quinta-feira, 20 de maio de 2010

O casamento como segregação espiritual




O casamento faz uma triagem na sociedade elegendo os melhores tipos de cada grupo social, deixando a margem deste beneficio os indivíduos que naturalmente são inadequados para uma vida social em que somente se estabelecem aqueles que têm certa estrutura psicológica, física, social e econômica para manter este modo de vida.


Não que os de uma classe pobre da sociedade não sejam eleitos para esta vida, mas que os tipos extremos de cada camada do conjunto social são relegados na segregação em que os deuses da sociedade fazem purgando os excêntricos ou deficientes a qual não se enquadram no tipo daqueles que como cidadãos saudáveis do seu meio são a nata e a fina flor de cada casta social a qual pertencem.


Os naturalmente muito tímidos ou demasiados extrovertidos e excêntricos, os reprimidos demais ou “santos”, tanto quanto os inconvenientes e indecentes morais, assim como os gênios alienados e os idiotas e “sem noção” dificilmente se enquadram no padrão para uma vida social a dois. Tanto quanto também os fisicamente fora do padrão como: os autos demais, baixos de mais, gordos de mais ou magros de mais, ou com pele demasiadamente escura ou branquicenta de mais, juntamente com todos os que não têm um nível de saúde e beleza mediana padrão, são simplesmente deixadas para traz.


E não há Mãe de santo, Santo Antonio ou “Deus de promessas” que posam mudar esta realidade social em que a maquina da sociedade escolhe e predestina um sujeito para um modo de vida. Enquanto segrega, corta, rejeita, elimina e desaprova outro, o lançado para uma luta e tentativa desesperada de alcançar um estilo de vida que não é somente um modo protegido de relações sexual e segurança emocional como também um status social.


Tendo também aqueles que por um desencontro social e individualidade excessiva vão “galgar” o posto de cidadão casado muito mais tarde do que a media dos que estão praticamente prontos no despertar da mocidade. Que estando num nível social, pensam e vivem fora do meio em que naturalmente se originaram, e que por isso irão lutar pelos seus ideais de vida e subsistência não conseguindo se estabelecerem cedo numa relação emocional ou situação social adequável.


Daí que dizer que a relação sexual de adultos responsáveis fora do casamento é pecado ou proibida por Deus é tão insustentavel e injusto quanto dizer que somente tem o direito de satisfazer suas necessidades humanas, certos tipos específicos de individuo da sociedade. Quanto é tão forsozo acreditar que aqueles a qual “esperam em Deus” conseguiram um casamento, sendo que Deus não privilegia os “justos”, mas faz raiar o seu sol sobre bons e maus, deixando que a vida siga o seu curso natural tanto das leis da natureza como das leis da sociedade em que vivemos.


Gresder Sil


Baseado nas estatísticas e estudos do fundador da sociologia: Émile Durkheim


Escrito em 11/04/10


13 comentários:

Anônimo disse...

Já me perguntei o que faz um homem se decidir a morar com outro homem (ou com uma mulher) e realmente, há uma série de fatores envolvidos. Não concordo que seja uma espécie de "elitismo", pois tá cheio de gente feia pra burro que é casada (e às vezes tem até filhos lindos).

Essa idéia é tão falsa quanto dizer que "mulher só quer saber de homem rico". Se fosse assim, os pobres só praticariam o famoso 5 contra 1, mas todo mundo sabe que tá cheio de pobre casado (e cheio de filhos).

Por outro lado, a "seleção natural" que a sociedade aparentemente faz, na verdade é feita por cada indivíduo, pois ninguém em sã consciência - e sem segundas intenções - casa com uma pessoa considerada feia ou que seja demasiadamente pobre (tipo, um mendigo).

Oseias B. Ferreira disse...

