sábado, 28 de agosto de 2010

BICHO MULHER

A mulher quer ser amada do jeito que é, mas não quer ser vista como é realmente. Tem uma incrível necessidade de se esconder, ocultar intenções, dissimular interesses, precisa maquiar-se, disfarçar imperfeições, vive da exterioridade. Deseja sinceridade, mas não há suportaria [1]. Quando cortejada, sobre o discurso de que para um algo mais precisa confiança e sentimento, se esquiva. Sendo na verdade nada disso, em casos rápidos e momentâneos, no jogo da sedução quanto mais estranho o pretendente melhor, menos ele vê, e mais ela preserva o seu orgulho, mantém a sua pompa e domina a situação [2]. Quando dissecada interiormente em suas fraquezas, se sente desconfotaver e desnudada. Quando bela livre e jovem, deseja ter o orgulho de mulher difícil, intocável. Mas se contradiz, pois o contingente que dispensa não passa dos reprovados da seleção que faz aceitando os mais interessantes [3], no fundo se equipara a condição do homem a qual censura, enquanto não encontra o parceiro “certo” vivem passageiros bons momentos com os “errados”.

Aos quinze quer viver uma historia, com vinte deseja ser amada, nos trinta quer simplesmente um homem, já com quarenta não precisa de homem, só de sexo [4]. A mulher é mais animal do que o homem tem um instinto a mais: a maternidade. E todas as suas relações com os homens em suas fases da vida são determinadas pela sua necessidade de ser mãe. Sendo adolescente enumera pequenos romances, por ser esta uma forma da natureza para ela conhecer os homens e escolher o pai de seus filhos. Quando moça é dominada pela necessidade sega de fidelidade, a qual não se permite um simples flerte ou o prazer de ser paquerada. Puro instinto de fêmea quer garantir a presença do macho para procriar e proteger a prole [5]. Mas sendo completamente adulta esta mais aberta ao rompimento, traição ou a viver só, já que descobre que seu marido não merece tanto por ser tão idiota como os demais. Isto por que o homem já fez a única coisa para qual ele é útil a mulher [6].


A mulher é profundamente determinada inconscientemente nas suas primeiras posturas diante da vida e dos homens pela imagem do primeiro homem que conhece: o pai. Nelas se prova a tragédia de Édipo Rei: quanto mais o ser humano quer fugir do seu destino mais rápido se encaminha a ele [7]. Três são as suas opções: a miséria de ter quem quiser e ser desejada por todos, mas não ser amada por ninguém; a vergonha de ter ao seu lado um parceiro inferior a ela; ou ser dominada pela força bruta da ignorância ou pela força psicológica de uma mente superior [8]. Quanto mais feminista menos feminina é. Quanto mais individualista menos chance tem de ser feliz no amor. Ao rejeitar a prata oferecida a elas por nobres pretendentes por causa da sua ambição de ouro, muitas acabam nadando na lama [9]. E por querer ser absolutamente emancipada e se igualar ao macho se torna tão besta quanto o bicho homem.

Gresder Sil*21/10/10


Notas explicativas**

[1] O que toda mulher quer e deseja quando diz querer um homem sincero é apenas que ele a ame mais do que todas as outras que eventualmente tenhas passado por sua vida, ela só quer a exclusividade dos seus sentimentos, ela só que ser a única e ultima em seu coração. Isso não significa que ela queira saber toda a verdade sobre ele, que ela possa suportar toda verdade dele, antes uma boa dose de insinceridade, e uma pitada de “inocentes” mentiras são essenciais para um bom relacionamento, pois a realidade nua e crua da vida e de nossa natureza, sem inspiração e ilusão são insuportavelmente patéticas e miseráveis. Precisamos de poesias e poetas para viver, pois “todo poeta é mentiroso” e é uma boa “mentira” que nos faz prosseguir.

