quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A revelação de um novo apocalipse



Era tarde da noite, o sono não vinha, na cabeça um turbilhão de pensamentos nebulosos, no coração a terrível impressão de uma grande responsabilidade por vir, não sei por que, mas eu tive medo. Estava exilado na solidão do meu próprio quarto, não queria mais ver os homens, pois eles não compreendiam que eu apenas queria mudar a grafia das letras e não o seu sentido.


Uma voz feminina, como se fosse falada carinhosamente por uma mãe, me despertou do sono acordado na qual eu estava completamente atordoado. Ela me disse: “vem e vê isto”, o chão sumiu , meu coração disparou, senti a sensação horrível de perder o conforto seguro de tudo que me induziram a crer ate aquele dia.


Ela disse: “olha aquela mulher” olhei e vi, ela era linda! Mas completamente artificial. Inteligência sem coração, criatividade sem vida, fora composta da união de três serviços prestados aos homens, ela se chamava a Rede! Mas lhe deram o apelido de Nuvem, pois cobria a extensão de toda a terra, e tudo estava armazenado Nela. Todos os homens se prostituiramn com Ela, todos entrarão a Ela, os seus dotes e favores satisfaziam todas as necessidades dos que tinha acesso ao seu interior. Ela era a besta de á muito tempo profetizado.


Era a visão do fim dos tempos. Um calor terrível assolou os habitantes da terra. A Rede proporá aos homens sarar a ferida da atmosfera através da completa libertação da fauna. Vi que a humanidade se rejubilou como nunca antes, pois nunca mais se faria nada com as arvores da terra. Então sob sua recomendação tudo que ate então fora escrito de papel, foi transferido para um lugar seguro na Nuvem. Uma grande crise assustou os homens naquela época, pois os artesãos da madeira e todo comércio que os abrangiam caíram sem quem ninguém pudesse impedir.


Os homens prostraram ante a Rede para que ela os salvasse, aos seus pés colocaram tudo o que tinha. Ordenou Ela que todo livro escrito e todo que pudesse ser reciclado fosse convertido em produtos novos para salvar a economia dos negociantes da terra. Os homens a adoravam por isso, a Ela se entregaram completamente, todo desejo e pensamento humanos estavam registrados e salvos sob o seu controle irrestrito. Quem quisesse ver agora os escritos humanos tinha que trafegar dentro das ondas da Nuvem. Tudo isso se decorrera no tempo de três olimpíadas e meia.


No céu embaixo do grande trono ouvi os gemidos mais agonizantes de toda a minha vida, era alma dos heróis que escreveram as escrituras para os santos, pois na terra, aproveitando que tudo que um dia foi escrito estava gravado agora, com um dedo só Ela deu o maior golpe na humanidade: deletou o Livro sagrado. Meu coração sentiu com os fieis uma agonia de morte que não morre, era uma dor insuperável. Desmaie ante aquela visão.


A voz me acordou e disse: “desperta! Ainda não acabou”, vi que o Ressuscitado reunira de dentre todos os recantos da Terra, homens de todas as tribos e línguas que guardaram no seu coração a Palavra do altíssimo. Eram todos virgens, pois não tinham se contaminado com a aquela mulher, e foi lhe dado a incumbência e o poder de entrarem nela sem se cadastrarem fazendo um código com ela, na qual nada se vendia e nem se comprava sem ter uma conta de acesso a seus serviços.


Senti naquele momento uma pontada muito dolorosa no coração, pois tinha aqueles remanescentes à missão delicada de reescrever todo conteúdo e essência do livro de Deus em outra linguagem não religiosa, pois a Rede não aceitava que se adorasse outro ídolo além dela, por isso seus programadores rastreavam e eliminava tudo o que se chamava Deus. Tudo da religião foi completamente abolida por ela, e assim criou se um sistema em que todos os homens pudessem falar por intermédio dela uma só língua, e uma só crença sem as divisões que a religião fazia.


Ao acordar da embriaguez de suas conquistas, ficou furiosa, pois descobriu que era impossível eliminar a Palavra, pois ela estava escrita como diamante no coração dos escolhidos. Deu-se naquele tempo uma grande perseguição aos fies da terra. Rapidamente os emissários escolhidos para escreverem sobre a essência do grande Livro, reunirão em discos o que aviam feitos e fugiram, ela os perseguiu no deserto, mas se não fosse o próprio Deus a impedir com tempestades o alcance dos olhos que ela tinha na órbita da atmosfera, os escolhidos não tinha escondido os discos em caverna dentro da terra.