Gresder,

Me parece que o "casamento formal", do modo como o conhecemos hoje, segundo Uta Ranke-Heinemann [1], é uma "imposição" da Igreja Católica, quando por volta do século XV determinou a validade da "união" somente quando realizado "debaixo de sua autoridade".O fato é que os religiosos se casam para poder transar, por isso a religião se prontificou para autenticar a validade do "casamento" através da "benção do sacerdote".




[1] Uta Ranke-Heinemann, considerada a maior teóloga do mundo, perdeu sua cátedra na Universidade de Heidelberg quando publicou seu livro "Eunucos Pelo Reino de Deus". O livro é uma contribuição à história da sexualidade humana - a autora faz uma pesquisa monumental sobre as regras e virtudes da igreja sobre a sexualidade feminina, que vai das suas raízes pré-cristãs até os dias de hoje.

Levi B. Santos disse...

"O casamento faz uma triagem na sociedade elegendo os melhores tipos de cada grupo social, deixando a margem deste beneficio os indivíduos que naturalmente são inadequados para uma vida social em que somente se estabelecem aqueles que têm certa estrutura psicológica, física, social e econômica para manter este modo de vida".

O que você escreveu acima é uma verdade indiscutível. Resumindo: Essa troca das mulheres mais aptas por homens mais aptos e vice-versa, já exitia nas tribos primitivas, senão vejamos:

O antropólogo Levi –Strauss no seu mais famoso livro “As Estruturas Elementares de Parentesco” ─ estuda cansativamente as origens do casamento, recorrendo as clãs e as tribos primitivas.

A mulher de uma tribo sempre casava com um homem de outra tribo, num sistema de troca, para propagar a linhagem através das mais diferentes tribos. Ao mesmo tempo esse tipo de união evitava o “incesto” e os casamentos consaguíneos. Esse era o raciocínio dos clãs: “A partir do momento em que proíbo a mim mesmo o uso de uma mulher de minha tribo, ela com isso, passa a ser disponível para um outro homem , que em algum lugar está renunciando à uma mulher, que por esse fato torna-se disponível para mim.

Esta proibição era instaurada para garantir e fundar direta ou indiretamente uma TROCA negociada e recíproca entre as diferentes tribos. De maneira que as mais "aptas" tinham um valor superior para serem trocadas como os mais "aptos". Essa estruturação elementar existia como que para propagar os gens de uma tribo em todas as outras, de maneira que um tribo nunca teria fim, pois a sua herança genética estaria de uma maneira universal sendo propagada indefinidamente.

Vale à pena conferir esse denso volume de 540 páginas, para estudar as diversas formas de parentesco desde os tempos mais remotos aos nossos dias, em que o CASAMENTO era a mola propulsora da não extinção hereditária das diversas famílias tribais.

Marcio Alves disse...

Depois de ter atravessado o pantanal de balsa, enfrentado e vencido cobra, onça e muitíssimos mosquitos, aqui cheguei a tempo de ainda comentar a sua mais nova postagem, que se não me engano, parece ser uma fatia do bolo que esta por vir – não seria esta postagem uma previa de um dos seus livros que ainda esta por vir??? Como é mesmo o nome do seu livro??

Bom, assim como a moral que é da maioria, e por isso mesmo se chama “moral”, é adequada de modo a ser vivenciada pela sociedade e cultura, nada mais normal do que o casamento, em algumas culturas considerado o grande símbolo de um povo, ser também uma construção de identidade do individuo, que por ser social será levado pelas regras constituídas por determinadas conjunturas.

Me lembro agora, dos senhores feudais lá na Inglaterra, só não me recorda a data, em que toda as mulheres que antes de casarem, tinha obrigação de comparecerem aos senhores feudais, para que com eles tivessem relações sexuais, sendo que o fato de ocorrer ou não, dependeria exclusivamente deles.

Outro ponto interessante de sua postagem é o do sexo entre cristãos, ser permitido apenas após o casamento, consolidando estrategicamente ainda mais o poder religioso.

Oseias B. Ferreira disse...

