sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Homens de igreja



É lógico que a teoria dos quatro temperamentos* é reducionista e generalizada por existir muitas variantes destas personalidades. Mas mesmo assim serve como bússola para se poder entender em qual tipo de temperamento um homem mais se encaixa e assimila. Por esta razão dá para se explicar como uma instituição religiosa, e denominação cristã aleatoriamente aproveita cada tipo de homem para cada função especifica conforme o adequar de seus traços típicos indispensáveis para o acabamento proveitoso do conjunto.

Os homens do tipo fleumáticos de temperamento calmo e pratico são o contingente de porteiros, zeladores, diáconos e secretários da igreja. Eles são por natureza eficientes e cumpridor de seus encargos. São homens simples, mas muito produtivos que por não terem capacidade religiosa de ensino e estudo, se contentam em servir a igreja. Por temperamento eles não são homens fervorosos de orações e estudiosos da bíblia, mas são leais e sinceros em sua fé e conduta, sendo geralmente excelentes cidadãos prósperos.

Já os homens do tipo melancólico, sensíveis, nervosos, idealistas e dedicados são os que naturalmente se tornam professores de escola dominical, teólogos e doutores doutrinários. Estes são por temperamento perfeccionista e e conseqüentemente defensores da correta ortodoxia. Sua fonte de conhecimento se resume no estudo da bíblia e da historia eclesiástica de sua denominação. Por natureza eles são afetuosos e emotivos, de profunda vida de oração, fé pura e caráter integro, que não se envolvem profundamente nos meandros administrativos e ministeriais.

Um outro tipo é o do famoso temperamento sanguíneo, que são os impulsivos, comunicativos e extrovertidos. Que obviamente acabam virando os pregadores e cantores das igrejas. Por instinto eles têm tendências mais negativas como a serem indisciplinados, interesseiros, barulhentos, versáteis e dúbios. Estes estudaram muito mais do que a bíblia, para terem um vasto arsenal de cultura com que eles entusiasmam com sua eloqüência natural os seus ouvintes. Por serem atores vendedores e sofistas por natureza eles não são tão íntegros em sua conduta e ensino. Só não são abolidos, porque servem ao sistema como entretenimento da massa.

Por ultimo e mais importante nesta escala de cargos são os poderosos coléricos que são lideres natos e enérgicos resolutos. Estes são os que alcançam a importante função de pastor, presidente ou fundador de uma igreja. São homens decididos, audaciosos e eficientes por pura tendência de temperamento. Se um dia foram, a esta altura de responsabilidades já não oram e não dependem de oração, mesmo que tenham que dizer que é Jesus que dirige a igreja. Pois sabem que a organização se mantém por seus planos orçados e audazes decisões, nada santas e bíblicas.

Os coléricos são astuciosos por natureza, e como verdadeiros lideres auto-suficientes e inteligentes, estão acima do senso comum do bem e do mal, ocultando ou deixando iludidos os fieis para o bem geral da instituição. Os fins sempre justificam os meios, pois os métodos heterodoxo e seculares de organização se justificam por harmonizar o grupo e prosperar em paz a vida comunitária e financeira da instituição. E por estar à frente da denominação ele entende, sem ser entendido, cada um dos tipos de homens que precisa para cada função. Ele não é justo ou injusto, ele é o Líder.


Gresder Sil

*Inspirado na teoria dos quatro temperamentos de Hipócrates e na observação pessoal atenta de anos, de diversos homens conhecidos de igreja, que se encaixam perfeitamente na analise deste texto.

Escrito em 13/12/10

14 comentários:

Eduardo Medeiros disse...

li há muitos anos "temperamentos controlados pelo epírito santo" se não me engano do tim lahaye(acho que é assim que escreve) e achei fascinante à época. hoje não me empolgaria tanto. ninguém é cem por cento colérico ou fleumático, e nem todos os coléricos "são astuciosos por natureza", como você mesmo disse no início. somos uma mistura desses quatro temperamentos.

eu por exemplo, me vejo muitas vezes ora como um colério "light", ora como um fleumático-melancólico. ou seja, eu sou uma aberração temperamental...

de uma forma geral, sua análise cabe nos argumentos, mas as exceções são tantas que não dá para confirmar a regra.