Ouve se um grande estrondo no céu, o cálice da ira do Altíssimo tinha se enchido. Deus fez surgir das profundezas da terra um vírus que como ulcerações haveriam de paralisar a besta. Vi também que dos céus desciam anjos a qual navegavam sobre a Nuvem derramando do cálice da ira os germes que contaminavam a Rede, tinha aparência de homens, mas agiam como ratos, que entravam em todos os recantos do sistema e corroíam o que encontravam pela frente. Ouve se um desespero entre os homens, pois toda a sua vida estava entranhada naquela mulher, adoeceram com ela, sentiram a dor mortal de sua chaga.


A fera estava domada, ouve se um silêncio muito prolongado no céu. Por cerca de mil anos ela não mais foi acordada. Eram novos tempos, tudo voltara ao primitivo estado das coisas, sem a poluição e alimentos artificiais, os homens que morriam com menos de cem anos eram tidos como amaldiçoados. Os homens viviam num estado feliz de consciência adâmica, ate que foram achados os discos sagrados. A besta foi acorda, pois acharam necessário ler a escritura das paginas.


Ao ver aquilo, senti o desespero do pessimismo de coisas que não mudam, pois tudo começou novamente, como a remota profecia de milênios passados, de um eterno retorno, de um legendário mago da humanidade. Fez se reuniões para descobrir quais interpretações eram verdadeiras. Brigas e facções surgirão entre os homens. Concílios foram estabelecidos para canonizar as paginam consideradas mais ortodoxas.


Aos pouco a besta foi saindo do seu estado de sonolência e tomando o autocontrole, neste ponto eu não agüentei mais ver aquela visão e gritei: “isso não tem fim...”, “Não!!! Respondeu a voz, enquanto os homens não aprenderem que a Palavra de Deus como verdade penetrante é eterna e não se encerra na inflexibilidade da Letra das gravuras de pedras, pergaminhos antigos, folhas impressas e paginas imateriais, nem no modo de pensar e sentir de uma geração de homens de outra era, com as suas linguagens e culturas singulares. Mas sim escritas indelevelmente com letras ilegíveis nas tabuas do coração do homem, o Altíssimo não porá um fim a esta historia.”

Gresder Sil

25 comentários:

Levi B. Santos disse...

Ô Gresder!

Tu não dás descanso nem no dia da ressaca de ano velho, meu!

Quanto a esse teu apocalipse gresderiano, eu fiz um rápido comentário há dois meses e meio, quando assim escrevi:

“Achei o teu ‘Apocalípse’ menos aterrorizante, mais humano e mais poético que o de João (rsrsrs)”.

Apesar de ainda me encontrar com os meus neurônios cansados, vou me estender um pouco mais, sobre esse apocalipse revisitado.

A idéia de que Deus pune os homens é tão velha quanto a civilização, e está presente no discurso religioso do V. T.

Sabemos que o evangelista João refugiou-se na ilha de Patmos, para não ser morto. Imagine o quadro emocional desse homem, vendo todos os seus colegas de ministério ser dizimados violentamente. Todos esses acontecimentos evocaram nele, àqueles modelos universais (arquétipos), como pensavam os antigos. Segundo Jung, todos os sonhos e visões, são expressões do inconsciente, que só podem aflorar na consciência sob formas simbólicas altamente metafóricas. O livro de Apocalipse é o livro de metáforas por excelência.

Como Jung certa vez escreveu: “O inconsciente coletivo é como o Deus Romano Janus: tem duas faces.Uma aponta para o mundo pré-histórico dos instintos, e outra aponta para o futuro, ou melhor, para antecipação do futuro, que nada mais é que a projeção da tragédia humana, frente ao Deus Vetero Testamentário, naquilo que poderíamos também chamar de o ‘Acerto de Conta Final’.

As imagens herdadas , afloram justamente em épocas de crises.

Sobre o teu texto extenso e carregado de metáforas, Gresder, ainda vou me debruçar melhor, desde que você me dê uma dica: Que danada de “Rede” é essa?
O que significa esse símbolo arquetípico? (rsrsrs)
O que passou pela tua mente quando escreveste essa palavra, que para mim pode ser metáfora de muita coisa, como por exemplo: lugar de descanso, organização dominadora, instrumento de pesca, etc.?