Lembro de um grupo de "crentes pentecostais" onde os jovens tinham a permissão de se casarem entre eles sob uma condição: teria que ser providenciado por Deus (isto é, profetas, pastores e toda sorte de domínio e manipulação). Então os jovens mais bem sucedidos se casavam com as moças mais bonitas, por assim dizer. E olha que as profetizas ajeitavam rapidinho o casamento destes.

Por outro lado, os "menos favorecidos" sofriam, porque passavam horas "orando para que Deus lhes providenciasse um casamento", mas não era nada fácil. Destes, os mais "espertinhos" (não sem dificuldade) ainda conseguiam uma mina, no entanto, para os "abençoados financeiramente" era bem mais fácil.

Esdras Gregório disse...

Isaías note bem que eu não quis dizer que os pobres feios não casam, mas os esquisitos e sem noção, como também os excêntricos e individualistas pois... pera ai estou sentindo um cheiro de gaz... maiee o gaz tá vazando?... caramba que cheiro forte...você esta sentindo Isaías pois não é aqui em casa, mas na Internet que esta cheirando gaz... deve ser MARCINHO que chegou e esta botando gaz nesta blogfera que estava quase parando.

Eduardo Medeiros disse...

Gresder, eu concordo-discordando da tese principal do teu texto. Concordo que de fato, há uma "seleção natural" tanto da parte do homem quanto da mulher. Isso é biológico antes de ser social.

Mas não concordo que os tipos que você citou são inaptos para a convivência a dois. Quantos destes você não conhece e que são bem casados?

Eu conheço muitos.

Quanto à imposição do casamento como algo religioso e moralmente desejado, aí, concordo com você.

O casamento deve ser construído por outras razões que não estas.

Esdras Gregório disse...

Oseías esta sua ultima frase do seu segundo comentário foi exatamente a síntese do que eu queria dizer: “Por outro lado, os "menos favorecidos" sofriam, porque passavam horas "orando para que Deus lhes providenciasse um casamento", mas não era nada fácil. Destes, os mais "espertinhos" (não sem dificuldade) ainda conseguiam uma mina, no entanto, para os "abençoados financeiramente" era bem mais fácil.”

Realmente o casamento depende de fatores nada espiritual mas pessoais,psicológicos sociais e financeiros.

Não há oração que faz um esquisito, um ser caricato conseguir casar com uma bela moça, mas a esperança religiosa desta pessoa o sega para o fato de que a sua tampa é tão torta como a sua panela.

É lógico que os feios se casam, mas quando são pessoas centrada , com noção de suas realidades e possibilidades, e não seres alienados da realidade social que vivem da esperança enganosa da religião de um deus de promessas que ira realizar nossos sonhos nesta terra.

Esdras Gregório disse...

“De maneira que as mais "aptas" tinham um valor superior para serem trocadas como os mais "aptos".”

Levi sempre foi assim sempre será assim, maldito seja Darwin com a sua teoria emprestada do Sr. Matheus que aplicou a teoria das seleção natural na sociedade na sua tese da evolução das espécies.

Não tem como fugir a seleção existe a luta pela vida é a realidade mais poderosa nesta terra, tudo se conquista pelo embate de homem contra homem, empresa contra empresa, nação contra nação, somente os mais aptos se dão bem.

Esdras Gregório disse...

Marcio fico feliz com sua volta e com inveja de suas picadas de mosquito,queria estar no seu lugar.

Meu livro será provisoriamente chamado de “Os Evangélicos e o SEXO”

Estou cavando aminha cova social, não tenho nem uma esperança de reconhecimento nos próximo vinte anos, passado este período o Brasil será nosso rsrs

Sabe a cada dia estamos nos distanciado dos ortodoxos e por isso de certa forma devemos estar mais unidos em amizade para se sentir mais protegido rsrs.

A corda de três cordões é mais difícil de se romper. Quero assistir um jogo da copa ai com vocês.

NICODEMOS disse...