[2] Na natureza e na sociedade sempre e na maioria dos casos é a fêmea que escolhe primeiro o seu parceiro, é ela que decide em ultima estância. Se ela não se sentir atraída instintivamente e intelectualmente pelo pretendente, em vão será toda tentativa de conquista. Ela apenas faz a sua aparição, da o seu ar da graça, enquanto os machos fazem o seu canto, demonstram suas forças, revelam a beleza de suas plumas coloridas e papos e cristas avolumados. E assim, logo em seguida tendo escolhido o parceiro pelas suas razões pessoais de segurança emocional e desejos inconscientes, naturalmente ela dará certos sinais sutis ao macho que daí em tão, e só então esta apto a fazer sua corte e conquistar sua amada.

[3] Não existe isto de mulher difícil, e nem mulher que não possa ser conquistada, mas apenas o homem certo na hora certa e no lugar certo. Encaixando estas circunstâncias toda e qualquer mulher em toda circunstância social pode ser “seduzida” não existe castidade de moça e fidelidade de mulher no sentido moral de resistência e livre arbítrio, existem homens errados na hora errada e nos lugares errados que juntamente fazem uma barreira natural de proteção. Pois se entrelaçando uma gama complexa de circunstâncias, carências e momentos específicos em uma oportunidade que venha a complementar a lei da busca e da procura, qualquer mulher pode ser tomada, pois não existe um forte seguro, mas mil situações e ocasiões, e a ocasião faz o ladrão.

[4] Antes dos vinte anos é impossível uma moça amar um homem, pois ela não consegue ver ainda o homem, ela não pode o perceber, portado no máximo ela vai fantasiar sobre o homem. Entre vinte e trinta anos com todo o seu ser, com todas as suas entranhas, poros e suspiros, ela deseja ser amada por um homem. Ela cegamente pela natureza de mulher pronta para ser mãe necessita disso. Passado esta fase ela não ama mais o Amor, não busca tanto o amor excelente, mas aprendeu a ver o homem sem a ânsia de ser amada, portanto ela gosta agora do homem, do jeito do homem, do ser do homem. Não quer um amor, quer um parceiro, um cara legal ao seu lado. Um homem que seja homem, para ela ser e se sentir mulher.

[5] Depois dos quarentas se a mulher não amou, provavelmente nunca mais vai amar de verdade em sua vida. Ela pode se apaixonar muitas vezes depois disso, pode se encantar pode perder a cabeça, mas tudo isso uma hora passa, e por mais que teimosamente sonhe com um amor o que ela precisa mesmo é de se sentir Viva, e de ser sexualmente uma mulher completa, independente e livre para o “amor”, seja isso com o marido amante ou namorado. Pois agora o sexo perdeu suas funções vitais de procriação é a libertou ou para dele se abster ou fazê-lo seu momento decidido de prazer. Quanto ao homem do amor de verdade se ele ainda não esta com ela, ela o deve ter perdido ou deixado em algum lugar de sua vida entre seus vinte e trinta anos.

[6] Pela natureza a partir dos vinte até os trinta anos esta é a melhor fase para a mulher ser mãe, tanto física como intelectual e emocionalmente. E seus instintos mais elementares e desejos mais inconscientes vão buscar e desejar um macho que tenha todas as características genéticas e individuais para dar a ela a melhor cria possível. É o filho do amor, feito no leito do amor, escolhido e selecionado pelas exigências inatas e inconscientes do desejo de cada um em se perpetuar sadia e perfeitamente em suas descendências. Nesta fase ela instintivamente quer sentir seu homem inteirinho dentro dela, deseja receber seu sêmen. Depois disso o homem não é para a mulher tão importante, pode viver sem ele, e o mantém por carinho companheirismo ou comodidade mesmo. Depois disso ela pode se sentir usada como um deposito de espermatozóides e uma lixeira humana e o homem pode se tornar para ela com o tempo um perfeito idiota, que ou a facilita para outro que a faz rolar e pular com ele na cama, ou ironicamente a perde para um outro que faz papai e mamãe maravilhosamente enquanto ele o marido de forma desconfortável para ela a faz de peteca desesperado em se prevenir de um amante genioso.