Um feliz começo de 2010 para você.

Levi B. santos

J.Lima disse...

Gresder!
Esse texto é simplesmente fantástico!
Sabe nunca me interessei por apocalipse da forma tradicional, acho desestimulante, acho que pela razão de ser interpretado como uma "fuga", o final, o temmpo nas interpretações tradicionais produz uma certa "ansiedade", para que venha logo esse "apocalipse", de dê inicio a uma nova ordem, acho que não é isso...o apocalipse é anterior a joão, e depois dele, acredito que o apocalipse é toda a história da humanidade não significa um fim....
O seu artigo está bastante poéitco e não fala de uma "redençaõ final", achei interessante, isso pois não vejo que o apocalipse tinha essa idéia...alíais acho que o próprio João se referia mais ao presente, a situação do império romano e esse império continua hoje de uma forma filosófica muito mais organizado pela figura da "rede"!
Parabéns!

Edson Moura disse...

Gresder, fiquei sem palavras quando lí o texto.

Esse paralelo que você "majestosamente" traçou entre a "Rede" ou "Nuvem" e a besta é absolutamente estraordinário!

Também já pensei assim como você, aliás, penso ainda. Sei que existe muita alegoria no que você ecreveu, mas eu não descarto a possibilidade de a "Nuvem" ser a verdadeira versão da "Matrix".

Temo que um dia se esqueçam o papel e a caneta e tudo seja feito pelo teclaado de um notebook...seria o fim dos poetas e dos profetas.

Esse grande "servidor" chamado "Nuvem" pode trazer o equilíbrio para a flora e fauna mundial?

Ou será o início do "Caos" para a escrita?

Novamente te parabenizo por tão maravilhoso texto...tenho orgulho de conhecer tão celebre poeta.

Manda um abração pro Esdras! Rsss

Esdras Gregório disse...

Eu não acredito Levi que você não conseguiu sacar como Lima e Edson? E olha que eu não entendo nada de computação. Faz apenas oito messes que eu acessei a “rede” pela primeira vez.

A nuvem é todo esse conjunto: Microsoft, Google, Software, Internet e todo tipo de servidores que se pode ajuntar para se formar um domínio Virtual sobre os homens.

E este nome de nuvem não fui eu que dei, mas eles mesmos, isso vai acontecer e eu apenas usei como metáfora para alem de dizer que o Anticristo pode não ser um homem, mas um “programa” virtual.

Como principalmente para mostrar que a bíblia (livro, literatura, cultura) não é a palavra de Deus, mas como recipiente ela contem a Palavra, o que é a coisa mais obvia do mundo.

E também para fazer uma critica poderosa a ...

Edson Moura disse...

Falou tudo "Bill Gresder" mas a verdade é que de certa forma a "Nuvem' já existe há mais de 10 anos.

Só esperamos a "Nova Ordem Mundial"Rsss, para então estarmos todos...absolutamente todos, guardadinhos no mesmo lugar.

Levi B. Santos disse...

Pedi ajuda e captei a vossa mensagem, Gresder!

Parece que eu já recebi o sinal da besta desse teu apocalipse virtual. Quem sabe se o "666" não quer dizer www

Estou agora um dependente. Muito mal descansei das agruras do final de ano, e já estou aqui no reino do anticristo onde tudo que quero saber, tenho que digitar a senha bestial dos três "www".(rsrsrs)

Mas, como a moeda tem dois lados, pode ser que a internet não seja esse apocalipse massificador. Talvez, seja o instrumento para o derramamento do espirito de Deus sobre toda a carne, como foi profetizado que aconteceria nos últimos tempos.

Bem, estava tão fixado na mitologia de Jung, que estava tentando pescar no teu texto algo mítico dos primórdios.
É que eu estava vendo por aquela face do Deus Janus, que olha para o passado, ao invés de usar a face desse mesmo Deus que olha para o futuro.(rsrsrs)

Marcio Alves disse...

Gresder, você agora deu também para ser o “filosofo do Apocalipse”?! rsrsrsr


Ah, rapaziada, é por isso que eu não gosto de comentar por último, tira de mim todo tesão da minha criação e imaginação do comentário.


