segunda-feira, 16 de maio de 2011

A diabolicidade da tentação


Tradicionalmente o cristão acredita ter que lutar contra três forças que atacam a sua fé. O mundo, a carne e o diabo. Do diabo vem a tentação preparada, e tramada sutilmente contra sua vida. O que o faz crer que toda vez que a tentação toma os níveis de pessoalidade e inteligência, ele não esta somente sendo tentado por um mundo corrupto e uma carne pecaminosa, mas contra uma força maligna inteligente.

Naturalmente ele sofre do desejo generalizado pela beleza e saúde dos possíveis pares sexual. Mas quando em determinado ponto, tal desejo se torna direcionado, e concentrado em um individuo especifico. A sua visão de mundo chega ao cumulo da paranóia religiosa que vê propósito diabólico em tudo contra sua vida de comunhão religiosa. Ignorando que o desejo sexual direcionado vem da natureza e não do diabo.

Instintivamente o desejo sexual é despertado pela saúde e beleza do par sexual oposto que representa o sucesso da conjunção em seu fruto procriado. Entretanto, a natureza humana é de tal forma que um individuo da espécie sente fortemente atração sexual por outro quando encontra as melhores características de combinação com seus próprios genes, formando assim o melhor casal possível. Isso é seleção natural.

A paixão humana é a maquinação inteligente dos genes inconsciente de cada pessoa. É o desejo especifico por um só companheiro, que instintivamente é desejado pelas qualidades temperamentais e físicas do parceiro. É a natureza em sua inteligência inconsciente e genética buscando o aperfeiçoamento da espécie. Atraindo e combinando os melhores parceiros possíveis para a mais perfeita e saudável prole.

Por isso, durante a vida o cidadão na complexa sociedade humana que fez sua escolha para o matrimônio de uma forma racional, vai ser pego em varios momentos de sua vida sendo fortemente e apaixonadamente atraído por outros possíveis parceiros que representam destruição para sua vida social e pessoal, mas instintivamente o aperfeiçoamento dos seus genes no filho do outro. De forma que as escolhas racionais nem sempre são as das demandas do seu próprio instinto que não tem regra moral ou moderador que o faça desejar apenas a pessoa escolhida para o resto de sua vida.

Esdras Gregório

16/05/11

Texto onze da serie consecutiva sobre sexualidade.



6 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Um certo rapaz tinha muitas dúvidas se de fato gostava de sua namorada. Um dia, ele foi procurar um sábio e pediu aconselhamento.

Depois de escutá-lo, o sábio fitou-o nos olhos e respondeu: “Só tenho uma coisa pra te dizer. Ame esta menina”.

Não contente com a resposta, o moço replicou: “Meu mestre, ainda não tenho certeza se gosto dela de verdade”.

O sábio novamente lhe disse: “Ame-a”.

Então um silêncio entre ambos interrompeu aquela conversa até que o sábio prosseguiu: “Filho, você está enganado acerca do amor. Amar não é um sentimento ou uma emoção. Trata-se de uma decisão. Você resolve se dedicar a uma pessoa e isto se torna uma ação, um exercício onde haja paciência e continuidade em que você cultiva o relacionamento com sua mulher. Mas é claro que para isto você deve estar desde então preparado para as batalhas que vão acontecer em qualquer relacionamento. No entanto, tenha perseverança e vá em frente, aceitando-a, dando-lhe valor, respeito, afeto, ternura, admiração e compreensão. Ou seja, simplesmente você deve amá-la, pois sem amor nada faz sentido”.

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Gresder!

Sem dúvida que o homem (e a mulher também), após casar-se ou se comprometer com uma vida de fidelidade ao seu par, vai se deparar com o desejo natural por outras pessoas do sexo oposto.

Realmente isto não pode ser encarado tão como radicalmente como sendo coisa do diabo, muito embora a palavra dibólico ('dia-bállein') tem a ver com a desestruturação das relações familiares neste caso. Isto porque o vocábulo em questão significa, literalmente, lançar coisas para longe, de forma desregrada e sem direção, jogar fora de qualquer jeito. Daí o uso do termo diabo para adjetivar Satanás, o qual, por sua vez, seria a personificação do mal num adversário transmitindo uma ideia de dualidade.

