terça-feira, 24 de maio de 2011

Os sexualmente puros


Na acirrada luta pela sobrevivência espiritual, nem todos alcançam o ideal de santidade sexual do consciente coletivo religioso da cristandade. Muitos ficam no caminho, poucos mantém um nível aceitável de vida sexual razoável e comedida conforme o padrão universal da igreja crista. Agora o porquê uns conseguem e outros não, a explicação dos religiosos é de um entendimento limitado e ingênuo sobre a questão da fertilidade, intensidade e capacidade dos indivíduos sexuais e sociais.

Sobre a influencia do estoicismo filosófico e do ascetismo religioso dos santos do deserto, as bases da vitoria contra a tentação foi fixada desde a muito tempo no esforço próprio do individuo em manter sua mente e corpo separados do pecado, levando a acreditar que todas as pessoas são capazes de tal disciplina na medida em quererem e se esforçarem para tal. Insuflando culpa moral aos que não conseguem viver a santidade possível a todas as almas humanas, relegando assim ao fracasso os que não resistiram.

Entretanto tal capacidade de ser santo casto ou moderado na vida sexual é na verdade a inaptidão natural para uma vida sexual reprodutiva da espécie. Pois o que até hoje foi considerado como luxuria sexual nada mais é do que estrema fertilidade sexual de alguns indivíduos na natureza. Sendo que quanto menos saudável, juvenil, sensual e tudo que representa atração instintiva dos genes individuais para reprodução, menos oportunidade de relações sexuais se tem o individuo e mais fácil é para tal a santidade.

O que até hoje foi considerado pela religião como santidade, pela seleção espontânea da natureza foi avaliado como inaptidão sexual. Visto que para o sucesso da perpetuação da espécie os seres sociais precisam não só de sexualidade, mas também de uma sensualidade que nada mais é do que a naturalidade sexual e facilidade em atrair e ser atraído sexualmente para a reprodução humana. Isso é tão verdade na sociedade como na natureza animal aonde facilmente estes indivíduos se reproduzem.

Por isso que os detentores tanto da pratica como do ensino da pureza sexual sempre foram os indivíduos mais velhos, mais franzinos, mais tímidos e ineptos para uma vida sexual produtiva e saudável. Ficando sempre aquém deste ideal de santidade os indivíduos mais robustos, mais jovens, mais belos, mais espontâneos instintivos e naturalmente sensuais. Ou seja: aquilo que a religião reputa como fraqueza moral, é a força irrefreável da nata e fina flor dos melhores indivíduos destinados a reprodução.

Esdras Gregório

Escrito em vinte quatro de maio de dois mil e onze

Texto dose da serie sexualidade a-religiosa


4 comentários:

Rodrigo Phanardzis Ancora da Luz disse...

"(...) os detentores tanto da pratica como do ensino da pureza sexual sempre foram os indivíduos mais velhos, mais franzinos, mais tímidos e ineptos para uma vida sexual produtiva e saudável. Ficando sempre aquém deste ideal de santidade os indivíduos mais robustos, mais jovens, mais belos, mais espontâneos instintivos e naturalmente sensuais (...)"


Fala, Gresder!

Acho que hoje em dia algumas coisas já estão mudando e, pelo que observo no marketing religioso, as instituições cristãs andam escolhendo pessoas bonitas e atraentes para atraírem novos prosélitos. É o caso dos cantores e cantores de músicas que aparecem nos comerciais da TV onde alguns chegam a ser moderadamente sexy.

Com isto, vende-se o ideal de um crente saudável e sexualmente puro. Inclusive não é por menos que minha esposa costuma dizer que aquele padre Fábio de Melo parece até um "padre de borracha". E olha nque ele tem uma pinta de galã de novela e me faz lembrar do seu xará Fábio Júnior (rsrs).

A verdade é que se as instituições religiosas investirem nos indivíduos mais velhos e franzinos, elas passam apenas sobriedade e tornam-se sérias demais. Então a moda ultimamente tem sido uma exposição moderada dos corpos e mostrando também um estilo de vida mais saudável como o Fantástico fez certa feita numa reportagem com o tal padre católico.

Rodrigo Phanardzis Ancora da Luz disse...

"(...) Insuflando culpa moral aos que não conseguem viver a santidade possível a todas as almas humanas, relegando assim ao fracasso os que não resistiram (...)"

Fica aí uma indagação para refletirmos. Qual teria sido a necessidade moral do cristianismo nos primeiros séculos em estimular a culpa?

Hoje sabemos muito bem que as igrejas se aproveitam disto afim de tornar o religioso submisso aos seus líderes. Mas vamos pensar em como eram as coisas mais lá atrás, antes do cristianismo tornar-se a religião oficial do Império Romano?

Para que pode ter servido a culpa moral?

Esdras Gregório disse...

Desculpa o atraso Rodrigo,é que alem de e faltar tempo para o blog, estes dias eu não estava conseguindo postar comentários, deve ser o Google Chrome.

Quanto aos evangélicos usarem os melhores exemplares deles rsrs para amostragem isso já é comum neste meio aonde os mais prósperos são usados como exemplo de bênção divina sobre os fieis e tal rsrs

Mas você faz a tua critica e fala de um cristianismo moderno, evangélico e deturpado, e minha critica é ao cristianismo puro, genuíno e primitivo. Portanto são análises diferentes, você quer purificar a igreja eu quero invalidá-la rsrs

Rodrigo Phanardzis Ancora da Luz disse...

Mas o que seria o cristianismo pra vc, Gresder?

Eu entendo que o cristianismo como religião não é criadoi por Jesus e nem pelos apóstolos. Foi algo essencialmente grego e que surge no século II. E a tradição que recebemos do NT foi influenciada pelos "Pais da Igreja" através de mitos, doutrinaçõies, etc. Até a autoria das cartas de Paulo precisam ser questionadas.

Abraços.

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“todo ponto de vista é à vista de
um ponto, nos sempre vemos de um
ponto, somente Deus tem todos os
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todos os pontos.”
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