Não pude dar asas a minha imaginação, pois antes de ler a postagem, fui dar uma olhada para ver quem tinha comentado, e acabei vendo a explicação da “rede” e “nuvem”. Rsrsrsrs


Concordo e assino em baixo em absoluto com os comentários, do Levi e do José Lima.



Também penso e interpreto o Apocalipse como fabula de uma riqueza literária fabulosa, carregando em si, imagens, símbolos e metáforas, de uma circunstancia existencial e experiencial vivida por João, ainda em seu tempo presente de grande tribulação – e pensar que já ensinei sobre pré-mide-e-pós-tribulacionismo nos moldes do fundamentalismo Norte-Americano. Que vergonha. Rsrsrsrs


Já a sua postagem é de uma riqueza e beleza, literária e poética subjetiva.


Isso é muito bom meu amigo, pois faz de sua escrita, singular, não somente na blogosfera Cristã e herética, como também na secular!


Abraços

Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.

Esdras Gregório disse...

Mas não faz mal Marcio você ainda tem a chance de adivinhar a grande critica subjetiva do texto. Que esta latente também nos poemas sobre o filho do homem. Pois descobrir o significado dos símbolos da trama desta epopéia foi fácil né Edson, agora eu quero ver o que o conjunto inteiro do poema quer nos dizer inconscientemente nas entrelinhas.

Sabe Levi eu descobri que quando escrevo alguns textos eu não somente digo o que pretendo dizer, mas também escrevo coisas que estão inconscientes em mim, de forma que na arte da escrita não somente meu consciente trabalha, mas também o meu incomnciete espontaneamente diz o que eu ainda não consegui organizar em conceito e verbalizar em palavras; isso foi à descoberta mais fascinante que eu tive neste presente de Deus que é minha atual e futura vocação.

O que você e o J.lima têm a dizer sobre isso já que são vocês os mais entendidos na psicologia do incomnciete. Alem de estender a vocês o desafio de descobrir a minha critica latente em todo o processo de construção dessa epopéia apocalíptica.

Unknown disse...

Só me restaram os aplausos.

Que belissimo texto, digno dos grandes e celebres pensadores, criadores, desbravadores...não encontrareia a plenitude para descrever quão maravilhoso é este texto.

Levi B. Santos disse...

Você não acha que está pedindo demais, Gresder?


Fazer uma leitura psicanalítica do teu texto, para tentar descobrir as forças poderosas que te moveram a escrever sobre um novo apocalipse, é tarefa impossível, rapaz!

Fica difícil, porque a explicação racional do texto é antítese do conteúdo latente do inconsciente (do que está oculto na consciência).
De maneira que tudo que racionalizamos através dos comentários, são mecanismos de defesa que manipulam a nossa percepção que tem por intuito, livrar o indivíduo do DESPRAZER e da ansiedade de saber que corre perigo, porque somos finitos.

Não sabemos por que sentimos o que sentimos

Não sabemos por que tememos o que tememos

Não sabemos por que escrevemos o que escrevemos

Tenho medo de ser levado pelas ondas tenebrosas do teu mar apocalíptico, e depois não sabendo nadar, venha me afogar.

De uma coisa, acho que não poderás me negar: Como somos seres paradoxais, pude ver nas entrelinhas do teu texto, desejos não satisfeitos e um medo medonho de ser engolido pelo besta, que diz que a história tem fim.

Realmente os termos que se revestem de maior simbolismo, por conter os elementos paradoxais com que o inconsciente trabalha, são no teu texto: “A nuvem” e a “Rede”.

A nuvem no nosso inconsciente assembleiano significa proteção Divina, e é subjetiva (transcendente), pois nos protegem, mas não se pode pegar. A REDE significa um refúgio aparente ou ilusório. A nuvem está ligada ao transcendente, representada pelo que está acima de nós (no céu). Ela, biblicamente também representa o Templo.

A REDE é como vc me explicou, é uma organização humana, que oferece consolo e proteção, mas não é de natureza divina.

Enfim Rede e Nuvem são os dois lados de um arquétipo que representa os opostos existentes em nosso ser.

Querer a Rede que salva a história de seu fim, é abandonar a nuvem da proteção Divina.