Ora, em nossa caminhada, a relação a dois com uma mulher tem uma importância enorme para a evolução pessoal de cada um e se tornará marcante para o resto da vida. Pois se trata de um convívio que permite uma incrível interatividade não apenas no momento gostoso do ato sexual, mas também em diversos outros momentos da vida do casal permitindo que se estabeleça um cooperativismo naquela reunião. Algo que nos integra e nos aperfeiçoa sendo o sexo só uma parte, muito embora eu considere a libido presente em todo o momento.

Certamente que a consciência animal dos instintos não percebe este degrau da escada evolucionista do homem. Para o instinto animal, se a companheira já não desperta mais o desejo pela beleza e saúde, como bem citou, simplesmente há um abandono egoísta por parte do marido, o que considero uma atitude infantil, derrotista e que, sob certo aspecto, nega também a nossa humanidade no sentido de sermos seres de consciência capazes de amar o próximo como a nós mesmos.

Casar é de fato desafiador para o homem. É uma prova de vida que o leva a enfrentar o domínio de uma força instintiva enquanto sua consciência caminha no processo evolutivo de aperfeiçoamento. É a oportunidade de descoberta de um amor superior ao erotismo onde flores não são colhidas somente em ambiente úmidos, mas também na aridez do solo desértico quando surgem a dor, a angústia, a doença e a pobreza até que a morte faça a separação.

Levi B. Santos disse...

Ludwig Feuerbach, acho eu, foi o primeiro a estabelecer uma relação entre sua teoria da religião com a idéia de projeção psicológica. A psicologia profunda moderna ainda não conseguiu anular a concepção de que uma divindade antropomórfica, é uma projeção dos medos, ansiedade e angústia dos homens”.

Então, meu caro Gresder, esse antropomorfismo, que foi plantado em nossa cabecinha de menino, como eu descrevi no ensaio postado recentemente lá na C.P.F.G, ainda emite ressonâncias em nossa psique, e, apesar de sermos “homo sapiens” não nos desligamos completamente do “homo religiosus”.

O campo dos desejos ambivalentes humanos que tem no medo o seu freio, não resta dúvida, de que vem sendo explorado de forma mágica por uma parcela grande de religiosos.
Segundo eles, as figuras antropomórficas do “marketing das Trevas” e do “Marketing da salvação” são imprescindíveis para evitar que o seu rebanho descambe para um mal maior, que seria o da pulsão de destruição de que falou, Freud.

Esdras Gregório disse...

Rodrigo é Levi ultimamente só comento textos e comentário que me incomodam ou que discordo muito rsrs então por isso não tenho nada a dizer, pois seus comentários são contribuição com o texto e nao manifestação em oposição ao texto que me desperte uma necessidade de resposta.

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Acho que até a divergência torna-se um complemento.

Um dos motivos pelos quais leio autores liberais ou que contestam a religião é que, ao me deparar com visões diferentes da minha, posso rever os fundamentos de minhas posições, o que os torna até mais explicáveis ou compreensíveis dentro do meu próprio entendimento.

Também não é diferente na questão sobre sexualidade. Quando me deparo com quem pensa diferente de mim, sou levado a questionar-me também por que penso que isto ou aquilo é pecado. Sendo assim ,uitas ideias podem ser desdogmatizadas e passam a ser trabalhadas como um despertar da consciência.

Hoje escrevi no meu blogue um texto sobre a Ceia e que tem alguma coisa a ver com o tema da sexualidade. Principalmente como que a eucaristia é usada junto com um dos instrumentos de repressão do sexo no cristianismo.

Abraços.

***Adriana Rocha*** disse...

Eu tenmho uma coisa a dizer aos religiosos:
-É tão bom fazer sexo.

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“todo ponto de vista é à vista de
um ponto, nos sempre vemos de um
ponto, somente Deus tem todos os
pontos de vista e tem a vista de
todos os pontos.”
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