Paz seja contigo

A cultura de cada povo tende a valorizar certas caracteristicas físicas e morais que outras, e a questão finaceira é mais um quesito a se considerar.

Determinar que o casamento cause algum tipo de segregação ou elitização não é válido a partir do momento que cada individuo elege para si valores que são essenciais ao seu cônjuge.
falar em:

feia inteligente ou bonita burra

rico desonesto ou pobre trabalhador

criar estereótipos é sim útil para caracterização da cultura e manutenção da identidade de um povo. Determinar que existe um estereótipo bom e outro ruim ja é algo subjetivo e caba a cada um escolher com o que se identifica e com quem gostaria de se casar. Sexo dentro ou fora do casamento é outro aspecto a ser considerado, mas pergunto eu. sob qual ótica? a da biologia? a das ciências sociais? a da bíblia? a dos católicos? a dos evangélicos? a dos heterossexuais? a dos homossexuais?

Em suma, o casamento é aquilo que você quiser que ele seja. Será uma felicidade ou um enforcamento, depende dos dois. Mas se considera que o casamento deve ser aberto, então depende dos 3, 4, 10..... Pode ser algo de satisfação mútua e íntimo, ou uma conveniência social e quem sabe em alguns casos uma eleitização dos envolvidos.

atalaiadocastelo.blogspot.com



Permaneça na Graça e frutifique nela

atalaiadocastelo.blogspot.com

nicodemos

Estação Patos de Minas disse...

Tudo está na consciência de quem a adquiriu pra um fim proveitoso. Faça tudo com ciência. Culto Racional e dicernimento individual. Hebreu.

coletivocasulo.blogspot.com

Filho de Jacó disse...

NUMA TARDE CANSADA DE OUTONO, QUANDO O SOL SE ESCONDEU NO HORIZONTE. AO RUÍDO INFANTIL DE UMA FONTE, EU ME PUS À PENSAR EM VOCÊ. EM VOCÊ QUE SE SENTE PERDIDO, QUANDO PÔE SEU OLHAR NAS ESTRELAS, E DE TANTO CONTÁ-LAS E VE-LAS, JÁ NÃO SABE SE CRÊ OU NÃO CRÊ. EU CONHEÇO AS MILHÕES DE PERGUNTAS QUE VOCÊ QUE FALOU QUE NÃO CRÊ, E QUE DIZ QUE SÓ CRÊ NO QUE VÊ, TODO DIA PERGUNTA PRÁ DEUS. EU CONHEÇO AS MILHÕES DE RESPOSTAS QUE NINGUÉM TEM CORAGEM DE DAR, QUANDO A VIDA NOS VEM QUESTIONAR, COMO VÊ, SOMOS TODOS ATEUS. NUMA TARDE TRISTONHA DE INVERNO RETORNEI AO MURMÚRIO DA FONTE, NÃO HAVIA MAIS SOL NO HORIZONTE E EU ME PUS À PENSAR NOS CRISTÃOS. NOS CRISTÃOS QUE SE SENTEM TRANQUILOS QUANDO PÔE SEU OLHAR NAS ESTRELAS, E DE TANTO CONTÁ-LAS E VÊ-LAS, NUNCA MAIS PÕE OS OLHOS NO CHÃO. EU CONHEÇO AS MILHÕES DE RESPOSTAS QUE ESTA GENTE QUE FALA QUE CRÊ, MAS NÃO OUVE, NÃO PENSA E NÃO LÊ, NÃO RESPONDE POR MEDO DE DEUS. EU CONHEÇO AS MILHÕES DE PERGUNTAS QUE OS CRISTÃOS NUNCA OUSAM FAZER, POIS TERÃO DE SE COMPROMETER, COMO VÊ, SOMOS TODOS ATEUS.

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“todo ponto de vista é à vista de
um ponto, nos sempre vemos de um
ponto, somente Deus tem todos os
pontos de vista e tem a vista de
todos os pontos.”
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