Querer a Rede que trás o céu para a terra, é coisa impossível, pois o arquétipo “nuvem divina” foi plantado de uma vez por todas em nossos corações, e continuará acima de nossas cabeças. Esperneamo-nos, mas a nuvem fala em nós: um dia evaporarei e tudo chegará ao fim.

A Rede simboliza o anticristo. A nuvem representa Deus

A “Rede” simboliza o evangelho a-religioso que conscientemente abraçamos. A “Nuvem” representa o “Templo” que nós hereges, inconscientemente pensamos que deixamos.

Vide significado de NUVEM no V.T. : Templo, Tabernáculo. REDE: Cilada (vide Salmos 57: 6)


Depois vem mais. (rsrsrs)

Esdras Gregório disse...

Não falei que o nossa escrita diz o que não dizemos, mas apesar de você encontrar significado nos símbolos dos texto o que eu quero dizer quando crio magistralmente um novo Apocalipse é que... pois uma vez que a minha escrita... isso pode nos levar a duvidar de que foi a capacidade dos escritores que... deixando a nossa fé no vasio de não ter mais as...rsrs

Levi B. Santos disse...

(Tentando completar os espaços vazios que deixaste, com os ‘vazios’ de minha existência impessoal)


“Não falei que a nossa escrita diz o que não dizemos, mas apesar de você encontrar significado nos símbolos do texto o que eu quero dizer quando crio magistralmente um novo Apocalipse é que...”

(à guisa de completar a frase):

...não sou eu que estou criando. Eu de maneira inconsciente estou apenas idealizando ou realizando o desejo prazeroso de apagar a angústia, de minha finitude apocalíptica. Quando acredito que tomei a decisão do livre ‘criar’, algo me aconteceu que me orientou antes de agir.

“pois uma vez que a minha escrita...”

(completando a sua frase):

...é produto do meu INCONSCIENTE.

“isso pode nos levar a duvidar de que foi a capacidade dos escritores que...”

(completando a sua frase):

“lhe forneceu os meios responsáveis pela elaboração do texto”.

“deixando a nossa fé no vazio de não ter mais as...

(completando a sua frase):

“...prerrogativas de acreditar que somos livres, mas sim regidos por símbolos que só morrem quando a situação em que fomos criados deixar de existir”.

Edson Moura disse...

Gresder seu "maldito escritor de talento"!

Não confunda a minha cabeça nem a do Levi e nem a Marcio tentando nos fazer encontrar no seu texto, "críticas subjetivas", pois, isso é o que ele mais tem.

Acho que você está blefando, e se quer que nós leiamos seus textos exaustivamente, é só pedir seu "fresco"!Rsss

Acho também, que essa crítica nada mais é do que o seu rompimento com tudo que entendemos como "religioso", mas na verdade sua forma subliminar de escrever, nos cega para tais fatos, tão óbvios até pelo título de seu blog.

Já chega, cansei de ler e reler essa "merda"! Rsss

Abração mano

Eduardo Medeiros disse...

Oiê, voltei...Tô queimado de sol, com gosto de mar na boca e com uma moleza baiana no corpo...

Ô Gresder: Tu bebeu quantas antes de postar esse apocalipse?

Então quer dizer que a Rede deletou o Livro, mas o Ressuscitado resolveu escrevê-lo de novo de forma a-religiosa? Pelo jeito não foi possível tão façanha, visto que a Rede os perseguiu no deserto...

O Ressuscitado ordenou algo impossível de fazer? Reescrever sobre seu Pai e sobre ele mesmo de forma a-religiosa?

E por que diabos depois de 1000 anos com o homem vivendo adâmicamente, ele teve de novo que ler o Livro e despertar a fera?

Será porque o homem não pode ser a-religioso? Que ser a-religioso vivendo e pensando e escrevendo categorias religiosas é um paradoxo?

Ô Gresder, você acha mesmo que chamar Jesus Cristo de Ressuscitado elimina a religiosidade inerente ao nome?

Olha, chego à conclusão que para o homem ser feliz tal qual no apocalipse gresdeniano, ele só precisa destruir o Livro e nunca mais escrevê-lo de forma nenhuma.

Esquecê-lo de vez e arrancar do peito até mesmo a sua "essência"; pois a partir do momento que o homem descobrir nele tal essência, o eterno retorno girará incólume pelos séculos dos séculos. Amém.

Esdras Gregório disse...