[7] Quando adolescente a menina pode até ter como ídolo os galãs de trinta, pode ser louca por eles, mas somente vai ficar e paquerar com meninos de sua idade, pois ela foge a todo custo de qualquer homem que represente a figura dominadora do pai. O pai é o protótipo de homem que ela não quer, que ela se esquiva a todo o momento, pois deseja a liberdade, a independência, e por isso escolhe aqueles que estão no seu nível e que pode digladiar com ele em pé de igualdade ou até dominar na relação. Mais isto somente enquanto seus instintos não foram aflorados, pois quando se tornar uma moça completamente pronta, seus desejos vão traí-la procurando um macho mais forte, e o mais poderoso do clã em que vive. Tratasse da sua intuição consciente e inconsciente de mãe que quer o melhor progenitor e provedor possível. E que acabara por dominá-la como ela tanto temia: “e seu desejo será para seu marido”.

[8] Entretanto se for fazer sua escolha baseada na sua razão, mesmo que se sinta atraída pelo macho alfa: o mais belo, sedutor e poderoso da sua “tribo” ela sabe que só será única de um homem que seja menor do que ela. Tratasse do macho beta, de um homem que não tenha o mesmo nível de encanto pessoal e beleza física do que ela, que não é necessariamente um homem inferior, mas um homem com menos atrativos aparentes do que ela e que pode ser muito perspicaz, dedicado e próspero, e que por possuir uma esposa de mais destaque fisionômico e gênio intelectual do que ele, ele ira ser um excelente marido que vai fazer de tudo para preservá-la ao seu lado. Mas assim se antevendo ao adultério do homem, por não escolher o macho mais atraente e fogoso, ela acaba que ficando vulnerável no futuro a ela mesmo ser a traidora, pois neste caso não se tem saída, ou se escolhe a probabilidade de ser traído ou a possibilidade de trair.


[9] Na busca da felicidade, na busca de serem amadas algumas mulheres se encaminham cada vez mais para longe do que tanto procuram. Não é a estrema beleza e perfeição física que fazem delas mulheres desejadas, antes pelo contrario algumas carregam em si a maldição de serem gostosas, pois para algumas tais atrativos se sobressaem sobre todos os outros seus talentos pessoais, o que acaba atraindo os machos somente para o desejo físico, a qual depois de saciado fará com que o homem procure outra que tenha muito mais do que carne a oferecer. Tanto quanto também as mulheres mais femininas, inteligentes e independentes apesar de deixarem os homens de quatro por elas, não são necessariamente as mais amadas do mundo. Antes as mais adoradas não são as mais belas, gostosas e poderosas, mas as que têm um jeitinho todo especial seu de ser, que é o que realmente faz com que um homem ame uma mulher. Ou seja, as que muito escolheram e lutaram para serem as mais cobiçadas se tornaram tão impessoais e divinas que deixaram no caminho os únicos caras legais que poderiam amá-las de verdade.


*O texto foi escrito em abril de dois mil e nove e as notas em agosto de dois mil e dez, expressando exatamente sem alteração a idéia central subentendido no texto de dezesseis meses atrás.

**Como eu nunca pesquiso nada para escrever não existem fontes citadas, pois todo conteúdo é tirado da absorção de minhas antigas leituras e de minhas experiências particulares, por isso devo este texto tanto a leitura que fiz a cinco anos atrás do artigo: “a metafísica do amor” de Arthur Schopenhauer como principalmente a observação inevitável de todas as mulheres que conheci, convivei e amei, com todos os tipos humanos de amores, desde a minha infância até principalmente hoje.


domingo, 22 de agosto de 2010

“Verdade é subjetividade”



Mas o que é verdade mesmo? A verdade que acreditamos hoje ou a que vamos acreditar amanha. Visto ter sido o “engano” do nosso passado tão fundamental para nós chegarmos hoje a nossa verdade que não será mais verdade depois de amanha.

Qual é a verdade, Verdade? A verdade dos homens modernos ou dos nossos ancestrais primitivo e nações antigas que não mais existem? O que é verdade, a nossa a qual chegamos hoje na idade contemporânea ou a que chegaremos amanha em uma nova Era e milênio aonde todo conhecimento atual será apenas provisório e infantil para uma nova visão de realidade criada por um novo tempo e por novas realidades.

Qual verdade é mais Verdade, a verdade de quem esta dentro da caverna aprisionado ao seu modo de ver as coisas pelas sombras e nada sabe dos que estão no mundo de fora, ou a dos que contemplam a imensidão indecifrável e incógnita do universo ainda infimamente mal explorando?