* * * * *

quanto ao "21" lá do botequim, não é que "botequim do edu" + "internet" somam 21? kkkkkkkkkk estou torcendo para o eduzinho nascer no dia 21, se isso acontecer eu vou virar astrólogo numerólogo e vou cobrar para fazer mapa astral...

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Interessante o texto e o considero oportuno para debatermos o tipo da personalidade dos discípulos que Jesus escolheu para incendiarem o mundo com a Palavra do Evangelho.

Aqueles pescadores rudes do Mar da Galiléia talvez não se enquadrassem em nenhum desses quatro perfis. No começo, não eram lá tão servidores, disputavam entre si sobre qual deles seria o maior do reino messiânico e se acovardaram quando o Mestre foi preso.

Dos 12 apóstolos, Judas parecia ser o mais equilibrado (inclusive esta é uma observação que Augusto Cury faz em seus livros sobre Jesus). Talvez, nos dias de hoje, ele até se enquadrasse muito bem para desempenhar alguma função dentro de muitas igrejas, embora lhe faltaria condições para ser papa ou líder de uma grande denominação evangélica porque acabou se matando depois de ter entregado o Messias enquanto que os astuciosos coléricos às vezes assemelham-se mais a Anás e Caifás que, depois de Jesus, perseguiram os discípulos em Jerusalém.

Fico imaginando Pedro dentro das igrejas de hoje. Ele talvez não seria chamado pra nada. Nem pra diácono, professor de escola dominical, pregador e muito menos líder da congregação. Para os fariseus de hoje ele continuaria sendo visto como um pescador ignorante e os caras nem o usariam como porteiro pois iriam preferir uma emnina bonita ou um rapaz elegante para recepcionarem o público.

Nos dias de hoje, as coisas podem ser muita mais perversas do que na época de Jesus. Vigora no meio eclesiástico a falsa humildade e inventamos novas maneiras de exaltarmos a nós mesmos diante dos homens. Os coléricos fingem-se de servos, mas adoram ser servidos pelos homens.

Levi B. Santos disse...

GRESDER


A psicologia profunda explica o seguinte:

"Quando somos magoados por pais emocionalmentes imprevisíveis, nos esmeramos por trabalhar e transmitir uma imagem de uma pessoa calma e tranquila.
Quando temos dificuldade de aprendizado em nosso crescimento bio-psíquico, criamos uma personalidade terna, excessivamente amorosa, para que os outros não percebam a nossa deficiência.
Se nos envergonhamos de ser filhos adotivos, talvez nos tornemos trabalhadores altamente motivados e impecavelmente articulados.
Se nos sentimos inseguros poderemos desenvolver uma personalidade arrogante, sabichona, para convencer os outros de que temos um imensa confiança.
Se nos sentimos fracassados, talvez precisemos de ficar cercados de pessoas que fizeram grandes realizações, para parecer mais bem sucedidos do que realmente somos.

No fundo, parece que nos esforçamo-nos (sem perceber) em criar exatamente a PERSONA que acreditamos nos trará aprovação e reconhecimento.

Diante do que foi exposto, como você enquadraria o Homem a quem chamaram de MESSIAS, e em que situação dentro dos quatro tipos de temperamentos reativos de Hipócrates, Ele estaria mais bem adaptado?

Levi B. Santos disse...

ERRATA:

Onde está escrito: "...parece que nos esforçamo-nos" - LEIA-SE: "...parece que nos esforçamos"

Anônimo disse...

Muito bem Gresder, você reescreveu um pensamento antigo mas ao mesmo tempo atual. Gostaria de saber onde você se encaixa neste esquema de perfis.

Seria o fleumático ou o colérico?

Não vale dizer que não faz parte de nenhum destes porque senão, teremos que criar um novo perfil, dando continuidade à obra outrora escrita.

Abraços menino!

Esdras Gregório disse...

Levi Jesus era oitenta por cento colérico e vinte por cento fleumático. rsrs

Os coléricos são felizes e alto suficientes por natureza, tem em si um impulso de vida e esperança nata que os fazem acreditar que são predestinados para coisas grandes.