Quando eu escrevo um poema deste teor literário, eu implicitamente estou querendo dizer que se um jovem de menos de trinta anos pode através do talento natural da escrita e sagacidade; e habilidade de leitura da sociedade e natureza humana criar uma nova versão do apocalipse totalmente coerente com o andamento atual da história. Isso significa que todo grande escrito profético e inspirado da humanidade pode ser apenas uma construção literária de uma mente humana sensível aos acontecimentos e andamentos da civilização, visto que quem os escreveu eram muito mais humanamente capacitados para tal função.

Um grande exemplo disso é o livro dos mormos que combina imaginação, capacidade, conhecimento e uma sensação de ser chamado para tal missão. Eu mesmo, por exemplo, poderia criar uma seita a partir de alguns escritos “inspirados”, e isso de forma honesta ou pervertida. Pois quando escrevi este apocalipse, não ouvi nenhuma voz, ou tive nenhuma revelação espiritual. Mas apenas trabalhei as dados de conhecimento que tinha, assim como os grandes do passado também tinham seus vastos conhecimentos antes de suas receptivas revelações.

Mas tudo aconteceu de forma natural em que o meu inconsciente trabalhou as informações de notícia adquiridos e intuições racionais do meu intelecto, de tal forma que a minha razão esteve neste processo totalmente convencida da possibilidade de que o que a minha imaginação pressentiu foi algo futuramente e absolutamente real. De forma que eu mesmo posso crer que fui “divinamente” inspirado; o que é o que acontece com todo falso e verdadeiro profeta.

Ou seja, talvez muito, ou tudo do que se foi escrito como revelação, não teve nenhuma intervenção divina sobrenatural, apenas processo natural de inspiração literária metafísica da psique humana. Não que isso elimine a inspiração bíblica, mas que tira todo a nossa segurança humana na sobrenaturalidade do processo de intervenção divina da criação dos escritos canônicos. Deixando a nossa fé sem apoios nenhum a não ser na intuição do nosso coração, pois todos esses milhares de escritos inspirados que na verdade pode ser todos frutos da imaginação e capacidade intelectual humana, são semelhantes entre si no seu processo de escrita e criação.

Continua...

Esdras Gregório disse...

(continuação)

O que naturalmente nos levam a fazer uma analise critica, por exemplo, dos escritos de Moises que tendo no seu coração o chamado divino (ou destino humano) e também a pressão psicológica de que deveria dar satisfação às duvidas metafísicas daquele povo, e que poderia ter obrigado ele a criar um gêneses com os dados da tradição oral e imaginação poderosa de uma das maiores mentes sábias daquela época criado nas melhores universidades do seu tempo: palácio egípcio e retiro e reclusão do deserto.

Não que eu esteja negando a verdade dos fatos escritos no Pentateuco, mas afirmando que creio unicamente pela fé, visto que as possibilidades da mente humana em determinada conjunturas poderiam não somente criar um mundo em seis dias como também convencer um judeu de sua messianidade e natureza divina.

Trazendo essa critica para hoje eu poderia afirmar que grandes nomes do evangelho hoje como Caio Fabio, Leonardo Boff e outros fenômenos não passam de homens como eu que tem conhecimento consciente da arte de como sofismar, e escrever com impacto pela capacidade natural e talento de captar e fazer leituras do ambiente religioso e psicológico em que vive, e que por mais honesto que seja em dizer o que o coração sente pela fé, não passa de um pregador ou escritor longe de ser um profeta, coisa que realmente não nos compete saber nesta vida, de forma a restar sermos consciente e responsáveis com que dizemos, e deixar que na outra vida tenhamos a revelação de nosso chamado.

A conclusão pratica disso é que: todo aquele que diz “Deus me mandou falar isso” não passa de um simplório ou desonesto que atribuiu a Deus a autoria de seus próprios desejos e pensamentos geniais e considerados benevolentes, que induzem as pessoas ao medo de pensarem livremente sem ter o direito de duvidar da “palavra” do Senhor. Impedindo que cada pessoa também tenha ouvidos individuais para o que Deus realmente sopra exclusivamente no seu coração.

Viva!!! à fé (sem apoios racionais e garantias) individual e adulta de um cristianismo liberto dos medos imposto pelos homens onde cada um vive conforme a sua própria consciência diante de Deus.

