
Todas as análises com a razão nos levaram a ver que Jesus foi homem e aprendeu tudo sobre si e sobre Deus como homem na sua trajetória única de existência. Aonde se descobriu em si mesmo e em sua relação de existência com Deus a qual lhe caracterizou um tipo comum e já existente de homem. Jesus como homem se enquadrou numa espécie de homem singular sobre a terra, e neste tipo se relevou como o seu máximo representante.
Nas palavras de Jesus, nos seus passos na sua observação sobre a natureza e o ser humano se revelam o espírito poético de um homem espiritual por natureza intrínseca do seu ser e não por uma escolha ou decisão. Jesus era um místico por essência, sua fé em Deus era algo inseparavelmente ligado a sua personalidade e temperamento. Era do tipo de homem que via o mundo com o coração, sentia Deus com sua alma, e se identificava Nele de tal forma que assumiu por sua própria conta e risco falar em nome Dele.
Pois tanto a crença ou o ateísmo esta muito mais para o tipo pessoal de homem que se é na vida do que para as escolhas pessoais que se fazem na e durante a trajetória da vida, alias as escolhas são frutos do que se é em natureza; e o que se é em natureza de forma inevitável se define as decisões de uma pessoa em sua vida. Diferente dos homens cético e matemáticos que enxergam a vida de uma forma fria e objetiva, na vida e palavras de Jesus se vê alguém tão embevecido de sua visão espiritual de Deus que pode poetizar sobre Deus.
Tais homens não vêm a Deus como um ser definido a que se podem fazer doutrinas sobre sua pessoalidade e vontade. Jesus nunca falou Dele de forma teológica, mas apenas poética e emocional como o Pai dele o Pai nosso, o criador que sustenta ate as flores do campo e os pássaros do céu. Tudo ele enxergava em Deus, e sabia que uma força vinda deste Deus o guiava e a qual chamou de vontade de Deus. Tal Deus ele figurou em suas parábolas e releituras dos escritos dos textos sagrados, mas nunca dogmatizou ou tentou explicar. Este Deus tudo movia nele, assim ele sentia.
É tão claro pra Jesus que este Deus era real e sentido mais incompreensível que ele assumiu a missão de falar sobre Ele de uma forma simplificada para os pequeninos que não deveriam se perder em entender, mas sim em receber traduzido para eles uma vontade inexplicável e diretamente incomunicável. Jesus é aquele que se coloca entre o incógnito indefinido e impessoal para satisfazer no coração do homem o que a sua razão não pode alcançar e se ater em contemplar.
Ninguém viu a Deus como Jesus viu e sentiu, e esta visão ficou guardada pra ele para sempre. O que ele viu e sentiu os olhos comuns não podem ver. E seu contato direto com o eterno vem da sua profunda intuição mística de Deus que ele teve nos recessos profundos de sua alma poética e emocionalmente votada para enxergar Deus. A prova de que sua visão de Deus era mística e de que esse Deus para ele era sentido e não explicando que era indefinível e não personalizado, foi à forma como ele traduziu poeticamente a Deus para os homens e não tentou explicar de uma forma teológica e doutrinária.
Esdras Gregório
Escrito em 24 de outubro de 2011
Sétimo texto da serie sobre a desmitologizaçao da divindade de Jesus.