mal, que não tem origem cósmica espiritual, deixa de ser essencialmente um excelente meio de redenção para a civilização humana na terra. Isso por que como animal selvagen e indomável que é o homem, ele precisa sim das coleiras da religião e dos adestradores da filosofia e educação moral da sociedade. Pois mesmo o homem não precisando ser salvo espiritualmente, ele precisa sim de ser adestrado, pois sendo o único animal racional, é o mais fácil de ser domesticado.

Esdras Gregório

escrito em 28/10/2010

11 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Na boa, acho os outros animais muito mais fáceis de serem domesticados do que o homem porque não agem com rebeldia contra o Criador e, se às vezes um cão mata seu dono, é por uma pura reação instintiva.

Os bichos não precisam procurar o sentido da vida. Eles não se preocupam com o dia de amanhã e vivem intensamente o presente. São também muito mais amigos e, por incrível que pareça, nos ensinam bastante coisas pela convivência sobre quem realmente somos.

Ontem eu e minha esposa assistimos o interessante filme "O ano do coelho" de Marc Rivière, com Christopher Lambert que faz o papel de Tom Vatanen, o personagem principal. Para não contar toda a história e tirar a graça de vocês assistirem o vídeo, relato aqui um trecho da sipnose em que Tom, após ter sofrido uma impactante experiência, "abandona sua mulher, seu trabalho, seus bens e decide viajar com um inusitado companheiro: um coelho que quase atropelou a caminho de casa. Do continente americano ao pólo norte, ele vivencia muitas aventuras: incêndio na floresta, sacrifício pagão, jogos militares de guerra e ursos assassinos". Porém, o que me chama a atenção é que, na companhia do coelho, o personagem consegue olhar para dentro de si e, depois de sua fuga, vai reencontrando seu caminho.

Não seriam os bichos bençãos que a vida proporciona para nos advertir contra a insensatez como se vê na poética narrativa da Torá sobre o ganancioso Balaão? Ali, o autor comete um formidável exagero ilustrativo quando a mula, injustamente açoitada pelo seu dono, fala em voz humana.

Posso dizer que a nossa gata de estimação, apesar de muitas vezes irritar-me, ensina bastante coisas. E, mesmo eu discutindo com minha esposa sobre darmos o bichinho para outra pessoa, tex vzes qeu eu reconheço que aquela bola de pêlo de quatro patas tem grande importância na minha vida e que preciso ser grato pela sua existência.

Levi B. Santos disse...

Bravo Rodrigo!!!


Devemos enxergar os limites e as passagens. Sim há o que é alto demais para se ir por cima e o que é baixo demais para se ir por sob, e o que é vasto demais para se passar ao largo (Palavras do rabino-mor da Congregação Judaica no Brasil — Nilton Bonder)

A jumenta de Balaão, certamente, está a dizer ao Gresder: “Não é por aí, não insistas! Nesse caminho do FACEBOOK há um impedimento que não dá passagem para ti”

A “jumenta” representa a teimosia e a tenacidade dos instintos. É preciso entender que há obstáculos que impedem a realização completa dos desejos humanos.
Balaão não via que havia uma energia bloqueando o seu caminho, por isso ele insistia em percorrê-lo, tal como ficamos fixados executando uma mesma ação sem perceber a sua ineficácia, bloqueados não pela VIDA, mas por estarmos atados a idéias que nos obcecam.

Esdras Gregório disse...

Rodrigo os animais “irracionais” são mais puros simplesmente por que não foram pervertidos pela moral, e vivem em estado natural de amoralidade total rsrs

Esdras Gregório disse...

Levi me desculpe, apaguei este seu comentário que você colocou no meu mural por que o pessoal que lesse não ia entender nada rsrs mas não se preocupe, o facebook é apenas uma amante, minha esposa oficial é o blog mesmo rsrs

Diego Ruas disse...

Genial cara!

Fico me perguntado, o que seria de nós sem essas coleiras?

Levi B. Santos disse...

Gresder

Assim que coloquei o comentário no teu mural, e após ler as tuas incursões nesse campo enigmático e misterioso que é a cabeça das mulheres, é que me lembrei de Raul Seixas em: "Eu sou a mosca que pousou na sua sopa"

Puxa, você fez o correto: jogou rápido a mosca fora para não estragar a sopa (kkkkkk)

Oseias B. Ferreira disse...

Gresder,

Não vou comentar agora, mas estou sempre por aqui!...

Abraço mano véio!

Oséias

Edinho Viana disse...

Meu brother, eu te pergunto: o que seria de nós se não fosse esta tal coleira? Colocaríamos a culpa em quem? Ou é Deus ou o diabo, eu? eu não! Temos que ter um bote expiatório pra pagar né???

Esdras Gregório disse...

Edinho e Diego, eu já quis acreditar que as regras da religião eram más, mas tenho que confessar que elas são boas em muitos casos, não podemos negar, mas quando aperta de mais, temos que afrouxar rsrs

Esdras Gregório disse...

Oseías, fica em paz, eu também estou sem tempo, e gastando o tempo que tenho em outro publico, mas vou me organizar, pois tenho uma tese só que vou postar em mais de vinte poste durante o ano todo.

Levi, eu espantei a mosca rapidinho, não quero ninguém comendo a mesma sopa que eu rsrs

Edinho Viana disse...

É verdade irmão, temos que admitir, tem gente que precisa estar na coleira mesmo, e o Homem disse que seríamos livres né????

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“todo ponto de vista é à vista de
um ponto, nos sempre vemos de um
ponto, somente Deus tem todos os
pontos de vista e tem a vista de
todos os pontos.”
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