Que sabe mais? Aqueles que não sabem nada ou aqueles que sabem que nada sabem sobre a origem inatingível da vida, explicada por mitos religiosos ou científicos?

Qual é a verdade mais Verdadeira, a verdade daquele que é feliz por não saber da infinitude inexorável daqueles que presumem estarem libertos das cavernas profundas da ignorância humana. Ou a verdade daqueles que sabem que estando livres para ver, somente enxergam às paredes limitantes de um universo contraditoriamente místico metafísico e cientificamente milagroso.

A verdade esta em movimento, como um circulo que abrange toda a extensão da vida, e apenas estamos nela em algum ponto de sua rotação, e por isso sempre acreditaremos nela de um ponto de vista, visto não podermos ter todos os ângulos possíveis, mas apenas de forma gradativa enxergar a cada dia melhor.

A verdade é subjetividade, cada um tem a sua, no seu tempo, na sua capacidade de entender, suportar e digerir. A verdade é a verdade nossa de cada dia, uma verdade por dia, uma desilusão por noite, uma redescoberta estonteante no esplendor do meio do dia, um retrocesso melancólico ao entardecer e um desdém filosófico agnóstico na contemplação da Verdade absoluta do amanhecer.

Verdade é como umbigo, cada um tem o seu, conforme quer crer, conforme quer ver, conforme se recusa em saber, conforme deseja, ou não desejar saber, que não quer querer saber. A verdade num mundo infinito aonde ninguém nunca a esgotara, não importa para um ser finito, cuja vida é um sopro que se esvai antes de ele tomar conhecimento de um milímetro de todo oceano de conhecimento que é a vida e a eternidade do ser e da matéria existente.

Mas qual é mesmo a verdade mais importante, a do homem ou da criança, a do ser humano ou do animal? O que importa se uma cidade é construída encima de um ninho de formiga, se elas estão felizes na sua mais absoluta ignorância da verdade dos homens que despreocupados e impiedosamente as pisa.

O que importa para uma criança o quanto é duro a realidade dos adultos sendo que elas nem ainda aprenderam a falar e escrever para ainda um dia ingressaram no mundo que ainda não se tornou a sua realidade, cujas verdades, só serão Verdades quando elas estiverem prontas para saber.

O que importa a porcaria da realidade de um ser humano comum para um altista, ou para um deficiente físico ou mental. Cada um tem o seu mundo, cada mundo tem a sua verdade, cada verdade tem sua lei, cada lei visa ou único bem absoluto de todos os entes sensíveis do universo que é a FELICIDADE.

Só a felicidade é absoluta, pois somente ela se atinge em todos os níveis de conhecimento, em todos os mundos individuais, em todas as realidades que atinge o ente no mundo, no seu mundo, no seu universo, criado pelo seu deus, e perturbado por seus demônios.

Cada um tem o seu absoluto e o seu conceber sobre a vida, pecado e morte, portanto que cada um siga a sua consciência não impondo sobre os outros seus próprios absolutos. Para cada mundo: uma lei; para cada consciência: uma moral; para cada caso: uma decisão; para cada individuo: uma vontade.

O que importa a verdade de que lá não sei aonde tal sujeito descobriu isso ou aquilo, o que importa a verdade da qual as matérias do universo são formadas por micro partículas, o que importa isso ou aquilo se tais verdades não me atingem, não me acrescentam ou me diminuir.

O que me importa a sua verdade se ela não me é útil, se ela não me eleva, se ela não me transforma, se ela não me faz um indivíduo feliz. Só a felicidade de cada ser neste mundo importa, conforme as suas estruturas, interpretações, sonhos, mentiras e verdades que só são verdades para ele.

A verdade é subjetividade, e a subjetividade é a busca solitária de cada um no seu universo interior em busca de sua felicidade. A felicidade é o bem máximo, o bem mais desejado, o bem mais buscado, a felicidade é o alvo supremo da vida. Cada um chama por um nome: Deus, amor, saúde, fé, amizade, dinheiro, prazer.