O colérico é confiante, se sente guiado em seus passos, se sente elegido pela vida, se reconstrói fácil diante de decepções terríveis por puro instinto de sobrevivência animal.

E isso Nele foi traduzido como sensação de se ser escolhido por Deus, coisa que Ele não era, quem o elegeu foi a vida em um processo humano evolutivo que se culminou Nele naquelas épocas.

Quanto ao lado fleumático dele foi adquirido com e pelas experiências.

Agora quanto ao seu comentário sobre a explicação da psicologia, ele merece uma postagem sua para ser mais bem debatido.

Esdras Gregório disse...

Eduardo existem sim variantes e porcentagens de temperamentos em cada um, mas eu acredito que esses são os temperamentos básicos e o resto é só variação e combinação.

Tu me parece ser um fleumático típico rsrs mão vejo nada em ti que me lembra um melancólico ou colérico hehehe

Agora me diz uma coisa você que conhece pastores e doutores, o que você achou da avaliação que fiz, se encaixa em muitos ou não? Pois aqui em campinas eu tenho muitos exemplos que me inspiraram o texto.

Esdras Gregório disse...

Rodrigo, Pedro era um perfeito sanguíneo, Paulo um colérico clássico. João um fleumático comum rsrs.

Ta bom Rodrigo não precisa dizer rsrs sei que isso reduz muito e ninguém se encaixa nisso totalmente, mas esta teoria como tabela e rascunho é excelente.

Muita gente não gosta por que tira a idéia que ela tem de mérito e construção de caráter. Ou seja: ela quebra o orgulho pessoal de quem acha que é capaz de ser livre para ser o que é.

Esdras Gregório disse...

Edson eu sou um colérico igual ao “meu senhor Jesus” kkkkkkkkkkk

Sabe depois que eu virei ateu do deus pessoal da bíblia a minha vida encontrou uma nova força um novo sentido, uma nova energia, uma nova fé, ou seja, me readaptei, me reconstruí e tudo isso vem do temperamento de um colérico, do seu instinto de vida, da sua estrema necessidade de viver e sobreviver no topo da escala alimentar.

Anônimo disse...

Tudo bem Gresder, não poderia esperar outra resposta sua, mas diz aí: Quando é que vamos poder frequentar a nova seita que conseqüentemente tu criarás? rsss

Abraços!

Esdras Gregório disse...

Gente o motivo que eu estou ausente na blogfera é que eu viciei no facebook, virou um segundo blog e eu fico postando frases e respondendo quem comenta.

Como voces nao tem ou nao usam ele, vou deixar minha ultima que eu aprontei por lá ispirado em uma frase do Zé lima,

No principio criou Deus os céus e as serras. E o espírito de Deus pairava sobre a praia. E as cidades ficaram vazias e desertas. Então disse Deus: ajam luzes natalinas. E viu Deus que as festas de fim de anos eram boas. E fez Deus separação entre o natal e o ano novo. E chamou o primeiro dia de Reveillon. E foi a tarde a amanha do dia primeiro. E no setimo dia disse Deus: vao trabalar porra! chega de farra!

kkkkk eu mesmo nao estou aguentando rsrs

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

"(...) ela quebra o orgulho pessoal de quem acha que é capaz de ser livre para ser o que é"

Bem colocado! E assumir a nossa incapacidade conduz-nos a uma rendição à graça e que a nossa aceitação é incondicional.

Anônimo disse...

Ser homem é F... gente! É por isso que muitos desistem na metade do caminho. E quando alguém desiste na metade do caminho de ser homem, ele se torna um "mala". E vocês sabem que nome se da ao coletivo de "mala"?

Resposta:

Facebook!

Kkkkkk!

Desculpa aí a piada de mau gosto tá?

Anônimo disse...

Sem malcriações hein Gresdinho, eu tô só descontraindo com você.

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“todo ponto de vista é à vista de
um ponto, nos sempre vemos de um
ponto, somente Deus tem todos os
pontos de vista e tem a vista de
todos os pontos.”
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