Há! Eduardo seu estraga prazeres! Cristianismo a-religioso é apenas um método e não a essecia da coisa, pois se trata de eliminar a religiosidade desnecessaria e intorpecente da religiao, que é obvio que é naturalmente religiosa.

Wagner disse...

Gresder
Esse eduardo é um maldito mesmo, mas eu concordo com ele hehehehe.
Você enxergou muito bem o processo de construção dos textos e como acontece, quem sabe daqui a dois mil anos não estarão lendo o apocalipse de Gresder achando que foi inspirado por Deus.
Você disse:
"Não que eu esteja negando a verdade dos fatos escritos no Pentateuco" Pode negar!!
Cada um acredita no que quiser, e nesse caminho eu respeito o Caio e o Leonardo. Para mim que nada sei, posso compartilhar com todos e experimentar de todos.

Tem vida após a morte? Quem disse?

Um abraço aos hereges de plantão.

Levi B. Santos disse...

Estimado Inventor de um novo apocalipse (rsrsrs)


Sobre seu último comentário, se o Espinosa estivesse vivo assinaria embaixo.

Olha o que Espinosa diz no seu livro, “Tratado Teológico Político”:

“A Escritura é imaginação, conhecimento que indica a multiplicidade causal em que o indivíduo está inserido”.

“ Os direitos subjetivos de Deus, não são mais do que a soma dos direitos subjetivos de todos os indivíduos”.

Vou te fazer uma pergunta, Gresder.

Alguma vez na tua vida, aconteceu que ao telefonares para uma pessoa amiga tua, ouviste em resposta, a voz de uma outra pessoa para quem tu não tinhas ligado?

Quando ocorre esse “lapso” dizemos: “OH desculpe foi um engano! Engano coisíssima nenhuma. Preste atenção!

Sua consciência pensou uma coisa e seus dedos discaram o número que você não tinha intenção de discar. Seus dedos receberam ordens de uma instância mental (que não tem nada de divino) Quem impulsionou você a discar um número não pensado? Lógico que foi algo vindo do INCONSCIENTE(do impensável).

Eis aí a maior prova do inconsciente. Ele determina e age sem o auxilio da nossa vontade.
Você pensou: “Vou discar para alguém!”. O inconsciente interferiu, fazendo com que você ligasse para quem não queria naquele momento.

Resumindo tudo:

O que leva você a imaginar tem muito a ver com o inconsciente. Agora, dentro da imaginação estão as imagens simbólicas (imago) com que o inconsciente trabalha, sem que você perceba.

Naturalmente o velho Espinosa pensava que o “imaginar” estava resumido, simplesmente, a um ato do intelecto ou da consciência.

Uma coisa é o sentido consciente do texto que escrevemos

Outra coisa é o conteúdo latente inconsciente que estão expressos nos símbolos do texto que escrevemos.

A nossa escrita, no mais das vezes, é uma reação de defesa contra algo que existe no inconsciente que pode nos causar desprazer.

Pense nisso meu amigo, e vamos continuar o diálogo.


Abçs,
Levi B. Santos

Esdras Gregório disse...

Levi é exatamente o que acontece quando eu escrevo algumas coisas especificas, mas agora não tenho tempo para falar sobre isso, pois estou sem internet e estou escrevendo em casa e depois colando em outro, e por isso eu apenas vou me dirigir ao “maldito” do deste herege que esta me incomodando rsrs. Vamos lá então Eduardo, já que você esta “desmoralisando” a proposta do titulo do meu blog eu vou explicar mais uma vez:

Cristianismo a-religioso é o cristianismo vivido não fora da religião (pois cristianismo é religião), mas, mais precisamente fora da igreja e toda a sua sacramentalizaçao dos ritos, mandamentos e exercícios religiosos desnecessários; é a ceia na mesa de um “bar” é sentir a presença de Deus, na musica secular, é o entendimento que a bíblia não é sagrada, mas somente a Palavra que transcende a cultura em que foi escrita; e a santificação do ato do sexo entre adultos em qualquer ocasião em que não aja engano, seja entre solteiros ou divorciados; é ver Jesus não como um salvador glorificado, mas como homem de dores que pisou esse chão com todos os tropeços e contingências, é velo não como Deus triunfante, mas como um mestre que se assenta diante de nos a contar estórias. É beber é dançar, enfim é viver como gente comum nesta terra com o coração cheio das lembranças das palavras do homem da Galiléia.