Mesmo assim a felicidade não é absoluta em seus meios, pois cada a um busca por um caminho. Que cada um acredite no que quiser, que cada um busque o que quiser. O direito de se crer em duendes por mais irreais que eles sejam para mim, é direito supremo de cada alma, cuja possibilidade de imaginações e sensações compõe a beleza diversa do mundo.

Qual triste seria o mundo se crescermos em uma só verdade, qual incolor, qual sem sabor, quão tirano seria seguir apenas a verdade dos libertos da caverna, sendo que cada caverna tem a sua profundidade com a sua multiplicidade de seres microscópios, cada um com a sua verdade, cada um com a sua necessidade para sobreviver.

Qual triste seria para um nativo que se deslumbra com o mistério sobrenatural da natureza, ter que acreditar que no mundo só existem: matéria e movimento, e não uma rica variedade de espíritos que dão sentido a sua interpretação transitória do mundo, do seu mundo, do seu deus, e conseqüentemente: do fim deste seu mundo por este seu deus.

Gresder Sil

Escrito originalmente em 05/06/10

domingo, 15 de agosto de 2010

Boletim semanal do templo sede



Era exatamente a hora da Palavra, todos estavam atentos para ouvir, mas o choro daquela menininha se estendia por todos os recantos daquela imensa igreja no domingo. Inevitavelmente muitos viravam seus pescoços para traz não só para ver, como também para intimidar com os olhos os pais responsáveis pela aquela criança.

Mas eles nada faziam ou conseguiam, e o choro não se continha, alguma coisa trivial queria aquela menina. Mesmos os mais sensíveis se sentiam incomodados e os pastores ansiosos olhavam para de onde vinha aquele choro desejando intimamente que alguém fizesse alguma coisa para calar aquela garotinha.

Mas em um mágico momento eu pude perceber que servia para alguma coisa o boletim* informativo entregue na porta da igreja todo domingo, pois um rapaz sentado a alguns bancos acima da menina fez com ele um admirável passarinho de papel e docemente entregou aquela linda garotinha que surpresa a fez parar de chorar imediatamente naquela hora.

Mas o que mais aquietou aquela menina não foi a novidade e genialidade do presente repentino, mas a sensação estampada em sua carinha que fixamente olhava para o moço de que alguém naquela multidão se preocupou não em a fazer parar de chorar, mas se procurou com ela. Pois enquanto todos se incomodavam com o choro ele se incomodou com o incômodo daquela menina, e ela pelo jeito desconcertante como o olhava se sentiu especialmente notada.

Aquilo me emocionou intimamente. Ates de acabar o culto me levantei do meu lugar e fui até o moço que me parecia apenas um dois ano mais novo do que eu. Sentado ao seu lado eu disse uma frase que eu tinha memorizado para ele: “o que você fez por aquela menina foi à coisa, mas importante e bonita que eu vi aqui hoje. Os seus pecados foram perdoados no céu”

No meu ego eu queria sim ser um “Cristo” aquela ora. Mas creio que meu incomnciete me remeteu aquela passagem onde Jesus disse: “E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.

Se eu me recordo bem Jesus geralmente não dizia: “Eu perdoou os seus pecados”, mas depois de ser impressionado pela fé, coragem e singeleza de um ato de uma pessoa, conseqüentemente dizia: “vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” ou “a tua fé te salvou”

Pois entendo disso que para Ele uma das coisas além da fé pessoal que também redime o nosso mal individual a que estamos submetidos num mundo cheio de maldades Reais e não pecados espirituais herdados, são a simplicidade com que notamos no olho do outro sem julgamento opressivo que no mundo ninguém realmente é inocente, logo logicamente também ninguém então será tido por nós como culpado no sentido teológico da crença, e todos os pecadores do mundo podem ser perdoados porque espiritualmente não existe um tal de Pecado Original.

Gresder sil

15/08/10 escrito as 23:07

*não tenho certezas se era mesmo o boletim rsrs

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Minha amiga Morte



Como ponto culminante que fecha e sela o ciclo da vida, a morte só pode ser vista como uma inimiga no âmbito religioso aonde a religião priva os seres de se saciarem com a vida. Nem inimiga e muito menos a pior delas, mas o elemento que se faltava para se completar e concluir o sentido absoluto da vida.

