A desmitologização e secularização das linguagens e estruturas religiosas da fé
domingo, 19 de junho de 2011
A seleção sexual no cristianismo
Como em qualquer outro lugar, na igreja cristã também acontece uma seleção natural dos indivíduos mais aptos tanto para a sobrevivência espiritual como para se posicionarem nos melhores lugares da vida religiosa. E o critério de seleção não é moral, não tem nada a ver com o caráter ou bondade de uma pessoa, mas com a capacidade de renuncia dos desejos sexuais tidos por pecaminosos e impuros na religião.
Sendo assim o cristianismo e a religião relegou a margem da vida cristã milhares de indivíduos de bom caráter e boa índole que nunca conseguiram ter o necessário domínio sobre seus impulsos sexuais, elegendo os mais castos e ascéticos, independente do bom ou mau caráter do individuo. Visto que o critério primordial de seleção espontânea da religião se baseia na capacidade de autodomínio sexual.
Pois durante o processo de adaptação religiosa do sujeito, naturalmente o indivíduo vai se fortificando ou se enfraquecendo, crescendo ou desviando do ideal de santidade do cristianismo de tal forma que: ou ele se torna um cristão bem sucedido na sua vida espiritual ou sendo fraco sai da religião ou permanece nela como um sínico que esconde de forma hipócrita sua verdadeira vida sexual tida por impura pela religião.
Deste modo o cristianismo cria monstros humanos dentro do ceio religioso, e expulsa naturalmente bons cidadãos que não tiveram o mesmo êxito em resignação do que os outros que por obstinação se fecharam em seu mundo alienado de religião para conseguir vencer suas tentações. Assim os indivíduos mais santos do cristianismo não são e nunca foram os cidadãos comuns e honestos, mas os com maiores capacidade de obstinação, fechamento e bloqueio para uma vida mais social humana e normal.
Esdras Gregório
Escrito em 19/06/11
Texto 13 da serie Sexualidade a-religiosa
Postado por
Esdras Gregório
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2 comentários:
"E o critério de seleção não é moral, não tem nada a ver com o caráter ou bondade de uma pessoa, mas com a capacidade de renuncia dos desejos sexuais tidos por pecaminosos e impuros na religião"
Prezado Gresder,
Eu diria que este é o padrão para os que se encontram no nível intermediário da hierarquia.
A cúpula tem uma certa permissão para "pecar", precisando mais aparentar a conduta moral do que praticá-la sem desvios e esconder estes logicamente.
Preaticamente em todas as eras, quem participa da cúpula de uma instituição eclesiástica precisa ser sagaz, manipulador, interesseiro, cúmplice dos pecados de seus superiores, leal ao sistema e menos radical do que aqueles que estão no intermediário. Assim, o líder nem sempre será o mais dedicado ou fiel à conduta moralmente imposta, mas sim capaz de atender conscientemente os interesses institucionais.
Evidentemente que a moral sexual torna-se um eficaz instrumento de seleção para excluir aqueles que não interessam à instituição ou que, mesmo interessando, vacilaram. Isto sem falar que se trata de um poderoso mecanismo para incutir culpas nos devotos e colocar os fieis numa posição de inferioridade aos homens da alta cúpula que se escondem atrás de uma batina.
É tão verdade o que você falou que eu trinquei de raiva aqui só de imaginar estas coisas na igreja!
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“todo ponto de vista é à vista de
um ponto, nos sempre vemos de um
ponto, somente Deus tem todos os
pontos de vista e tem a vista de
todos os pontos.”
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