Resumindo, o titulo de blog seria, mais precisamente: cristianismo a-evangélicos
Detalhe: o marcador desse texto não é sobre cristianismo a-religioso, mas sobre a Palavra e seu veiculo de comunicação, cuja intenção aparente é apenas dizer que a bíblia não é a palavra de Deus, pois é apenas um recipiente, e que seu conteúdo pode ser pronunciado com outras linguagens como, por exemplo, a da filosofia existencialista.

E quando eu chamo Jesus de o crucificado neste texto, eu apenas estou acompanhado o apocalipse de João que a partir do segundo versículos praticamente não, mas pronuncia o nome: Jesus, mas Senhor, cordeiro ou Rei. Então burrinho aqui não tem nada a ver com a questão a-religiosa, mas com arte coerente na construção do texto.

Eduardo Medeiros disse...

Se você mesmo diz que cristianismo a-religioso não é cristianismo fora da religião...

Você quer tão somente trocar os ritos que para você não tem mais sentido e colocar outros no lugar. Mas os ritos continuam ali. Não que isso esteja errado, os ritos vem e vão ao sabor das novas experiências subjetivas com a divindade.

Concordo entretanto, que "Resumindo, o titulo de blog seria, mais precisamente: cristianismo a-evangélicos", então, Ô burrinho, troca o nome do blog!

abraços e beijinhos carinhosos

Wagner disse...

Eduardo,
Você tem o discernimento de espiritos?
Será que é exatamente por isso que o Gresder ainda continua na Assembléia?
Será que vocês ainda falam em linguas estramhas?
Eduardo você é um revelador maldito, como disse o Gresder "você é um estraga prazer". Deixa o cara ficar com o romantismo dele, deixa ele brincar de faz de conta, deixa ele construi o seu castelo de areia.
Vou de dar um conselho: Amaldiçoa teu deus e morre!!

Um abraço herético

Esdras Gregório disse...

Wagner eu estou na assembleia porque preciso de endereço rsrs e é lógico para poder ter o que criticar, se nao, nao tem graça, sou como verme que se nao tiver merda pra comer eu morro kkkkk.

Mas na verdade eu estou pelo mesmo motivo que todos estão: amizade verdadeira entre alguns, curiosidade de ver os outros, vaidade de ser visto por outros, necessidade de estar integrado e interagir no meio do bando, pois ainda tenho um pouco de instinto de animal de rebanho, resumindo: tenho instinto social, todo mundo é assim, mas ninguém reconhece, pois todo domingo eles vestem a sua melhor roupa para ir a igreja ver Deus.... depois o ingenuo aqui sou eu...rsrs

Wagner disse...

Então chama o teu pastor para a sala de debates, ele vai gostar muito do que se fala por aqui.
Olha que eu conheço a tua igreja, e até por usar barba já fui discriminado.
Eu me reuno com pessoas em casas e não quero saber de "igrejas" Concordo com os instintos, mas posso promover isso estando livre para ser quem sou e sem precisar prestar conta a uma religiosidade que não me cabe.

Mesmo assim
Um abraço pentecostal

Ricardo disse...

Quanta verdade! (rs)

"Wagner eu estou na assembleia porque preciso de endereço rsrs e é lógico para poder ter o que criticar, se nao, nao tem graça, sou como verme que se nao tiver merda pra comer eu morro kkkkk.

Mas na verdade eu estou pelo mesmo motivo que todos estão: amizade verdadeira entre alguns, curiosidade de ver os outros, vaidade de ser visto por outros, necessidade de estar integrado e interagir no meio do bando, pois ainda tenho um pouco de instinto de animal de rebanho, resumindo: tenho instinto social, todo mundo é assim, mas ninguém reconhece, pois todo domingo eles vestem a sua melhor roupa para ir a igreja ver Deus.... depois o ingenuo aqui sou eu...rsrs"

Anônimo disse...

Gresder, eu quero saber o que tu anda tomando (ou bebendo, sei lá!) porque eu quero também! Forte abraço. Estou estupefato demais para comentar.

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“todo ponto de vista é à vista de
um ponto, nos sempre vemos de um
ponto, somente Deus tem todos os
pontos de vista e tem a vista de
todos os pontos.”
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