Uma vez que se encontra nas coisas da vida o sentido inerente a elas próprias, não mais se busca o significa das coisas fora da arena da história da vida. Isto porque estando em cada coisa e experiência o seu próprio sentido de ser, e não em um sentido ou propósito externo, as vivencias humanas serão plenas e satisfatórias por si mesmas.

A morte só pode ser temida aonde a vida não foi vivida, aonde o ser não viu e não se satisfez com a vida. Somente no ambiente religioso onde os sentidos das coisas não estão em i mesmas, onde os olhos estão postos para cima, e aonde as expressões espontâneas e geradoras da vida são podadas com olhos limitadores, a morte é tida como a ultima inimiga.

Quando encontramos no amor, na dor, na ação, no movimento, na busca, na fé, na esperança e no existir o seu próprio sentido aonde amor significa unicamente um sentimento maravilhoso de afeição, dor simplesmente sofrimento e privação da alegria, e fé puramente confiança em Deus, a morte como a ultima experiência constitui unicamente: conclusão, fim e descanso.

Quem amou alguém de verdade, sua família com generosidade, seus amigos com lealdade; quem perdeu seu tempo e brincando se sujou com crianças, quem parou para se embebedar do cheiro das flores e do canto dos pássaros; e quem foi grato a Deus pela vida, e com fé na justiça lutou por uma sobrevivência digna, esta pleno da vida, não precisa desejar as coisas de cima, e não somente pode receber a morte de bom grado como uma boa amiga, como também pode a esperar tranquilamente como a ultima experiência indispensavelmente necessária da vida.

Esdras Gregório

Nascido em 10 de agosto de 1981

sábado, 7 de agosto de 2010

Um Deus impotente




Toda recusa e aversão a Deus, reside muito mais por causa da idéia de uma necessidade lógica da existência de Deus. Do que no próprio fato de existir um Outro Alguém além e maior do que nós. Pois se precisamos de uma origem, logo: (silogismo dos ateus) segue que também Este que nos criou necessitaria de um principio, e assim infinitamente.

Mas como de fato e concretamente existimos, e isso independente de termos ou não a necessidade de uma causa primária, mas no mínimo como fruto puro da mais livre casualidade da vida, Ele também pode existir sem a necessidade matemática de ter que consistir em si por que nós existimos como conseqüência Dele. Pois se segundo os materialistas: nós existimos sem criador, logo Deus também esta livre para ser quem é, sem necessitar de uma origem anterior a Ele, como eles alegam.

Portanto conclui-se que sua existência é tão milagrosa quanto a nossa, e tão desobrigada de ter um outro Criador sobre Ele, como nós também existimos sem necessariamente de precisarmos que alguém tenha nos modelados do nada. Pois se a matéria e a energia em movimento na “terra” proporcionaram a existência de seres inteligentes como nós, porque também não poderia acontecer o mesmo no “céu” num grau de perfeição muito maior? De um jeito ou de outro sua existência é tão possível quanto é real a nossa vida, quanto é concreto a nossa existência.

Mas tal Deus não é para os homens um deus Todo poderoso que cria a matéria que não existia antes Dele. Mas antes um Deus que apenas da forma a matéria bruta e inerte que já existia sem formato junto com Ele no vazio e imensidão do espaço. Neste caso Deus realmente não tem Todo o poder ou não precise criar do nada, mas é a energia que assopra e dirige o cosmo num processo evolutivo que culmina na vida inteligente e sensível dos seres “criados”.

Ele é só pode ser de fato o condutor desta força inteligente da vida que tudo faz, sem Criar; que tudo diz, sem falar: e que tudo Rege sem dominar. Talvez não possa ou não queira nos ouvir, mas que esta totalmente junto conosco e anterior a nos na existência. Um Deus “impotente” e que por isso não mais será usado pelos homens, mas um Deus “leve”, livre e consciente que não faz planos para nós descobrirmos quais são, e nem tem propósitos de nos testar e aprovar apenas a minoria, mas que flui levemente sobre a natureza permitindo que a vida tenha seu único significado sagrado: Existir.


Gresder Sil

escrito em 19/07/10

Texto correspondente: “O direito de não crer” na coluna direita do blog.

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